Publicado em: 24 de março de 2014
Revisado em: 11 de agosto de 2020
Apesar da alta prevalência, especialmente em pessoas acima dos 80 anos, incidência de demência começa a diminuir.
Difícil encontrar alguém que não conheça as agruras de um caso de demência na família.
Chamada de “epidemia silenciosa” no passado, a demência dos mais velhos se transformou em problema de saúde pública. A explicação é simples: as demências costumam instalar-se depois dos 80 anos, extrato populacional que não para de crescer, no mundo inteiro.
Embora o número dos que chegam aos oitenta justifique o aumento do número absoluto de casos, estudos mais recentes sugerem que a prevalência de quadros demenciais começa a diminuir entre aqueles nascidos em datas mais próximas da metade do século 20.
Em 2005, Manton e Ukraintseva publicaram o artigo “Declining Prevalence of Demencia in the U.S. Elderly Population” no qual analisaram um inquérito conduzido por eles no período de 1982 a 1999.
Nesses 17 anos, os autores mostraram que a prevalência caiu de 5,7% para 2,9%, queda atribuída à melhora do nível educacional, à redução do número de derrames cerebrais e a outros fatores.
Em 2008, Langa e colaboradores publicaram o “U.S. Retirement Study”, realizado com americanos acima de 50 anos. Em 1993, foram documentados 12,2% de declínios cognitivos na população com mais de 70 anos, prevalência que diminuiu para 8,7% em 2002.
A conclusão foi a mesma: educação, estilo de vida mais saudável e cuidados médicos exercem papel protetor.
Três estudos europeus reforçaram essa visão otimista.
Esses estudos reforçam a ideia de que demência é uma síndrome (conjunto complexo de sintomas com causas múltiplas), o que a torna semelhante à maioria das doenças crônicas que se instalam nas idades mais avançadas.
No “Rotterdam Study” foi analisada, em 1990, uma coorte de pessoas com 55 anos ou mais. Em 2000, foi reavaliado um subgrupo dessa coorte que mostrou prevalência mais baixa. Curiosamente, neste subgrupo, a ressonância magnética revelou maiores volumes de cérebro e menos lesões vasculares cerebrais.
O segundo estudo foi realizado entre habitantes de Estocolmo com pelo menos 75 anos, em dois períodos: 1987-1989 e 2001-2004. Os resultados também sugeriram redução da prevalência, atribuída aos fatores já citados.
O estudo mais contundente foi publicado na revista “The Lancet”, no ano passado, com o título “Cognitive Function and Ageing Study (CFAS) I and II”. Foram dois inquéritos populacionais conduzidos na Inglaterra, que envolveram mais de 7.500 participantes de 65 anos ou mais, entre 1989 e 1994 (CFAS I) e entre 2008 e 2011 (CFAS II).
Em CFAS I, a prevalência de quadros demenciais foi de 8,3%, contra a de 6,5% encontrada no mais recente CFAS II. Os autores concluíram que os participantes nascidos mais tarde apresentavam risco mais baixo de demência, graças à melhora do nível educacional e da prevenção de doenças vasculares, mesmo na presença de fatores adversos como o diabetes.
Esses estudos reforçam a ideia de que demência é uma síndrome (conjunto complexo de sintomas com causas múltiplas), o que a torna semelhante à maioria das doenças crônicas que se instalam nas idades mais avançadas.
nvestir em valores intelectuais, na atividade física e na adoção de estilos de vida mais inteligentes, reduz o risco de acabarmos os dias desconectados do mundo que nos cerca.
FONTE: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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