Recomeçar: Síndrome do Olho Seco no Diabetes Tipo 1

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Síndrome do Olho Seco no Diabetes Tipo 1

Problema oculares como a Retinopatia Diabética e a Catarata são bem conhecidas por vocês como complicações do diabetes, não é mesmo? Mas vocês sabiam que outra condição comum é o Olho Seco? Isso mesmo! Segundo estudos, a Síndrome do Olho Seco pode afetar em torno de 54% dos pacientes com DM (os estudos foram feitos com DM2).

E essa incidência de olho seco está relacionada com o nível de hemoglobina glicada: quanto maior o nível de hemoglobina glicada, maior a incidência de olho seco.

Mas afinal, o que é a Síndrome do Olho Seco?

Primeiro vamos entender do que é composta a lágrima. O filme lacrimal humano compreende três camadas: lipídica (“gorduras”), água e muco. Essas três camadas contêm outras moléculas como enzimas, moléculas de sinalização e metabólitos, que são essenciais para manter a função fisiológica da superfície ocular.

1 aparelho lacrimal neovisao copy - Neovisão

O diabetes influencia da seguinte forma:

Níveis inadequados de insulina levam à diminuição da produção de lágrimas.
A hiperglicemia constante pode danificar pequenos vasos que irrigam os nervos dos olhos, incluindo os nervos nas glândulas lacrimais, podendo levar à diminuição da produção de lágrimas.
A hiperglicemia também pode gerar uma cascata de inflamação que afeta o funcionamento das glândulas lacrimais.

Como identificar a Síndrome do Olho Seco?

Bom, os sintomas consistem em sensação de areia no olho, dor, diminuição da visão, sensibilidade à luz, coceira, lacrimejamento, sendo que a sensação de areia é o sintoma mais comum.

Mas também pode acontecer da pessoa não sentir nada! A falta de sintomas pode resultar de uma redução na sensibilidade da córnea, aquela parte do olho transparente em frente a íris e a pupila.

Acontece que a córnea é ricamente inervada e sua diminuição da sensibilidade pode ser causada pela neuropatia periférica do diabético, podendo evoluir para lesões da córnea e para infecções.

Quais são os fatores de risco?

Além da glicemia mal controlada, devemos ficar atentos a outros fatores de riscos não associados ao diabetes, mas que podem facilitar o desenvolvimento do Olho Seco:

Ser portador de outras doenças, como artrite reumatoide, doenças da tireoide e lupus
Ambientes muitos secos, ar-condicionado, vento ou com fumaça
Usar lentes de contato por muito tempo
Uso de certos medicamentos: diuréticos (hipertensão), beta-bloqueadores (problemas cardíacos e hipertensão), remédios para alergia

Como prevenir o Olho Seco?

Além de tentar reduzir a exposição aos fatores de risco que mencionei acima, como a maioria das complicações do diabetes, o controle da glicemia e um A1c igual ou inferior a 7,0% ajudam a prevenir esta condição. O diagnóstico precoce e o tratamento do olho seco também são essenciais para evitar complicações, por isso o acompanhamento anual com oftalmologista é importantíssimo.

Outras dicas de autocuidado para evitar o olho seco: