Berna Almeida II
Já
repararam como, vez por outra, surgem relatos de cuidadores dizendo que
os medicamentos parecem não surtir mais efeito? Que as noites em claro
se tornam frequentes, que o ritmo biológico se inverte e que a troca do
dia pela noite vira uma rotina exaustiva?
Para
o cuidador e seu ente querido, a privação do sono é um verdadeiro caos.
Agora, imagine nós, que não temos demência, quando passamos uma única
noite sem dormir bem—no dia seguinte, o cansaço nos consome, a
concentração falha e o humor oscila. Mas aqui, estamos falando de alguém
cujo cérebro está encolhendo dia após dia.
E volto a enfatizar: é um grande equívoco pensar que eles não percebem o que acontece ao seu redor.
Cuidar
de alguém com demência não se resume a administrar medicamentos ou
garantir a alimentação—e, aliás, a nutrição é um fator crucial! Sem os
nutrientes adequados, o cérebro sofre ainda mais. É como passar fome. E
que clareza de pensamento pode ter alguém que sente fome?
Agora, reflitamos sobre o ambiente ao redor dessa pessoa. Imaginem:
- Discussões constantes
- Barulhos e sons altos
- A frustração de querer se expressar e não conseguir
- Fome, sede, fralda suja
- Sensação de tristeza, solidão e abandono
- Dormir em uma cama que não é sua
- Mudanças bruscas no ambiente
- Falta de carinho, de atenção, de paciência
- Gritos, reclamações...
Como nós, que temos plena consciência, nos sentiríamos diante disso tudo?
É fundamental compreender que eles não são mais as mesmas pessoas de antes. Aquela pessoa que um dia amava festas, brincadeiras e som alto, agora pode precisar de silêncio, aconchego e estabilidade. Explique isso aos netos, aos vizinhos, aos amigos, à família.
Dentro
da sua casa, há um paciente que merece respeito e cuidado. Não permita
que ele seja ridicularizado ou tratado com descaso. Você aceitaria isso
se fosse com você?
E lembre-se: não se trata apenas do remédio.
Muitos
medicamentos podem transformá-los em verdadeiros zumbis, mas um
ambiente acolhedor, uma rotina equilibrada e um cuidado humanizado podem
garantir mais qualidade de vida—e, muitas vezes, até reduzir a
necessidade de doses elevadas dessas drogas.

FONTE
: https://web.facebook.com/groups/mentesedemencias/


obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
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