Após o diagnóstico e estadiamento da doença, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento. É importante avaliar os benefícios e riscos de cada opção terapêutica, bem como seus possíveis efeitos colaterais, para ajudar a tomar a decisão que melhor se adapte às necessidades de cada paciente.
As principais opções de tratamento para o câncer de bexiga são cirurgia, terapia intravesical, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapia alvo. Em muitos casos, mais do que um desses tratamentos ou uma combinação deles podem ser utilizados.
Em função das opções de tratamento definidas para cada paciente, a equipe médica deverá ser formada por especialistas, como urologistas, cirurgião, oncologista e radiooncologista. Mas, muitos outros poderão estar envolvidos durante o tratamento, como enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais e psicólogos.
Tomando decisões sobre o tratamento. É importante que todas as opções de tratamento sejam discutidas com o médico, bem como seus possíveis efeitos colaterais, para ajudar a tomar a decisão que melhor se adapte às suas necessidades. Alguns fatores importantes devem ser levados em consideração, como idade do paciente, expectativa de vida, estado geral de saúde, estadiamento da doença, chance de cura e possíveis efeitos colaterais do tratamento
Escolhendo interromper o tratamento. Para algumas pessoas, quando os tratamentos não estão mais controlando o câncer, pode ser hora de pesar os benefícios e riscos de continuar a tentar novos tratamentos. Se você continuar (ou não) o tratamento, ainda há coisas que você pode fazer para ajudar a manter ou melhorar a sua qualidade de vida. Algumas pessoas, especialmente se a doença está avançada, podem não querer serem tratadas. Existem muitas razões pelas quais você pode decidir querer interromper o tratamento, mas é importante conversar com seus médicos antes de tomar essa decisão. Lembre-se de que mesmo se você optar por não tratar o câncer, você ainda pode e deve receber cuidados de suporte para ajudar com a dor ou outros sintomas.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 30/01/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Cirurgia para Câncer de Bexiga
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 07/05/2015 - Data de atualização: 01/07/2020
A cirurgia é parte do tratamento da maioria dos cânceres de bexiga. O tipo de cirurgia para câncer de bexiga depende do estágio da doença.
Cirurgia transuretral
A ressecção transuretral é geralmente realizada para tumores superficiais e em estágio inicial. O objetivo é remover as células cancerígenas e os tecidos adjacentes até a camada muscular da parede da bexiga.
Nesse procedimento, um tipo de cistoscópio, denominado ressectoscópio é inserido na bexiga, via uretra para remover quaisquer tecidos anormais ou tumores. O tecido removido é enviado para análise anatomopatológica. O procedimento é realizado tanto com anestesia geral como com anestesia local.
Após a cirurgia, para ter certeza que o tumor foi completamente removido, as células cancerígenas remanescentes são tratadas por fulguração (queima-se a base do tumor), ou ainda podem ser destruídas com o auxílio do cistoscópio e um laser de alta energia.
Os efeitos colaterais dessa técnica são geralmente leves e normalmente desaparecem em um curto período de tempo. Logo após o procedimento pode haver algum sangramento e dor durante a micção. Alguns pacientes podem ter efeitos colaterais, como micção frequente ou mesmo incontinência.
Em pacientes com histórico de tumores recidivantes e não invasivos de baixo grau, o cirurgião, às vezes, pode usar fulguração para queimar tumores pequenos que são visualizados durante a cistoscopia, em vez de removê-los. Isso muitas vezes pode ser feito com anestesia local no próprio consultório do médico. É seguro, mas pode ser levemente desconfortável.
Cistectomia
A cistectomia parcial ou total é realizada para tumores de bexiga invasivos:
- Cistectomia parcial. Se o
tumor invadiu a camada muscular, mas não é muito grande e está bem
localizado, pode ser removido sem retirar toda a bexiga. Nesse
procedimento os linfonodos regionais também são retirados e enviados
para análise. A principal vantagem dessa cirurgia é a conservação da
bexiga e o fato de não ser necessária uma cirurgia de reconstrução. Mas a
bexiga restante pode não ser capaz de conter muita urina, o que implica
numa micção mais frequente.
- Cistectomia radical. Se o tumor é grande ou está localizado em várias áreas da bexiga é realizada a cistectomia radical, que consiste na remoção de toda a bexiga e dos linfonodos. Nos homens, a próstata e as vesículas seminais também são removidas. Nas mulheres, os ovários, trompas de Falópio, útero, colo do útero e uma pequena parte da vagina são frequentemente removidos junto com a bexiga.
As cistectomias são realizadas por meio de uma incisão no abdome, com o paciente sob anestesia geral.
Em alguns casos, a cirurgia pode ser feita através de várias incisões pequenas utilizando instrumentos com uma pequena câmara na extremidade para visualizar o interior da pelve, essa técnica é conhecida como cirurgia laparoscópica.
Cirurgia de reconstrução
Se a bexiga inteira for removida, será necessária a reconstrução da mesma para o armazenamento e eliminação da urina. Existem diversos tipos de cirurgia de reconstrução que podem ser escolhidos dependendo da sua situação clínica e preferências pessoais.
- Desvio incontinente. Uma
opção é remover uma porção pequena do intestino e conectá-lo aos
ureteres, criando o que se denomina conduto ileal, para que a urina
passe dos rins para fora do corpo. O conduto está ligado à pele na parte
anterior do abdome por uma abertura denominada estoma ou urostomia.
Após o procedimento, uma pequena bolsinha é colocada sobre o estoma para
coletar a urina, que sai continuamente em pequenas quantidades.
- Desvio continente. Outra técnica para
drenar a urina é o chamado desvio urinário. Nela é criada uma válvula na
bolsa feita no intestino. A válvula permite que a urina seja armazenada
em um reservatório urinário continente. O reservatório é esvaziado
várias vezes ao dia através de um cateter para o estoma. Alguns
pacientes preferem esse método para não ficar com uma bolsinha externa.
- Neobexiga. Outra técnica é fazer com que a urina retorne à uretra, restaurando a micção. Uma maneira de fazer isto é criar uma neobexiga, um reservatório urinário feito de uma porção do intestino. Assim como no conduto ileal e o desvio urinário, os ureteres são ligados à neobexiga. A diferença é que a neobexiga é ligada à uretra, permitindo ao paciente urinar normalmente.
Se a doença se disseminou ou não pode ser removida cirurgicamente, pode ser criado um desvio sem a remoção da bexiga. Nesse caso, o objetivo da cirurgia é prevenir ou aliviar o bloqueio do fluxo da urina, em vez de curar a doença.
Efeitos colaterais da cistectomia
A cistectomia é uma cirurgia de grande porte, com riscos a curto prazo, que incluem reações à anestesia, dor, sangramento, formação de coágulos sanguíneos, e infecções.
A maioria das pessoas terá pelo menos alguma dor após a cirurgia, que poderá ser controlada com medicamentos.
A cistectomia radical pode também causar efeitos colaterais, como:
- Efeitos da cistectomia na micção.
A cirurgia da bexiga pode afetar a forma como a urina é eliminada. Se
você fez uma cistectomia parcial, isso pode ser limitado a ter que ir
com mais frequência porque a bexiga passará a armazenar menos urina. Se a
cistectomia for radical, será necessária uma cirurgia de reconstrução
para criar uma nova maneira de eliminar a urina. Dependendo do tipo de
reconstrução, pode ser necessário aprender a esvaziar a bolsa de
urostomia ou colocar um cateter no estoma. Além de mudanças na forma
como a urina é excretada os possíveis efeitos colaterais do desvio
urinário e da urostomia podem incluir infecção na abertura,
incontinência urinária, cálculos na bolsinha, obstrução do fluxo da
urina e problemas de absorção.
- Efeitos na sexualidade da cistectomia radical em homens.
Nos homens, a cirurgia radical de bexiga remove a glândula prostática e
as vesículas seminais. Como essas glândulas produzem a maior parte do
líquido seminal, removê-las significa que um homem não vai mais produzir
sêmen. Os testículos ainda produzem espermatozoides, mas ao invés de
sair do corpo no sêmen, são reabsorvidos. Após a cirurgia radical da
bexiga, o orgasmo ainda pode ocorrer, mas será seco, isto é, sem sêmen.
Muitos homens podem ter lesões nos nervos da região o que os impede de
ter uma ereção. Em alguns homens isso pode melhorar com o tempo.
Geralmente, essa recuperação é mais provável em homens jovens. Se essa
questão é importante para você, discuta o assunto com seu médico antes
da cirurgia. Novas técnicas cirúrgicas podem diminuir a chance de
impotência.
- Efeitos na sexualidade da cistectomia radical em mulheres.
Essa cirurgia geralmente remove a metade da vagina, o que pode tornar o
sexo menos confortável para algumas mulheres. Os orgasmos e a
lubrificação também podem ser afetados. Você deve conversar com o
cirurgião para entender o quanto a cirurgia pode afetar sua vida sexual.
Uma opção é reconstruir a vagina. Existem várias técnicas de
reconstrução vaginal, converse com o médico para saber os prós e contras
de cada uma delas. Se a vagina não for reconstruída, ela será menor,
mas ainda assim é possível ter relações sexuais. Independente de a
paciente fazer (ou não) a reconstrução existe muitas maneiras de tornar a
relação sexual confortável. A cistectomia radical pode também afetar a
capacidade de uma mulher ter um orgasmo. Durante a cistectomia, os ramos
nervosos que correm ao longo de cada lado da vagina podem ser
lesionados quando parte dela é removida. Outro problema possível é a
remoção da extremidade da uretra, o que pode fazer com que o clitóris
perca parte do seu suprimento de sangue, afetando a excitação sexual.
- Efeitos na sexualidade da urostomia. Tanto para os homens como para as mulheres, é normal se preocupar com a vida sexual após uma urostomia. Mas, o ajuste correto da bolsinha de ostomia e o esvaziamento antes do sexo reduz as chances de um vazamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 30/01/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Terapia Intravesical para Câncer de Bexiga
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A terapia intravesical é o tratamento com medicamentos administrados diretamente na bexiga, através de um cateter, em vez de utilizar a via oral ou venosa. O medicamento permanece na bexiga por até 2 horas. Dessa forma, a droga pode agir nas células que revestem o interior da bexiga sem provocar grandes efeitos colaterais em outras partes do corpo.
Uso da terapia intravesical
A terapia intravesical é geralmente realizada após a ressecção transuretral do tumor de bexiga. Geralmente é feita dentro de 24 horas após o procedimento. O objetivo é destruir todas as células cancerígenas remanescentes.
- Tratamento do câncer de bexiga não invasivo.
Esses cânceres estão contidos apenas no revestimento da bexiga (estágio
0) ou minimamente invasivo (estágio I). Eles não se disseminaram às
camadas mais profundas, músculos da parede da bexiga ou para outras
partes do corpo. A quimioterapia intravesical é usada para esses
cânceres em estágio inicial porque os medicamentos administrados dessa
forma atuam principalmente as células que revestem o interior da bexiga.
Eles têm pouco ou nenhum efeito sobre as células de outros locais do
corpo. Isso significa que quaisquer células cancerígenas fora do
revestimento da bexiga, incluindo aquelas que cresceram profundamente na
parede da bexiga, não são tratadas pela terapia intravesical. Os
medicamentos injetados na bexiga tampouco atingem as células
cancerígenas nos rins, ureteres e uretra ou aquelas que se disseminaram
para outros órgãos.
- Tratamento do câncer de bexiga invasivo. A quimioterapia intravesical é feita dentro de 24 horas após a ressecção transuretral. Mas outros tipos de tratamento são geralmente os próximos passos para os cânceres de bexiga estágios II a IV, porque eles se disseminaram além da camada de revestimento da parede da bexiga. Às vezes, a imunoterapia intravesical de indução e manutenção é usada após a radioterapia e quimioterapia sistêmica para tumores em estágio II, se a cirurgia não puder ser realizada. Raramente é usada para doença em estágio III. Quando é, se utiliza junto com outros tratamentos nos casos em que a cirurgia não pode ser realizada. Os tumores em estágio IV raramente são tratados com terapia intravesical.
Tipos de terapia intravesical
- Imunoterapia intravesical
A imunoterapia faz com que o próprio sistema imunológico do corpo ataque as células cancerígenas.
Terapia com Bacillus Calmette-Guerin (BCG). A terapia com o bacilo de Calmette-Guerin é considerada a imunoterapia intravesical mais eficaz para o tratamento de câncer de bexiga em estágio inicial. O bacilo de Calmette-Guerin é uma bactéria que está relacionada com o bacilo que causa a tuberculose (TB). Para tratar o câncer de bexiga, a vacina BCG é administrada diretamente na bexiga através de um cateter. As células do sistema imunológico são atraídas para a bexiga e ativadas pela BCG, que por sua vez afeta as células do câncer de bexiga. O tratamento com BCG pode provocar sintomas como gripe, febre, dor, calafrios, calafrios e fadiga. Também pode provocar sensação de queimação na bexiga e necessidade de urinar com frequência.
- Quimioterapia intravesical
Na quimioterapia intravesical os medicamentos quimioterápicos são administrados diretamente na bexiga através de um cateter. Esses medicamentos destroem as células cancerígenas em crescimento. Estes medicamentos também podem ser administrados sistemicamente (geralmente por via venosa) para tratar estágios mais avançados da doença. A quimioterapia intravesical é mais frequentemente usada quando a imunoterapia intravesical não responde. Raramente é feita por mais de 1 ano.
A solução de quimioterapia pode ser aquecida antes de ser inserida na bexiga. Alguns especialistas acreditam que isso faz com que o medicamento responda de forma mais eficaz nas células cancerígenas. Quando a quimioterapia é aquecida é denominada terapia intravesical hipertérmica.
Mitomicina. É o medicamento usado com mais frequência na quimioterapia intravesical. A administração desse medicamento junto com o aquecimento do interior da bexiga, o que é denominado de terapia eletromotriz com mitomicina, pode potencializar o tratamento.
Gencitabina. Esse medicamento pode provocar menos efeitos colaterais que a mitomicina e é menos provável que seja absorvido no sangue.
Valrubicina. Esse medicamento pode ser usado se a BCG parar de responder. Mas nem todos os especialistas concordam com este tratamento.
Os principais efeitos colaterais da quimioterapia intravesical são irritação e sensação de queimação na bexiga e sangue na urina.
Uma grande vantagem de administrar a quimioterapia diretamente na bexiga em vez de injetá-la na corrente sanguínea é que os medicamentos geralmente não atingem e afetam outras partes do corpo. Isso evita muitos dos efeitos colaterais relacionados à quimioterapia.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 30/01/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
http://www.oncoguia.org.br/
https://www.inca.gov.br/
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