18/02/2022 às 16h08
Neste 18 de fevereiro, o Brasil celebra pela primeira vez o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada. Instituída no ano passado pela Lei nº 14.249/2021. A data tem como objetivo contribuir para a criação de políticas públicas para o cumprimento das recomendações oficiais sobre os cuidados e condutas diante das crianças traqueostomizadas, bem como auxiliar na organização de centros de referência e na contratação de profissionais especializados. Também visa conscientizar profissionais de saúde e famílias sobre direitos e cuidados com essas crianças. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) apoia todas as ações em prol da causa.
O dia coincide com a realização do 1º Consenso Brasileiro de Traqueostomia na Infância, publicado em 2017, pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), em parceria com a SBP. O documento traz recomendações nacionais sobre cuidados e condutas diante das crianças traqueostomizadas e serve como base para padronizar o tratamento desses pacientes.
“Há algum tempo a SBP já vem divulgando o consenso entre os pediatras associados. Além disso, nos congressos nacionais e cursos orienta os colegas sobre o acompanhamento das crianças traqueostomizadas, assim como divulga conhecimento sobre fluxo para acolhimento, acompanhamento e decanulação dessas crianças após a alta hospitalar”, explica a presidente do Departamento Científico de Otorrinolaringologia da SBP, dra. Renata Cantisani Di Francesco.
De acordo com o texto, estima-se que entre 0,5% e 2% das crianças submetidas à intubação orotraqueal prolongada necessitam de traqueostomia, a maioria delas menores de 1 ano de idade. Geralmente, esse procedimento é realizado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No entanto, após a alta hospitalar, um dos problemas comuns é a falta de destino para o acompanhamento médico da criança.
PANORAMA ATUAL – A especialista ressalta a importância da reabilitação da respiração dessas crianças em centros onde haja uma equipe multidisciplinar – composta de médicos pediatras, otorrinolaringologistas, cirurgião torácico, fonoaudiólogos e enfermeiros especializados – após retirada da traqueostomia e da cânula.
“Muitas vezes as crianças permanecem com a traqueostomia por meses e até anos. Nesse percurso, as famílias encontram inúmeras dificuldades no acompanhamento dessas crianças e, principalmente, desamparadas no manejo e nos cuidados diários. Há necessidade de aspiração da cânula, várias vezes ao dia, uma vez que o acúmulo de secreção pode ser fatal e a criança morre por asfixia”, diz dra. Renata.
O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não consegue fornecer material necessário para os cuidados com esses pacientes, como cânulas de traqueostomia. Além disso, não há treinamento das equipes médicas e não médicas que prestam atendimento a esses pacientes.
https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/dia-nacional-da-crianca-traqueostomizada-e-celebrado-pela-primeira-vez-em-18-de-fevereiro/
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
A celebração do Dia Nacional da Criança Traqueostomizada foi instituída pela Lei nº 14.249/2021 com o objetivo de promover ações de conscientização e de esclarecimento sobre os cuidados necessários às crianças que passam por traqueostomias, sensibilizando profissionais da saúde, pais, responsáveis e familiares sobre a importância do atendimento multidisciplinar a essas crianças, como forma de diminuir o risco de complicações e morte, bem como estimular ações de assistência adequadas para sua proteção e tratamento.
Comemorada pela primeira vez em 2022, a data pretende, ainda, contribuir para a criação de políticas públicas que visem ao cumprimento das recomendações oficiais sobre os cuidados e condutas para crianças traqueostomizadas, bem como auxiliar na organização de centros de referência e na contratação de profissionais especializados.
A sobrevivência de crianças que nascem prematuras, com desconfortos respiratórios, pacientes com pneumonias de repetição, malformações, tumores na face e no pescoço, paralisia bilateral das cordas vocais, trauma no pescoço, entre outros, dependem dos cuidados de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e algumas precisam de intubação oro traqueal, para respirarem por ventilação mecânica.
Para que isso seja possível, a criança precisa ser intubada: o tubo – também chamado de cânula – entra pela boca até a traqueia. Porém, um tempo depois do procedimento, o contato da cânula com a traqueia e com a laringe pode acarretar deformações, como estreitamento, cicatrizes e inflamação em forma de nódulo, o que torna o processo de retirada da cânula, chamado de extubação, muito mais difícil e perigoso.
Por isso, é recomendado que, depois de um curto tempo de ventilação mecânica, entre 10 a 15 dias, caso a criança não tenha o prognóstico nem a previsão de extubação, deve ser submetida a uma traqueostomia – um procedimento cirúrgico para colocação da cânula na traqueia, liberando as vias aéreas para permitir a respiração e preservar a laringe, órgão responsável pela respiração e pela fala.
O tempo necessário de traqueostomia depende de cada diagnóstico e também do cuidado com a manutenção dos materiais. É essencial realizar a troca da cânula regularmente, de acordo com a recomendação médica. Para evitar que o paciente fique traqueostomizado mais do que o necessário, é importante fazer o acompanhamento médico e tirar todas as dúvidas no momento das consultas.
A Presidente do Departamento Científico de Otorrinolaringologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, dra. Renata Cantisani Di Francesco ressalta a importância da reabilitação da respiração dessas crianças em centros onde haja uma equipe multidisciplinar – composta de médicos pediatras, otorrinolaringologistas, cirurgião torácico, fonoaudiólogos e enfermeiros especializados – após retirada da traqueostomia e da cânula.
“Muitas vezes as crianças permanecem com a traqueostomia por meses e até anos. Nesse percurso, as famílias encontram inúmeras dificuldades no acompanhamento dessas crianças e, principalmente, desamparadas no manejo e nos cuidados diários. Há necessidade de aspiração da cânula, várias vezes ao dia, uma vez que o acúmulo de secreção pode ser fatal e a criança morre por asfixia”, diz dra. Renata.
Trata-se de uma população de risco que, por não respirar naturalmente pelo nariz tem maior risco de ocorrência de infecções locais do estoma, infecções de vias aéreas, acidentes aspirativos e até obstruções fatais da via aérea. Estas famílias vivem a ansiedade e a angústia do cuidado contínuo de seus filhos, a maioria menor de 3 anos, vivendo sob estes riscos. Mães e pais tem que se afastar de suas atividades e se deslocar com frequência para atendimento em locais aonde as pessoas não estão preparadas para responderem suas dúvidas e oferecer os cuidados necessários.
A orientação das famílias para fazerem a aspiração corretamente e várias vezes ao dia é essencial. Esse procedimento, no entanto, requer insumos, como luvas, aspirador e cânulas de aspiração. O fornecimento desse material pelo SUS, porém, não é suficiente.
Com acompanhamento médico contínuo, meninos e meninas traqueostomizadas podem ter qualidade de vida, bem-estar e segurança, garantindo seu direito de estarem inseridas socialmente, ou seja, ir à escola, brincar e divertir-se com os amigos.
De acordo com a norma que criou o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada, nesta data, deverão ser desenvolvidas atividades intersetoriais para a promoção de ações de conscientização e de esclarecimento sobre cuidados necessários às crianças traqueostomizadas e sobre especificidades a elas inerentes, direcionadas aos profissionais de saúde, à comunidade acadêmica, aos familiares e à população em geral.
Fontes:
Hospital Infantil Sabará (São Paulo – SP)
Hospital Pequeno Príncipe (Curitiba – PR)
Jornal da USP
Sociedade Brasileira de Pediatria


obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
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