Dra. Deise Mendonça Baptista
Nutricionista Especialista em Administração Hospitalar e em Saúde Pública, Prof. Adjunta do Depto de Nutrição da UFPR, Coordenadora do Curso de Especialização em Nutrição Clínica da UFPR, Membro do Depto de Nutrição e Metabologia da SBD 2008/09
Artigo Comentado: Role of glicemic index and glycemic load in the healthy state, in prediabetes and in diabetes.Riccard, G.; Rivellese, A. A.; Giacco, R. – Department of Clinical and Experimental Medicine, Frederico II University, Naple, Italy. Am J Clin Nutr 2008 jan; 87(1):269S-274S.
A opção por alimentos ricos em carboidratos na dieta habitual deve levar em conta não somente a sua composição química, mas também sua capacidade de influenciar a glicemia pós-prandial (índice glicêmico). Os alimentos ricos em fibras, geralmente, possuem baixo índice glicêmico (IG), embora nem todos os alimentos com baixo IG, necessariamente, tenham alto teor de fibras.
As dietas com baixo IG e alto teor de fibras já demonstraram diversos efeitos benéficos, incluindo menor glicemia pós-prandial, menor resposta insulínica, melhora do perfil lipídico e, possivelmente, redução da resistência insulínica. Em pessoas que não têm diabetes, estudos epidemiológicos sugerem que uma dieta baseada em alimentos ricos em carboidratos com baixo IG e alto teor de fibras pode proteger contra o diabetes e doenças cardiovasculares.
Entretanto, até o momento, nenhum estudo de intervenção avaliou o potencial das dietas com baixo IG e alto teor de fibras para reduzir o risco de diabetes, embora nos estudos de prevenção do diabetes, por meio de modificações do estilo de vida, o aumento do consumo de fibras freqüentemente faça parte da intervenção.
Em relação à prevenção cardiovascular, não há estudos de intervenção sobre o efeito da dieta com baixo IG em eventos clínicos e os resultados dos poucos estudos de intervenção sobre os efeitos do IG em fatores de risco cardiovascular não são sempre concordantes.
A melhor evidência da utilidade clínica do IG refere-se às pessoas com diabetes, às quais alimentos com baixo IG mostraram, consistentemente, efeitos benéficos em termos de controle glicêmico, a curto e a longo prazo. Nesses pacientes, os alimentos com baixo IG são boas opções de alimentos ricos em carboidratos, desde que os outros atributos dos alimentos sejam apropriados.
Comentários
O IG é uma variável proposta há longo tempo, que já enfrentou críticas e restrições, porém, seus valores diagnóstico e prognóstico têm sobrevivido e até se fortalecido com esses embates.
Nesta revisão, enfatiza-se que conquanto os carboidratos de mais baixo IG sejam as fibras, nem todas as dietas com baixo IG são igualmente ricas em tais componentes. De uma forma ou de outra, tais preparados, consistentemente, se associam com menores respostas de glicose e insulina pós-prandial e perfil lipídico mais favorável, possivelmente atenuando também a resistência insulínica.
Ainda que as evidências epidemiológicas favoreçam a proteção contra diabetes e enfermidades cardiovasculares em pessoas que não têm diabetes, quando o perfil dietético é rico em fibras e de baixo IG, estudos específicos com intervenção dietética raramente estão disponíveis para esses indivíduos e os resultados obtidos nem sempre são concordantes.
O oposto sucede nas pessoas com diabetes, em que alimentos com as propriedades assinaladas, comprovadamente, beneficiam o controle da glicemia, tanto agudamente quanto a longo prazo. Os autores endossam as dietas com fibra e baixo IG como uma opção importante para indivíduos com diabetes, naturalmente inseridos num programa de assistência dietética globalmente equilibrados.
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