- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 17/03/2015 - Data de atualização: 15/09/2020
Para alguns pacientes com câncer colorretal, o tratamento pode remover ou destruir o câncer, mas chegar ao fim do tratamento pode ser estressante. Ao mesmo tempo em que o paciente se sente aliviado com o término do tratamento, fica a preocupação de uma recidiva ou metástase. Este é um sentimento muito comum para a maioria dos pacientes que tiveram câncer colorretal.
Em outros pacientes, o câncer pode não desaparecer completamente e eles continuarão realizando tratamentos regulares com quimioterapia, radioterapia ou outras terapias para tentar manter a doença sob controle.
A vida após o câncer significa voltar a realizar suas atividades e também a fazer novas escolhas.
Cuidados no acompanhamento
Quando o tratamento terminar, os médicos irão acompanhá-lo de perto por alguns anos. Por isso, é muito importante comparecer a todas as consultas de acompanhamento. Nessas consultas o médico sempre o examinará, conversará com você sobre qualquer sintoma que tenha apresentado, poderá pedir alguns exames de laboratório ou de imagem para acompanhamento e reestadiamento da doença.
Quase todos os tratamentos para o câncer podem apresentar efeitos colaterais. Alguns podem durar apenas alguns dias ou semanas, mas outros podem durar mais tempo. Alguns efeitos colaterais podem não aparecer até mesmo anos após o término do tratamento. Suas visitas ao médico são um bom momento para fazer perguntas e falar sobre quaisquer alterações ou problemas que você perceba ou preocupações que você possa apresentar.
Para todos os pacientes com câncer colorretal que já terminaram o tratamento, é importante informar aos seus médicos sobre quaisquer novos sintomas ou problemas, pois eles podem ser provocados pelo retorno do câncer, por uma nova doença ou por um segundo câncer.
Acompanhamento clínico e exames médicos
Os pacientes sem sinais remanescentes de câncer, muitos médicos recomendam visitas de acompanhamento para exame físico e alguns dos exames listados abaixo a cada 3 a 6 meses nos primeiros anos e, em seguida, a cada 6 meses ou mais nos próximos anos. Para os pacientes que foram tratados em estágio inicial podem fazer isso com menos frequência.
Colonoscopia. Na maioria dos casos, o médico solicitará uma colonoscopia após um ano da cirurgia. Se os resultados forem normais, a maioria dos pacientes não precisará de outra em um período de até 3 anos. Se os resultados desse exame forem normais, a periodicidade dos exames poderá ser a cada 5 anos. Se a colonoscopia mostrar áreas anormais ou pólipos, o exame pode ser repetido com mais frequência.
Proctoscopia. Se o tumor foi removido por excisão transanal, provavelmente será solicitado proctoscopia a cada 3 a 6 meses nos primeiros anos após o tratamento, depois a cada 6 meses, para acompanhamento clínico.
Exames de imagem. A solicitação de exames de imagem dependerá do estadiamento da doença e de outros fatores. As tomografias computadorizadas podem ser feitas regularmente, como uma vez a cada 6 meses a um ano para pacientes com maior risco de recidiva, especialmente nos primeiros anos após o tratamento. Pacientes que tiveram tumores removidos no fígado ou nos pulmões podem precisar fazer exames com uma maior periodicidade durante os primeiros anos.
Antígeno carcinoembrionário (CEA). É uma substância que pode ser encontrada no sangue de alguns pacientes com câncer colorretal. Os médicos geralmente verificam os níveis desse marcador com um exame de sangue antes do início do tratamento. Se esse marcador estiver elevado no início e voltar ao normal após a cirurgia, ele pode ser verificado durante o acompanhamento clínico após o tratamento. Se nesse período o nível do marcador tumoral aumentar, pode ser um sinal de que a doença voltou e exames de colonoscopia ou de imagem podem ser solicitados para tentar localizar o local da recidiva.
Registros médicos
Eventualmente em algum momento após o diagnóstico e o tratamento do câncer colorretal, você pode consultar outro médico, que desconheça totalmente seu histórico clínico. É importante que você seja capaz de informar ao novo médico os detalhes do diagnóstico e do tratamento. Verifique se você tem ao seu alcance, informações como:
- Cópia do laudo de patologia e de qualquer biópsia ou cirurgia.
- Cópia do relatório de alta hospitalar.
- Cópia do relatório do tratamento radioterápico.
- Cópia do relatório do tratamento de quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia, incluindo medicamentos utilizados, doses e tempo do tratamento.
- Exames de imagem.
O médico pode querer manter cópias dessas informações, não se esqueça de sempre manter cópias de tudo com você também!
Gerenciando os efeitos colaterais
A maioria dos efeitos colaterais desaparece após o término do tratamento, mas alguns podem continuar e precisam de cuidados especiais para seu gerenciamento. Por exemplo, pacientes com colostomia ou ileostomia podem precisar da ajuda de profissionais de saúde para aprender a cuidar das bolsinhas de colostomia.
Como diminuir o risco do câncer progredir ou recidivar?
Permanecer tão saudável quanto possível é mais importante do que nunca após o tratamento do câncer colorretal. Parar de fumar e manter uma alimentação saudável pode ajudá-lo a reduzir o risco da recidiva e a protegê-lo de outros problemas de saúde.
O consumo de tabaco está claramente relacionado ao câncer colorretal, então não fumar ajuda a reduzir seu risco. Além disso ajudará a melhorar sua apetite e seu estado geral de saúde, além de reduzir a chance de desenvolver outros tipos de câncer.
Faça escolhas saudáveis. O diagnóstico de câncer colorretal faz com que a maioria dos pacientes passe a ver a vida sob outra perspectiva. Muitos começam a se preocupar com a saúde, tentam alimentar-se melhor, levar uma vida menos sedentária, tentam diminuir o consumo de álcool e param de fumar. Não se estresse com pequenas coisas. É o momento de reavaliar a vida e fazer mudanças. Se preocupe com sua saúde.
Suplementos dietéticos
Até o momento, nenhum suplemento dietético, incluindo vitaminas, minerais e produtos à base de plantas, mostrou diminuir o risco da progressão ou recidiva do câncer colorretal. Isso não significa que nenhum suplemento ajudará, mas é importante saber que nenhum suplemento é eficaz.
Vitamina D. Algumas pesquisas sugerem que os ex-pacientes de câncer colorretal com níveis mais altos de vitamina D podem ter melhores resultados do que aqueles com níveis mais baixos. Mas ainda não está claro se tomar suplementos de vitamina D significa obter melhores resultados.
Cálcio. Algumas pesquisas sugerem que suplementos de cálcio podem reduzir o risco de pólipos colorretais em pessoas que já tiveram pólipos, mas não está claro se os suplementos de cálcio podem reduzir o risco da recidiva do câncer colorretal.
Se você está pensando em tomar qualquer tipo de suplemento nutricional, converse antes com seu médico, para decidir quais você pode usar com segurança, evitando aqueles que podem ser prejudiciais.
Aspirina
Alguns estudos mostraram que pessoas que usam aspirina regularmente têm um risco menor de câncer colorretal e pólipos. Algumas evidências sugerem que iniciar o uso de aspirina após ser diagnosticado com câncer colorretal pode diminuir o risco da recidiva da doença. Entretanto, não está claro, se esse benefício é observado em todos os pacientes com câncer colorretal. Como a aspirina pode ter efeitos colaterais graves ou até mesmo fatais, como hemorragia estomacal ou úlceras estomacais, a maioria dos pesquisadores recomenda consultar um médico antes de iniciar o uso regular da aspirina como uma forma de diminuir o risco da recidiva.
Álcool
O consumo de álcool tem sido associado a um risco aumentado de câncer colorretal, especialmente nos homens. Mas não está claro se afeta o risco da recidiva da doença.
Recomenda-se limitar o consumo de álcool a 1 dose por dia para as mulheres ou 2 doses por dia para homens para ajudar a reduzir o risco de contrair certos tipos de câncer, incluindo o câncer colorretal. Mas para pacientes que terminaram o tratamento do câncer, os efeitos do álcool sobre o risco da recidiva são amplamente desconhecidos. Esta questão é complicada pelo fato de que o consumo de álcool em pouca ou moderada quantidade tem sido associado a um menor risco de doença cardíaca.
Como esta questão é complexa, é importante discutir isso com seu médico, levando em consideração seu risco de recidiva de câncer colorretal ou de um novo câncer colorretal, seu risco de doença cardíaca e o risco de outros problemas de saúde relacionados ao uso de álcool.
Parar de fumar
Parar de fumar pode ter outros benefícios para a saúde, bem como reduzir o risco de alguns outros tipos de câncer. Se precisar de ajuda para parar de fumar, converse com seu médico ou ligue gratuitamente para nosso Canal Ligue Câncer - Programa Nacional de Apoio ao Paciente com Câncer - 0800 773 1666 - de segunda a sexta, das 9h às 17h.
Se o câncer voltar?
Se o câncer recidivar em algum momento, suas opções de tratamento dependerão da localização da recidiva, de quais tratamentos já foram realizados e de seu estado de saúde geral.
Risco de um segundo câncer após o tratamento
As pessoas que tiveram câncer colorretal ainda podem ter outros tipos de câncer. De fato, os ex-pacientes de câncer colorretal têm um maior risco de ter outro câncer colorretal, bem como alguns outros tipos de câncer.
Suporte emocional
Algo que ajuda muito o paciente com câncer colorretal a enfrentar a doença é o apoio e a força que ele recebe. Independente de como, o importante é que você encontre em algo ou em alguém essa ajuda, seja nos familiares, nos amigos, em ex-pacientes, em sites sobre a doença, ou até em sua própria fé. Você não precisa passar por tudo isso sozinho, seus familiares e amigos podem e querem ajudar você. Não se feche na doença, esteja disposto a ouvir o que os outros têm a lhe dizer.
Sexualidade
Aprender a se sentir confortável com seu corpo durante e após o tratamento do câncer colorretal é uma experiência pessoal e diferente para cada paciente. Alguns pacientes podem se sentir constrangidos com o uso de uma colostomia ou ileostomia. Outros podem apresentar problemas sexuais como consequência do tipo de cirurgia.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 29/06/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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abs
Carla
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