POR: DRª VIVIANE PINHEIRO NEFROLOGISTA - Uninefron
Recife, 07 de fevereiro de 2025
Você já ouviu falar em hipertensão renovascular? Trata-se de uma forma secundária de hipertensão arterial, que ocorre por uma estenose da artéria renal, causando redução do fluxo sanguíneo para os rins. Segundo Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron, existem duas causas principais de hipertensão renovascular: “a mais comum que é a aterosclerose, em que ocorre a deposição de placas de gordura nas artérias renais, o que resulta no estreitamento dos vasos, afetando principalmente pacientes homens e com mais de 50 anos; e a displasia fibromuscular afeta, principalmente, mulheres jovens com menos de 50 anos e se caracteriza pelo crescimento anormal da camada muscular das artérias renais”, alerta a médica.
“A diminuição do fluxo sanguíneo para os rins é interpretada pelo órgão como uma redução na pressão arterial. Isso ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), aumentando a retenção de sódio e água e causando vasoconstrição, o que eleva a pressão arterial”, explica Vivianne Pinheiro.
A hipertensão renovascular é a segunda principal causa de hipertensão secundária, perdendo apenas para as doenças renais. Ela corresponde de 1 a 5% dos casos de hipertensão em geral, podendo chegar a 30% em grupos específicos. Ainda de acordo com a nefrologista, a doença pode acarretar consequências graves para os rins, como disfunção renal progressiva; e, em casos mais severos e/ou prolongados, perda irreversível da função renal.
Indícios que sugerem hipertensão renovascular
A nefrologista Vivianne Pinheiro esclarece ainda sinais sugestivos de hipertensão renovascular: hipertensão de início recente resistente aos medicamentos, falha da terapia médica ideal para controlar a pressão arterial, deficiência progressiva da função renal, edema pulmonar recorrente ou insuficiência cardíaca refratária, assimetria no tamanho dos rins, hipertensão grave em conjunto com um sopro abdominal e baixos níveis de potássio. A assimetria renal ocorre quando há uma estenose crítica na artéria renal, levando à atrofia renal e à disfunção renal progressiva. “O diagnóstico tardio aumenta a probabilidade de danos renais irreversíveis”, alerta ela.
Sem tratamento adequado, a hipertensão renovascular pode evoluir para a necessidade de terapia renal substitutiva, como diálise ou transplante. “Para evitar complicações, é fundamental estar atento aos sintomas, com o objetivo de realizar o diagnóstico precoce e a terapia adequada”, ressalta Vivianne Pinheiro.
Ainda segundo a médica, o diagnóstico é realizado por meio de exames de imagem, que permitem identificar obstruções ou estreitamentos na artéria renal, avaliando o fluxo sanguíneo e a anatomia das artérias. Pode-se realizar testes não invasivos como a ultrassonografia doppler das artérias renais, sendo o teste diagnóstico inicial preferido. Se a experiência com ultrassonografia doppler não estiver disponível, pode ser realizada uma angiotomografia ou uma angioressonância. Se o teste não invasivo for inconclusivo e a suspeita clínica permanecer alta, a arteriografia renal convencional é recomendada. O tratamento pode ser clínico, com medicamentos para controle da pressão arterial; intervencionista, com a colocação de stents; ou cirúrgico, visando à revascularização.
“Essas abordagens são determinadas pelo médico de acordo com a causa e a gravidade da hipertensão renovascular. O objetivo principal do tratamento é proteger os vasos, preservar a função renal e reduzir a morbimortalidade cardiovascular associada à elevação da pressão arterial”, acrescenta a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron.
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abs.
Carla
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