Antes de falar sobre diabetes e maltose, esclareço que não tenho formação acadêmica em nutrição ou medicina, mas em direito. Sou diabética há 27 anos e minhas conclusões são fruto de observação do meu comportamento glicêmico e de meus amigos e colegas diabéticos, e também da minha enorme curiosidade e vontade de entender o que acontece no meu corpo, o que me faz buscar informações.
Há alguns meses minha glicemia começou a se elevar muito rapidamente após o desjejum. A princípio, julguei que a dose basal do horário precisava ser aumentada. Mas, mesmo aumentando a dose de duas horas antes do horário do café da manhã, após a refeição a glicemia continuava subindo, e algum tempo depois caía veritignosamente. Voltei então a basal à dose anterior e testei modificar o pão que estava comendo (da marca Peter Pão) para um da Wickbold, e a glicemia parou de subir depois do desjejum.
Incomodada com o fato, enviei um e-mail à empresa Peter Pão, questionando-os se de fato o produto era feito sem açúcar, como dizia na embalagem. A empresa, bastante atenciosa, respondeu informando que não havia açúcar na composição do produto, que usava como substituto o extrato de malte.
Pesquisando sobre o assunto, descobri que “Malte” é um termo geral utilizado para várias coisas associadas com maltose. Maltose é a principal substância de reserva da célula vegetal, é também a junção de duas moléculas de glicose. Ao realizar a digestão o amido passa a ser primeiramente maltose e depois glicose. A Maltose é encontrada em vegetais, e tem função energética.
Maltagem é o processo no qual o grão de cereal é umidificado para iniciar o processo de germinação. Quando a semente germina, ela ativa enzimas que começam a converter suas reservas de amido e proteínas em açúcares e aminoácidos, os quais serão utilizados no crescimento da planta. O objetivo de maltar um grão é liberar estas enzimas para sua utilização no produto final.
Desta forma, embora o produto não contenha açúcar, se contiver maltose (extrato de malte e quaisquer outros subprodutos de malte), composta por duas moléculas de glicose, pode acarretar a elevação da glicemia de um diabético tão rápido quanto o açúcar refinado, sendo, portanto, não recomendado seu consumo pelos portadores de diabetes com grande sensiblidade à composição dos alimentos.
Já comia os produtos da marca Peter Pão antes de usar a bomba de infusão de insulina, mas, quando fazia o tratamento com a lantus, meu corpo não reagia ao malte. Agora, com a terapia com a bomba de infusão de insulina, e considerando que a minha dose basal é bastante pequena, minha sensibilidade à composição dos alimentos mudou bastante. Em regra, quanto menor a dose basal, maior a sensibilidade à composição dos alimentos, e quanto maior a dose basal, menor a sensibilidade. Assim, comecei a evitar o extrato de malte.
Todavia, nem sempre a marca é garantia de composição nutricional. Depois do episódio com o Peter Pão, comecei a comprar apenas pães da Wickbold. Mas esta semana, mais uma vez, minha glicemia começou a se elevar depois do desjejum. Verificando a embalagem do pão – Wickbold 10 grãos – constatei que ele continha farinha de malte em sua composição. Já sabendo que o problema não era a dose basal, mas o malte, comprei outro pão, da mesma marca, sem malte em sua composição, e minha glicemia pós-desjejum voltou ao normal.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://contandocarboidratos.wordpress.com/
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