A Síndrome de Asperger faz parte do chamado Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), às vezes chamada de autismo de alto funcionamento. É um distúrbio do desenvolvimento que afeta a forma como o cérebro processa as informações.
A diferença entre os transtornos é o grau dentro do espectro autista, já que é possível ter pessoas com TEA com apenas pequenas dificuldades de socialização até indivíduos com afastamento social, deficiência intelectual e dependência de cuidados ao longo da vida.
É frequentemente diagnosticada durante a infância e afeta o comportamento, a interação social, a comunicação, a capacidade de entender o que os outros podem estar pensando, bem como padrões de comportamento repetitivos, interesses limitados e aumento da sensibilidade sensorial.
Pessoas com Asperger geralmente processam detalhes adicionais ao seu redor e possuem grandes habilidades em observação e ordem detalhadas, processando muito mais os sentidos, fazendo com que cores, sons e cheiros pareçam mais brilhantes, mais altos e mais fortes.
A Síndrome passou a ser conhecida como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) a partir de 2013, com a publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5, mas outras mudanças de terminologia ocorreram, uma vez que o TEA reúne Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, além da Síndrome de Asperger.
Todos esses quadros clínicos são desordens do desenvolvimento neurológico e estão presentes desde o nascimento ou começo da infância. É mais comum em homens, com oito vezes mais homens do que mulheres diagnosticadas.
Pessoas dentro do espectro TEA podem apresentar falhas na comunicação social, ou seja, dificuldade para se expressar verbalmente ou por gestos, para interagir socialmente de maneira recíproca e, também, mostrar padrões restritos e repetitivos de comportamento, como foco de interesse fixo, movimentos contínuos e alteração de sensibilidade a estímulos sensoriais auditivos, visuais, táteis.
Os sinais mais comuns incluem:
– Introspeção e problemas com habilidades sociais: crianças com Síndrome de Asperger geralmente têm dificuldade para interagir com outras pessoas e muitas vezes comportam-se de forma estranha em situações sociais. Em geral, não fazem amigos facilmente, pois têm dificuldades em iniciar e manter uma conversa;
– Comportamentos excêntricos ou repetitivos: crianças com essa condição podem desenvolver um tipo de comportamento incomum e singular, que envolve movimentos repetitivos e estranhos, como, por exemplo, torcer as mãos ou os dedos;
– Práticas e rituais incomuns: uma criança com Síndrome de Asperger pode desenvolver rituais que se recuse terminantemente a alterar, como se vestir obrigatoriamente em uma ordem específica, por exemplo;
– Dificuldades de comunicação: as pessoas com este transtorno costumam não fazer contato visual ao falar com alguém. Elas podem ter problemas ao usar expressões faciais e ao gesticular, bem como podem apresentar dificuldade para compreender a linguagem corporal e a linguagem dentro de um determinado contexto e costumam ser muito literais no uso da língua;
– Interesses bastante focados: a criança com Síndrome de Asperger pode desenvolver um interesse intenso e quase obsessivo em algumas atividades e áreas, tais como prática de esportes, clima ou até mesmo mapas;
– Problemas de coordenação: os movimentos de crianças com Síndrome de Asperger podem parecer desajeitados ou constrangedores;
– Habilidades e talentos: muitas crianças com Síndrome de Asperger são excepcionalmente inteligentes, talentosas e especializados em uma determinada área, como a música ou a matemática.
Diagnóstico e tratamento:
O diagnóstico é multidisciplinar e essencialmente clínico, ou seja, baseia-se na presença de prejuízos nas áreas de interação e comunicação social e por um repertório restrito de interesses, conforme citado anteriormente.
A equipe diagnóstica é composta pelas áreas de psiquiatria, neurologia, psicologia, terapia ocupacional e fonoaudiologia.
O tratamento deve enfatizar o desenvolvimento de competências sociais e comunicativas para o fortalecimento das interações interpessoais, por meio de intervenções fonoaudiologia e de base comportamental.
Devido a certo desajeitamento motor e de questões sensoriais, a terapia ocupacional e atividades esportivas também podem ser recomendadas. E, embora não haja medicamentos para o tratamento de sintomas intrínsecos a essa condição, medicação para redução e controle de sintomas obsessivos-compulsivos, de ansiedade, impulsividade, por exemplo, pode ser prescrita pela psiquiatria, dependendo das necessidades individuais de cada sujeito.
A identificação do perfil de habilidades e inabilidades pode potencializar o sucesso acadêmico e ocupacional ao longo da vida, pois são pessoas com grande capacidade para atividades que demandam por exemplo: memória, lógica e sistematização.
É importante lembrar que a síndrome de Asperger (assim como qualquer outro nível de autismo) não é uma doença e sim, uma condição. Não há, portanto, uma cura, mas existem tratamentos e terapias comportamentais que podem ajudar as crianças com diagnóstico de autismo a conviver melhor com outras pessoas e ter mais autonomia.
Comemorada desde 2007 em 18 de fevereiro, a data foi escolhida por ser o aniversário de Hans Asperger, pediatra austríaco que descreveu a síndrome em 1944. É um momento para aumentar a conscientização sobre o problema que afeta aproximadamente 37,2 milhões de indivíduos em todo o mundo; para celebrar os que superam muitos desafios a cada dia e reconhecer suas conquistas, mesmo vivendo com Asperger.
Fontes:
– Autismo e realidade
– Dr. Dráuzio Varella
– EFFICHRONIC (Unit of European Health Projects in Asturias)
– Escola Paulista de Enfermagem
– Santa Casa de Rio Grande (RS)
– State Library of Queensland (Austrália)
FONTE:https://bvsms.saude.gov.br/
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abs
Carla
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