terça-feira, 17 de julho de 2018
O que é o insulinoma?
O insulinoma é um raro tumor no pâncreas (1 a 4 novos casos por milhão de pessoas por ano), quase sempre benigno (90-95% dos casos), que produz insulina em excesso. O tumor resulta de um crescimento anormal das células beta das ilhotas pancreáticas, produtoras de insulina, que se tornam autônomas em relação ao mecanismo normal de regulação do organismo.
Quais são as causas do insulinoma?
Como ocorre com a maioria dos crescimentos tumorais, a causa nunca é bem conhecida em sua totalidade. Pessoas com certos distúrbios genéticos, como a neoplasia endócrina múltipla tipo I, correm maior risco de terem insulinomas.
Qual é o mecanismo fisiológico dos sintomas do insulinoma?
O pâncreas é um órgão no abdômen que produz várias enzimas e hormônios, incluindo a insulina, cuja função é reduzir o nível de açúcar no sangue, ajudando-o a entrar nas células. Na maioria das vezes, quando o nível de açúcar no sangue cai um pouco, o pâncreas pára de produzir insulina até que o açúcar no sangue volte ao normal. Os insulinomas continuam a produzir insulina, mesmo quando o açúcar no sangue cai demais. Assim, um nível elevado de insulina no sangue provoca hipoglicemia (nível baixo de açúcar no sangue).
Quais são as principais características clínicas do insulinoma?
Os insulinomas são caracterizados clinicamente pela tríade:
- Presença de sintomas de hipoglicemia (em cerca de 85% dos pacientes).
- Comprovada queda da glicose sanguínea durante os sintomas.
- Reversibilidade dos sintomas pela administração de glicose.
A hipoglicemia também pode resultar em diplopia, visão embaçada, palpitações, fraqueza, confusão mental, inconsciência e amnésia. Os sintomas adrenérgicos, devidos à liberação de adrenalina relacionada à hipoglicemia são fraqueza, sudorese, taquicardia, palpitações, fome e convulsões.
Os insulinomas são a causa mais comum de hipoglicemia resultante do hiperinsulinismo endógeno. A hipoglicemia leve pode levar a sintomas como ansiedade e fome; a hipoglicemia grave leva a convulsões, coma e até à morte.
Como o médico diagnostica o insulinoma?
O achado de níveis muito elevados de insulina sanguínea é o maior alerta para o diagnóstico do insulinoma, mas também há elevados índices de pró-insulina e peptídeo C. O diagnóstico bioquímico do insulinoma é estabelecido em 95% dos pacientes quando são encontrados os seguintes resultados, durante o jejum prolongado:
- Níveis séricos de insulina de 10 µU/mL ou mais (normal <6 µU/mL).
- Níveis de glicose inferiores a 40 m/dl.
- Níveis de peptídeo C superiores a 2,5 ng/mL (normal <2 ng/mL).
- Níveis de pró-insulina superiores a 25% (até 90%) dos níveis de insulina imunorreativa.
Os insulinomas podem ser localizados com uma ultrassonografia endoscópica ou transabdominal de alta resolução, em tempo real. Uma ultrassonografia intraoperatória detecta mais de 90% dos insulinomas. Além disso, a tomografia computadorizada, a ressonância magnética e a arteriografia combinada com injeções de cálcio são outros meios de detectar os insulinomas.
Como o médico trata o insulinoma?
A cirurgia é o tratamento radical e definitivo. A via laparoscópica mostrou-se segura e eficaz na ressecção dos tumores. Os tumores que se apresentam sem disseminação podem ser removidos por enucleação. Se a enucleação não for possível, uma ressecção pancreática maior, incluindo pancreaticoduodenectomia (retirada de partes do pâncreas e do duodeno), pode ser necessária. Ressecções maiores podem se tornar necessárias quando o tumor é encontrado na cabeça do pâncreas e a excisão local não é possível.
Se o insulinoma está associado à neoplasia endócrina múltipla tipo 1 (NEM1), a pancreatectomia subtotal com enucleação de tumores da cabeça do pâncreas e processo uncinado é frequentemente recomendada em vez da enucleação simples. Mesmo quando há metástases, a excisão cirúrgica é frequentemente viável antes que qualquer terapia médica seja considerada.
Como evolui em geral o insulinoma?
A cura a longo prazo, com resolução total dos sintomas pré-operatórios, é esperada após a ressecção tumoral completa.
Chefes da Equipe de Revisão:
Dr. Alonso Augusto Moreira Filho e Dra. Vandenise Krepker de OliveiraAs notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
FONTE: https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1321813/insulinoma-causa-mais-comum-de-hipoglicemia-por-hiperinsulinismo-endogeno.htm
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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