Quimioterapia para Câncer de Bexiga
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 07/05/2015 - Data de atualização: 25/06/2018
A quimioterapia consiste no uso de medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. A quimioterapia para o câncer de bexiga pode ser administrada de duas formas:
- Quimioterapia intravesical. O medicamento é administrado diretamente na bexiga. Esse tipo de quimioterapia é usado apenas para câncer de bexiga que ocorre no revestimento da bexiga.
- Quimioterapia sistêmica. Quando os medicamentos quimioterápicos são administrados por via oral ou venosa. A quimioterapia sistêmica pode afetar as células cancerígenas em qualquer parte do corpo.
A quimioterapia sistêmica pode ser usada:
- Antes da cirurgia, para tentar reduzir o tamanho do tumor, de modo que ele possa ser facilmente removido durante o procedimento cirúrgico (tratamento neoadjuvante).
- Após a cirurgia, ou às vezes após a radioterapia (tratamento adjuvante). O objetivo da terapia adjuvante é destruir as células cancerígenas remanescentes de outros tratamentos.
- A quimioterapia pode ser administrada isoladamente ou junto com a radioterapia. Isso torna a radioterapia mais eficaz.
- Como tratamento principal para a doença avançada.
Os medicamentos quimioterápicos podem ser usados de forma isolada ou em combinação, dependendo do objetivo, do estado de saúde geral do paciente e de outros fatores.
Quando a quimioterapia é administrada junto com a radioterapia, os medicamentos mais frequentemente usados incluem:
- Cisplatina.
- Cisplatina mais fluorouracilo.
- Mitomicina com fluorouracilo.
Quando a quimioterapia é administrada sem a radioterapia, as combinações mais utilizadas são:
- Gemcitabina e cisplatina.
- Metotrexato, vinblastina, doxorubicina e cisplatina (DDMVAC).
- Cisplatina, metotrexato e vinblastina (CMV).
- Gencitabina e paclitaxel.
Para alguns pacientes, os efeitos colaterais da quimioterapia podem ser difíceis de serem tolerados. Para esses pacientes, o tratamento com um único medicamento, como gemcitabina ou cisplatina, pode ser uma boa opção. Outros medicamentos usados , às vezes isoladamente, para o tratamento do câncer de bexiga incluem docetaxel, paclitaxel, doxorrubicina, metotrexato, ifosfamida e pemetrexed.
A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura em geral algumas semanas.
A maioria dos cânceres de bexiga é de células de transição, mas existem outros tipos, como o carcinoma espinocelular, adenocarcinoma e carcinoma de pequenas células. A quimioterapia para esses tipos mais raros de câncer de bexiga pode utilizar medicamentos diferentes dos mencionados acima.
Efeitos Colaterais
Os quimioterápicos não só atacam as células cancerígenas, mas também as células normais, o que pode levar a efeitos colaterais e dependem do tipo de medicamento, da dose administrada e do tempo de tratamento. Os efeitos colaterais comuns à maioria das drogas quimioterápicas podem incluir:
- Náuseas e vômitos.
- Perda de apetite.
- Perda de cabelo.
- Inflamações na boca.
- Diarreia ou constipação.
- Infecção, devido a diminuição dos glóbulos brancos.
- Sangramento ou hematomas, devido a diminuição das plaquetas.
- Fadiga, devido a diminuição dos glóbulos vermelhos.
Esses efeitos colaterais geralmente tendem a desaparecer após o término do tratamento. Mas, pode ser necessária a prescrição de medicamentos para ajudar a aliviar os efeitos colaterais. Converse com seu médico sobre os efeitos colaterais que seus medicamentos de quimioterapia podem causar e como gerenciá-los.
Alguns medicamentos quimioterápicos podem provocar outros efeitos colaterais menos frequentes. Por exemplo, os medicamentos como cisplatina, docetaxel e paclitaxel podem danificar os nervos. Isso às vezes pode levar a sintomas, como dor, sensações de queimação ou formigamento, sensibilidade ao frio ou ao calor, ou fraqueza (neuropatia periférica).
Importante. Comunique qualquer efeito colateral que você apresentar ao seu médico imediatamente para que possa ser prontamente tratado. Em alguns casos, as doses dos medicamentos podem ser reduzidas ou o tratamento pode ser adiado ou interrompido temporariamente para evitar que os efeitos se agravem.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
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Radioterapia para Câncer de Bexiga
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 07/05/2015 - Data de atualização: 01/07/2020
O tratamento radioterápico consiste no uso de radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor.
A radioterapia pode ser utilizada:
- Como parte do tratamento para câncer de bexiga em estágio inicial, após a cirurgia.
- Como tratamento principal para pacientes com câncer em estágio inicial que não podem fazer a cirurgia ou quimioterapia.
- Para evitar a cistectomia.
- Como parte do tratamento para o câncer de bexiga avançado.
- Para prevenir ou tratar sintomas provocados pelo câncer de bexiga avançado.
- A radioterapia é frequentemente combinada com a quimioterapia (quimioirradiação) para torná-la mais eficaz. A radioterapia externa ou convencional é comumente utilizada para tratar o câncer de bexiga. Esse tratamento consiste em irradiar o órgão alvo com doses fracionadas. A radioterapia é administrada 5 vezes por semana, durante várias semanas.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais dependem da dose administrada e da área irradiada. Eles tendem a ser mais severos se a quimioterapia é administrada ao mesmo tempo, podendo incluir:
- Alterações na pele, nas áreas irradiadas.
- Náuseas e vômitos.
- Sintomas na bexiga, como ardência, dor ao urinar ou sangue na urina.
- Diarreia.
- Sangue nas fezes e/ou urina.
- Fadiga.
- Hemorragias ou hematomas.
- Infecção.
Esses sintomas geralmente desaparecem com o término do tratamento, apesar de às vezes ocorrerem problemas a longo prazo. Em alguns pacientes o tratamento pode levar à incontinência urinária ou até mesmo danificar o revestimento da bexiga o que se denomina cistite por radiação.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 30/01/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Imunoterapia para Câncer de Bexiga
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 07/05/2015 - Data de atualização: 01/07/2020
A imunoterapia consiste no uso de medicamentos para ajudar o sistema imunológico de uma pessoa a reconhecer e destruir as células cancerígenas. A imunoterapia, às vezes, pode ser usada no tratamento do câncer de bexiga.
BCG Intravesical
A BCG pode ser administrada diretamente na bexiga através de um cateter inserido pela uretra. Isso ativa as células do sistema imunológico na mucosa da bexiga, e essas células imunes passam a atacar as células do câncer superficial de bexiga.
Para alguns tipos de câncer em estágio inicial, a BCG pode ser usada após a ressecção transuretral do tumor para evitar a recidiva da doença. Esse tratamento não serve para casos de câncer invasivo na parede da bexiga.
Inibidores do controle imunológico (inibidores de “check-point”)
Uma função importante do sistema imunológico consiste em sua capacidade de atacar as células normais e anormais no corpo. Para fazer isso, ele usa pontos de verificação – as chamadas moléculas de controle em células imunológicas que precisam ser ativadas (ou desativadas) para iniciar uma resposta imunológica. As células cancerígenas, às vezes, usam esses pontos de controle para evitar de serem atacadas pelo sistema imunológico. Os medicamentos imunoterápicos modernos têm como alvo esses pontos de controle, reestabelecendo a atividade dessas células imunológicas no combate às células cancerosas. Atualmente, esses medicamentos são usados no tratamento do câncer de bexiga avançado (estágio IV).
Atezolizumab, durvalumab e avelumab. São medicamentos que têm como alvo a PD-L1, uma proteína nas células (incluindo algumas células cancerígenas) que ajuda a evitar que o sistema imunológico ataque as células tumorais. Ao bloquear a PD-L1, esses medicamentos aumentam a resposta imunológica contra as células cancerígenas. Isso pode reduzir alguns tumores ou retardar seu crescimento.
Nivolumab e pembrolizumab. Têm como alvo a PD-1, outra proteína que normalmente ajuda a manter o sistema imunológico sob controle. O bloqueio da PD-1 pode ajudar o sistema imunológico a atacar as células cancerígenas.
Qualquer um desses medicamentos pode ser usado em pacientes com doença avançada que continuam com a doença em progressão após a quimioterapia. O atezolizumab e o pembrolizumab também podem ser usados em pacientes que não podem fazer a quimioterapia com cisplatina, em função de problemas como perda auditiva, insuficiência renal ou insuficiência cardíaca.
Para determinados tipos de câncer de bexiga que não se desenvolvem na parede muscular da bexiga, não diminuem com a BCG intravesical e não realizaram cistectomia, pode ser indicado pembrolizumab.
Esses medicamentos são administrados por infusão intravenosa, a cada 2 ou 3 semanas.
Possíveis efeitos colaterais
Embora os imunoterápicos sejam bem tolerados pela maioria dos pacientes, os efeitos colaterais comuns destes medicamentos incluem fadiga, náuseas, perda de apetite, febre, infecções do trato urinário, erupções cutâneas, diarreia e constipação.
Menos frequentemente, podem ocorrer efeitos colaterais mais sérios. Esses medicamentos agem, basicamente, removendo os freios no sistema imunológico do organismo. Às vezes, o sistema imunológico começa a atacar outras partes do corpo (desencadeando ou piorando doenças autoimunes), o que pode provocar problemas nos pulmões, intestinos, fígado, glândulas secretoras de hormônios ou outros órgãos.
É muito importante relatar quaisquer novos efeitos colaterais ao seu médico. Se ocorrerem efeitos colaterais importantes, o tratamento pode ser interrompido e o médico pode prescrever altas doses de corticosteroides para suprimir seu sistema imunológico.
Anticorpos monoclonais
Anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico para combater as infecções. As versões artificiais, denominadas anticorpos monoclonais podem ser projetadas para atacar um alvo específico, como uma proteína na superfície das células cancerígenas da bexiga. Isso significa que esses tratamentos atacam as células cancerígenas, mas ignoram as células normais que não têm o alvo. Isso reduz os danos às células normais e saudáveis.
Enfortumab vedotin-ejfv
As células cancerígenas da bexiga geralmente têm a proteína Nectin-4 em sua superfície. O enfortumab vedotin-ejfv é um anticorpo anti-Nectin-4 ligado a um medicamento fármaco denominado monometil auristatina e (MMAE). A parte do anticorpo enfortumab atua como um sinal de retorno ao local, levando o medicamento às células cancerígenas da bexiga com a nectina-4. A quimioterapia portanto, alcança as células cancerígenas destruindo-as.
O enfortumab pode ser usado no tratamento de pacientes com câncer de bexiga avançado, já tratados com quimioterapia com base de platina (como cisplatina) e imunoterapia (especificamente, um inibidor de PD-1 ou PD-L1).
O enfortumab é administrado por via venosa, uma vez por semana, durante 3 semanas, com uma semana de descanso.
Os efeitos colaterais frequentes incluem fadiga, neuropatia periférica, náusea, alterações no paladar, diminuição do apetite, diarreia, erupção cutânea, perda de cabelo, olho seco, pele seca, coceira e níveis elevados de açúcar no sangue.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 09/01/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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