Berna Almeida II
A
vida nos brinda com a beleza e complexidade do envelhecer. Nesse
estágio, a autonomia muitas vezes se mistura com a necessidade de
cuidado, criando um cenário desafiador para os idosos e suas famílias.
Em meio a essa dinâmica, surge uma questão delicada e fundamental: a
aceitação de um cuidador. Embora essa decisão seja impregnada de
preocupações, emoções e desejos, a busca por um equilíbrio entre
independência e assistência é um passo crucial.
Quando
um idoso se recusa a aceitar a presença de um cuidador, pode ser um
desafio delicado para a família, porém existem algumas estratégias que
podem ser úteis para lidar com essa situação:
·
Converse abertamente: Inicie uma conversa sincera e calma com o idoso
para entender as razões por trás da recusa. Pergunte sobre seus
sentimentos, preocupações e desejos em relação ao cuidado. Ouça
atentamente e valide suas opiniões.
·
Respeite a autonomia: Reconheça que a resistência ao cuidador pode
estar relacionada à preservação da independência. Demonstre que você
valoriza a autonomia dele e que o objetivo é garantir um ambiente seguro
e confortável.
·
Explique os benefícios: Compartilhe os benefícios de ter um cuidador,
como a ajuda com as atividades diárias, a promoção da segurança, a
companhia e o suporte para manter a qualidade de vida.
·
Apresente opções: Em vez de impor um cuidador em tempo integral,
discuta opções flexíveis, como a presença em horários específicos para
ajudar com tarefas específicas.
· Escolha com cuidado: Se o idoso expressar preocupações específicas, envolva-o no processo de seleção do cuidador.
·
Gradualidade: Se possível, comece com uma abordagem gradual. Permita
que o idoso se acostume com a ideia de ter um cuidador, começando com um
período de teste mais curto.
·
Demonstre confiança: Mostre ao idoso que você confia na escolha do
cuidador e que o cuidador respeitará seus desejos e necessidades.
·
Estabeleça limites claros: Explique ao idoso que, embora sua
independência seja valorizada, a segurança e o bem-estar dele são
prioridades. Defina limites claros para garantir que o cuidador não
invada a privacidade ou a autonomia de maneira indesejada.
·
Envolva a família: Se possível, envolva outros membros da família na
conversa para que o idoso sinta que suas preocupações são ouvidas por
todos.
·
Experimente diferentes abordagens: Se uma abordagem não estiver
funcionando, esteja disposto a tentar diferentes maneiras de abordar a
situação. Às vezes, é necessário encontrar uma abordagem que ressoe
melhor com o idoso.
De acordo com a Dra. Ariane Angioletti, pesquisadora e defensora dos direitos das pessoas idosas, diz:
“Juridicamente
não é possível fazer nada quando o idoso não é causador de riscos
iminentes à sua saúde. E, fazê-lo passar por uma interdição parcial ou
um acolhimento compulsório seria de impacto muito negativo, para além de
suas doenças, comorbidades e sintomas. Mas é possível auxiliar os
idosos, mesmo que indiretamente. Tentar e tentar diariamente, buscar
intervir de maneira sutil, fazer com que ele tome as decisões mais
acertadas e sinta-se à frente das determinações com relação a sua
saúde”.
Lembre-se
de que cada pessoa é única e suas razões para recusar um cuidador podem
variar. Respeite suas escolhas, mas também trabalhe para encontrar um
equilíbrio que atenda às necessidades de cuidado e segurança do idoso.
Se possível, envolva um profissional de saúde para orientação e apoio
nesse processo.
FONTE: https://www.facebook.com/groups/mentesedemencias/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Vc é muito importante para mim, gostaria muito de saber quem é vc, e sua opinião sobre o meu blog,
bjs, Carla