- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 17/03/2015 - Data de atualização: 15/09/2020
Muitas pesquisas sobre câncer colorretal estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro, promovendo grandes avanços em prevenção, detecção precoce e tratamentos. Confira alguns deles.
- Reduzindo o risco do câncer colorretal
Muitos estudos procuram identificar as causas do câncer colorretal, na esperança de usar esse conhecimento para prevenir a doença.
Outros estudos estão buscando verificar se determinados tipos de dietas, suplementos dietéticos ou medicamentos podem reduzir o risco de uma pessoa desenvolver câncer colorretal. Por exemplo, muitas pesquisas mostraram que aspirina e analgésicos podem ajudar a diminuir o risco de câncer colorretal, mas esses medicamentos, às vezes, podem apresentar efeitos colaterais. No momento, os pesquisadores estão tentando determinar se existem grupos de pessoas para quem os benefícios superariam os riscos.
- Detecção precoce
Os médicos estão buscando melhores maneiras de diagnosticar o câncer colorretal precocemente, estudando novos tipos de exames de rastreamento e aprimorando os que já estão sendo usados.
- Diagnóstico
Os pesquisadores estão definindo subtipos do câncer colorretal, o que significa agrupar os tumores baseados em como as mutações genéticas nas células cancerígenas se parecem e se comportam, bem como a rapidez com que as células se dividem e as características do próprio tumor. Isso pode permitir uma melhor compreensão da progressão da doença, bem como um planejamento de tratamento mais claramente definido (medicina de precisão).
- Testes de laboratório
Testes de laboratório que analisam diferentes genes das células cancerígenas foram desenvolvidos para prever quais pacientes têm maior risco de recidiva da doença. Esses testes estão sendo estudados para ajudar a decidir o melhor tratamento para cada paciente. Também podem ser úteis para decidir se é necessário mais tratamento após a cirurgia.
- Biópsia líquida
Os pesquisadores estão estudando biópsias líquidas para o diagnóstico e tratamento do câncer. Uma biópsia líquida é geralmente uma amostra de sangue coletada para analisar a presença de câncer. É muito mais fácil obter uma amostra de sangue do que uma amostra do tumor com uma agulha. Estudos mostraram que biópsias líquidas contêm células cancerígenas, bem como amostras do DNA do câncer. As biópsias líquidas também podem ser amostras de urina, líquido espinhal ou derrame pleural.
As pesquisas atuais estão avaliando o DNA do câncer colorretal de biópsias líquidas para diagnosticar mutações genéticas específicas. Os pesquisadores esperam poder identificar se as alterações genéticas podem ajudar os médicos a escolher os melhores medicamentos para os pacientes. Esses estudos também estão analisando se os níveis crescentes do DNA do tumor na biópsia líquida preveem se um câncer não está mais respondendo a determinados medicamentos antes mesmo da realização de um exame de imagem ou a prever a recidiva da doença após o tratamento.
- Cirurgia
Os cirurgiões continuam aprimorando as técnicas cirúrgicas do câncer colorretal. Também está em estudo a cirurgia para câncer de reto através do ânus, sem incisões na pele.
A preservação de órgãos para manter o corpo funcionando normalmente é outro objetivo das pesquisas. Por exemplo, os médicos estão avaliando o momento ideal para a cirurgia após a quimioterapia para redução do tumor de reto e como saber a melhor resposta para cada paciente.
Às vezes, quando o câncer colorretal recidiva, ele se dissemina para o peritônio. Esse tipo de câncer é frequentemente difícil de ser tratado. Os cirurgiões estudaram um procedimento denominado quimioterapia hipertérmica intraperitoneal. Inicialmente, a cirurgia é realizada para remover o máximo possível do tumor. Ainda na sala de cirurgia, a cavidade abdominal recebe a quimioterapia aquecida. Isso coloca a quimioterapia diretamente em contato com as células cancerígenas, o que se espera é que o calor ajude os medicamentos a responderem melhor. Alguns pacientes tiveram aumento da sobrevida com este tipo de tratamento, mas ainda são necessários mais estudos para determinar quais pacientes podem ser beneficiados com essa técnica. Também requer médicos e enfermeiros bem treinados, além de equipamentos especiais, por isso ainda não está disponível para amplo uso.
Casos de câncer colorretal disseminado para o fígado e que pode ser removido cirurgicamente, outro procedimento em estudo é a quimioterapia por infusão da arterial hepática, que muitas vezes requer cirurgia. Neste procedimento, uma bomba é implantada próxima da artéria hepática, que alimenta a maioria dos cânceres de fígado, para a administração da quimioterapia. A quimioterapia é então liberada diretamente no fígado para destruir as células cancerígenas, preservando as células saudáveis do fígado. Frequentemente, esse procedimento é administrado junto com a quimioterapia sistêmica para reduzir o tamanho dos tumores e tornar possível a realização da cirurgia. Mais pesquisas estão sendo feitas para verificar quais pacientes podem se beneficiar desse procedimento.
- Quimioterapia
Diferentes abordagens estão sendo avaliadas em estudos clínicos, incluindo:
- Testes de novos medicamentos quimioterápicos que já são usados para outros tipos de câncer.
- Novas formas de combinar os medicamentos já conhecidos contra o câncer colorretal, para ver sua eficácia em conjunto.
- Melhores maneiras de combinar a quimioterapia com a radioterapia, terapia-alvo e/ou imunoterapia.
Outras áreas de interesse são as pesquisas por melhores formas de identificar, prevenir e gerenciar os efeitos colaterais da quimioterapia.
- Terapia-alvo
Os medicamentos de terapia-alvo agem de forma diferente dos medicamentos quimioterápicos convencionais, afetando partes específicas das células cancerosas que as tornam diferentes das células normais. Vários tipos de terapia-alvo já são utilizados para tratar o câncer colorretal avançado. Os pesquisadores estão estudando a melhor maneira de administrar esses medicamentos e buscando novas terapias-alvo.
A maioria dos cânceres colorretais avançado é verificada para a presença de mutações genéticas nos genes KRAS, NRAS e BRAF. Se não existir mutações, determinadas terapias-alvo podem ser usadas como opções terapêuticas. Se um câncer colorretal tem uma mutação específica no gene BRAF, denominada BRAF V600E, o cetuximabe e o panitumumabe podem ser úteis se administrados junto com os inibidores de BRAF e inibidores de MEK. Esses inibidores estão aprovados para o tratamento de alguns tipos de câncer de pele melanoma, câncer de pulmão de não pequenas células e outros. Os cânceres com mutação BRAF V600E constituem cerca de 5 a 10% dos cânceres colorretais e geralmente têm um pior prognóstico. Mais estudos estão sendo realizados para verificar a melhor combinação de medicamentos para cânceres com essa mutação.
Alguns cânceres colorretais sem mutações nos genes KRAS, NRAS ou BRAF podem ter grande quantidade da proteína HER2 ou do gene HER2. Para esses cânceres, uma opção é o tratamento com as terapias-alvo trastuzumabe e lapatinibe ou trastuzumabe ou pertuzumabe. Esses medicamentos estão aprovados para o tratamento do câncer de mama e alguns outros tipos de câncer, mas são necessárias mais pesquisas para o uso em pacientes com câncer colorretal.
Se um câncer colorretal não apresentar mutações nos genes KRAS, NRAS ou BRAF, ele pode ser testado para alterações em um dos genes NTRK. Essas alterações genéticas podem levar ao crescimento anormal das células e ao câncer. O larotrectinibe e o entrectinibe são terapias-alvo que desativam as proteínas produzidas pelos genes NTRK anormais. O número de cânceres colorretais que apresentam essa mutação é inferior a 1%, podendo ser uma opção para alguns pacientes.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 29/06/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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