O Dia Nacional da Criança Traqueostomizada é uma data comemorativa em saúde definida pela Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe), Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
A celebração foi instituída pela Lei nº 14.249/2021 com o objetivo de promover ações de conscientização e de esclarecimento sobre os cuidados necessários às crianças que passam por traqueostomias, sensibilizando profissionais da saúde, pais, responsáveis e familiares sobre a importância do atendimento multidisciplinar a essas crianças, como forma de diminuir o risco de complicações e morte, bem como estimular ações de assistência adequadas para sua proteção e tratamento.
Comemorada pela primeira vez em 2022, a data pretende, ainda, contribuir para a criação de políticas públicas que visem ao cumprimento das recomendações oficiais sobre os cuidados e condutas para as crianças traqueostomizadas, bem como auxiliar na organização de centros de referência e na contratação de profissionais especializados.
A traqueostomia é um procedimento cirúrgico para colocação de uma cânula na traqueia liberando as vias aéreas para permitir a respiração. É uma alternativa para estabelecer a respiração de pacientes que apresentam obstrução à passagem de ar na laringe.
Segundo a presidente do Departamento Científico de Otorrinolaringologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Renata Cantisani Di Francesco, “há algum tempo a SBP já vem divulgando o consenso (Primeiro Consenso Clínico e Recomendações Nacionais em Crianças Traqueostomizadas da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) entre os pediatras associados. Além disso, nos congressos nacionais e cursos orienta os colegas sobre o acompanhamento das crianças traqueostomizadas, assim como divulga conhecimento sobre fluxo para acolhimento, acompanhamento e decanulação dessas crianças após a alta hospitalar”.
De acordo com o texto, estima-se que entre 0,5% e 2% das crianças submetidas à intubação orotraqueal prolongada necessitam de traqueostomia, a maioria delas menores de 1 ano de idade.
Geralmente, esse procedimento é realizado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No entanto, após a alta hospitalar, um dos problemas comuns é a falta de destino para o acompanhamento médico da criança.
A especialista ressalta a importância da reabilitação da respiração dessas crianças em centros onde haja uma equipe multidisciplinar – composta de médicos pediatras, otorrinolaringologistas, cirurgião torácico, fonoaudiólogos e enfermeiros especializados – após retirada da traqueostomia e da cânula.
“Muitas vezes as crianças permanecem com a traqueostomia por meses e até anos. Nesse percurso, as famílias encontram inúmeras dificuldades no acompanhamento dessas crianças e, principalmente, desamparadas no manejo e nos cuidados diários. Há necessidade de aspiração da cânula, várias vezes ao dia, uma vez que o acúmulo de secreção pode ser fatal e a criança morre por asfixia”, diz dra. Renata.
Trata-se de uma população de risco que, por não respirar naturalmente pelo nariz tem maior risco de ocorrência de infecções locais do estoma, infecções de vias aéreas, acidentes aspirativos e até obstruções fatais da via aérea. Estas famílias vivem a ansiedade e a angústia do cuidado contínuo de seus filhos, a maioria menor de 3 anos, vivendo sob estes riscos. Mães e pais tem que se afastar de suas atividades e se deslocar com frequência para atendimento em locais aonde as pessoas não estão preparadas para responderem suas dúvidas e oferecer os cuidados necessários.
Fontes:
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial
Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG)
Hospital Infantil Sabará (SP)
Sociedade Brasileira de Pediatria
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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