Última atualização em 5 de outubro de 2022
Avisar o médico e passar por uma avaliação é essencial para evitar que o tratamento oncológico seja prejudicado
O Dr. Marcelo Vivolo Aun, diretor da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), conta que isso pode acontecer pois, assim como qualquer medicação, a quimioterapia é uma substância que o organismo considera como estranha. Ou seja, algo de fora do corpo e que é enxergada como uma ameaça. Dessa forma o sistema imunológico monta uma resposta e ataca essa substância, causando a reação alérgica.
“A princípio não é comum, mas depende da classe de quimioterápicos. A classe das platinas, por exemplo (cisplatina, carboplatina, oxaliplatina), pode sensibilizar até 20 a 30% dos pacientes”, diz o Dr. Aun.
Outra classe de quimioterápico que causa, mais frequentemente, alergia são os taxanos, como paclitaxel e docetaxel.
De acordo com o médico, além da reação alérgica à quimioterapia, é possível que o paciente oncológico desenvolva reações à imunoterapia. Isso acontece porque esse tipo de medicamento utiliza um mecanismo que auxilia o sistema imune da própria pessoa a identificar e combater o câncer.
“A imunoterapia, até pelas características das moléculas e pelos seus efeitos farmacológicos, causa reações com frequência um pouco maior”, diz.
Sintomas de alergia
O mais comum é que apareça uma vermelhidão e erupções na pele, acompanhadas de coceira. Porém, também pode acontecer de haver inchaço na face, falta de ar, vômitos e até edema de glote, queda da oxigenação e choque grave.
Quando esses sintomas se desenvolvem durante a infusão, orienta-se que a administração da quimioterapia seja interrompida. Ao mesmo tempo, deve ser solicitada uma avaliação médica para que o profissional possa verificar como controlar a crise.
“Agora, na sequência, o ideal é que o paciente seja encaminhado a um alergista/imunologista para uma avaliação especializada. Assim, esse profissional discutirá com o médico do paciente quais as medidas para a continuação do tratamento daquele câncer”, o Dr. Aun aconselha.
Como evitar a reação alérgica à quimioterapia
O comum é que o paciente já passe por um protocolo chamado de “pré-medicação” antes de dar início a infusão da quimioterapia. Nesse processo, são administrados medicamentos, normalmente, corticoides e/ou antialérgicos, para evitar que ele desenvolva efeitos colaterais ao tratamento.
Porém, caso mesmo assim a reação alérgica aconteça, conforme mencionado anteriormente, o paciente deve procurar um alergista. Isso deve ser feito antes do próximo ciclo, pois, normalmente, a segunda reação alérgica tende a ser mais grave que a primeira.
“Dependendo do quadro, a conduta final poderá ser apenas o ajuste da pré-medicação/tempo de infusão, a completa troca do tratamento de base, o que costuma ser ruim, e em casos selecionados indica-se a dessensibilização”, o Dr. Aun informa.
A dessensibilização é um procedimento que tem como objetivo fazer com que o corpo do paciente tolere a quimioterapia. Permitindo, dessa forma, completar e finalizar o tratamento.
Para esse processo, o medicamento que causou a alergia é bem diluído antes de ser administrado. Conforme o paciente responder positivamente e não apresentar mais reações, a diluição diminui e a dose administrada é aumentada, até que o remédio chegue na dosagem desejada.
Fazer ou não e como esse protocolo funcionará é uma decisão tomada em conjunto pela equipe médica, que analisa quais são os benefícios e malefícios e decide qual o melhor caminho a seguir. Por isso, é importante que seja comunicado todo e qualquer sintoma apresentado, seja durante a infusão ou após a aplicação da droga.
FONTE: https://revista.abrale.org.br/saude/2
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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