quarta-feira, 12 de setembro de 2018
Uremia é a elevação da taxa de ureia no sangue. A taxa de ureia sempre está aumentada na insuficiência renal, embora não seja um marcador definitivo de função renal, pois outros fatores podem elevar a taxa de ureia no sangue, como a alimentação e o estado de hidratação do paciente. A ureia é uma substância tóxica resultante da digestão de aminoácidos que é filtrada pelos rins e excretada na urina. Assim, os níveis sanguíneos de ureia, quando depurados de outros fatores, dão uma indicação sobre o estado de funcionamento renal.
Quais são as causas da uremia?
A uremia ocorre quando o sistema renal é incapaz de filtrar o sangue e depurá-lo das substâncias tóxicas resultantes do metabolismo da proteína. O nível de ureia no sangue também pode estar aumentado por:
- Aumento da produção de ureia no fígado devido a dieta proteica alta; fumo; degradação incrementada de proteína motivada por cirurgias, infecções, traumas ou cânceres; hemorragias gastrointestinais e certas drogas ou medicamentos.
- Redução da eliminação de ureia, devido a descenso do fluxo sanguíneo pelo rim; obstrução do fluxo de urina ou desidratação.
Dentre as principais condições clínicas que causam uremia estão o diabetes mellitus, a hipertensão arterial, doenças renais congênitas, doenças renais agudas mal curadas e os traumas renais causados por acidentes.
Fisiologia da uremia
A ureia provém dos alimentos que contêm proteínas como, por exemplo, alimentos de origem animal (carne, ovos, etc). As proteínas devem ser quase todas eliminadas do organismo através da urina. Quando a função de depuração dos rins está alterada, a ureia fica acumulada no sangue e causa alterações em vários órgãos. A ureia é a menos tóxica das toxinas urêmicas, porém a que melhor serve como marcador para avaliar a função renal, se tomada em conjunto com a creatinina, fósforo e outras substâncias.
Quais são os valores fisiológicos normais da uremia?
A taxa normal de ureia no sangue está entre 15 e 45 mg/dL (miligramas por decilitro). Valores maiores que estes são considerados altos e o quadro clínico é chamado de hiperuremia e os valores abaixo desses são considerados baixos e o quadro clínico é chamado hipouremia. Além dos fatores renais, os níveis sanguíneos de ureia dependem dos padrões alimentares, da hidratação corporal, do sedentarismo e da velocidade do metabolismo.
Quais são as principais características clínicas da uremia?
No início da doença renal crônica, o paciente pode não notar nenhum sintoma. No entanto, a uremia é uma síndrome constituída por um conjunto de sintomas devidos a alterações em diversos sistemas orgânicos, entre os quais encontram-se náuseas, mal-estar, vômitos, pouco ou nenhum apetite, fraqueza, cansaço extremo, fadiga, cefaleia, cãibras nas pernas, distúrbios da coagulação, dificuldade de concentração, torpor, coma e morte.
Como o médico diagnostica a uremia?
Além dos sintomas próprios, a uremia pode ser diagnosticada pelo exame de sangue que demonstre elevação das taxas normais de uremia para além dos valores de referência.
Como o médico trata a uremia?
Há alguns anos, a uremia levava o paciente à morte, já que não existiam tratamentos eficazes. Apenas o uso de um rim artificial (hemodiálise) ou um transplante renal era considerado como capaz de sanar os defeitos da não filtração do sangue. Ainda hoje, a uremia continua sendo uma condição séria e, se não for tratada, pode ser fatal. Quando o paciente chega a desenvolver uremia, seus rins já estão bastante danificados. A diálise continua sendo a principal opção de tratamento para a uremia.
Existem dois tipos de diálise:
- Hemodiálise, em que uma máquina é usada para remover os resíduos do sangue.
- Diálise peritoneal, em que um cateter é inserido no abdômen, através do qual o abdômen é preenchido com um fluido de diálise, que irá remover os resíduos do corpo quando ele for drenado. O transplante renal é outra opção de tratamento, se a pessoa atingir a insuficiência renal terminal.
Como prevenir a uremia?
A uremia pode ser evitada com uma medida simples de mudança para uma dieta mais saudável, exercícios físicos e consumo de pelo menos 2 litros de água por dia. O paciente também deve evitar alimentos ricos em sódio, fósforo e potássio. Uma vez que a uremia está relacionada à doença renal grave e insuficiência renal, o paciente pode evitar a uremia tomando medidas para prevenir a doença renal, tais como: controlar o diabetes, manter uma pressão sanguínea saudável, tomar medidas para manter a saúde cardiovascular, não fumar, manter uma dieta saudável e evitar a obesidade.
Como evolui a uremia?
Se os rins já não conseguem filtrar corretamente a ureia, há necessidade de que seja feita diálise. Na maioria das vezes, as lesões renais são irreversíveis e este tratamento deve ser feito para o resto da vida, se não houver possibilidade de um transplante renal, que seria uma solução definitiva.
Quais são as complicações possíveis da uremia?
A uremia pode ser tanto uma causa como uma complicação da insuficiência renal. A uremia também é um sinal dos últimos estágios da doença renal crônica. As complicações da uremia podem ser graves e, se não forem tratadas por diálise ou transplante, podem levar à morte. No entanto, mesmo quando o paciente está em tratamento com diálise, ainda existem algumas complicações que podem afetar as pessoas em uma taxa maior do que afetam a população em geral: problemas cardiovasculares, ataques cardíacos como causa de morte, prurido severo, desequilíbrio de minerais, amiloidose e depressão.
Chefes da Equipe de Revisão:
Dr. Alonso Augusto Moreira Filho e Dra. Vandenise Krepker de OliveiraAs notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
FONTE:https://www.abc.med.br/p/
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obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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