CÂNCER INFANTIL: O que podemos fazer para que as crianças brasileiras tenham maiores chances de vencer o câncer?
Desiderata reúne lideranças nacionais em oncologia pediátrica para unificar pautas e aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil
Rio, 18/3/21- O Instituto Desiderata organizou, no último dia 5 de março, um encontro virtual entre as principais lideranças nacionais em oncologia pediátrica, com o objetivo de promover um diálogo entre as diversas iniciativas existentes no Brasil para aumentar as chances de cura de crianças e adolescentes com câncer.
A reunião contou com representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), INCA, SOBOPE, Hospital Pequeno Príncipe, Hospital do Amor de Barretos, Instituto Ronald McDonald, CONNIAC, Instituto do Câncer Infantil e Hospital Municipal Jesus e teve como foco os principais desafios para aumentar as chances de cura em um Brasil com enorme desigualdade regional. O evento teve a mediação da diretora executiva do Instituto Desiderata, Roberta Costa Marques.
A proposta do Desiderata é que as organizações sigam o exemplo de outros países e utilizem a Iniciativa Global contra o Câncer Infantojuvenil (GICC) como uma referência para avançar com as pautas. O Desiderata também se colocou à disposição para liderar a elaboração, com outras instituições, de um panorama nacional da oncologia pediátrica, a exemplo do levantamento que o Desiderata realiza no município do Rio de Janeiro desde 2014. “Nós precisamos de dados para sensibilizar gestores e apoiadores da causa e a unificação dos nossos discursos pode fortalecer essa agenda”, ressaltou Roberta.
A consultora da OPAS para a Iniciativa Global para o Câncer Infantil na América Latina, Karina Ribeiro, anunciou, na reunião, que a OMS lançou, em fevereiro deste ano, o pacote Cure All, com os pilares adotados pela iniciativa, e que apresentou à sua equipe a mobilização e as discussões ocorridas no 5º Fórum de Oncologia Pediátrica, organizado pelo Desiderata em 2019.
Karina elogiou a mobilização dos diversos atores envolvidos na luta contra o câncer infantil no Brasil, mas apontou que em um país onde grande parte dos atendimentos acontecem no sistema público, é ainda mais essencial o envolvimento do Ministério da Saúde com o tema.
A presidente da CONNIAC, Teresa Fonseca, também destacou a importância da união entre as organizações. “A coordenação de equipe é fundamental para realizar um planejamento estratégico e seguir na mesma direção para ganharmos cada vez mais espaço e força para mudarmos a realidade que temos hoje”, afirmou.
Durante a reunião, as lideranças também abordaram outros assuntos fundamentais para o andamento das pautas em comum, como a importância da construção de uma estrutura de advocacy para uma atuação além do legislativo, os investimentos na qualificação do tratamento de câncer infantojuvenil. Também foi sugerida a realização de uma auditoria para que se cumpram as normativas que já existem, mas não são seguidas pelos hospitais.
Cumprindo o papel da articulação entre as entidades, o objetivo do Desiderata, agora, é manter a discussão entre essas lideranças até o próximo Fórum de Oncologia Pediátrica (FOP) que acontece em agosto, em formato on-line, sob a coordenação científica da chefe do Serviço de Oncologia Pediátrica do Inca, Sima Ferman.
Em sua sexta edição, o FOP vem se firmando, cada vez mais como um importante espaço de discussão e proposição de ações e políticas relacionadas ao câncer infantil no país. “Podemos levar a expertise de vocês para o resto do país e melhorar acesso e equidade no tratamento e aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil no Brasil, especialmente com tantos desafios postos para a saúde pública nos dias atuais”, concluiu Roberta.
COLORRETAL/RIM
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