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quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Janeiro Verde: mês de conscientização e prevenção do câncer cervical : Colo do Útero

 Somente para este ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê mais de 17 mil novos casos de câncer de colo do útero. É um número elevado para uma doença que pode ser diagnosticada e tratada em seus estágios iniciais, além de ser evitada com uso de preservativo e, mais recentemente, com vacina. 

A incidência desse câncer vem caindo acentuadamente nos países ricos, e a Austrália, que começou a vacinar suas crianças há uma década, já faz planos para a erradicação da doença. A principal causa do câncer de colo de útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), transmitido pelo contato sexual e responsável por 99,7% dos registros.

A incidência de câncer de colo de útero é muito alta nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento e mais baixa nos países desenvolvidos por causa do acesso regular a exames preventivos, sobretudo o Papanicolau, que detecta a doença em seus estágios iniciais. Nos países pobres e em desenvolvimento, porém, a procura e o acesso ao exame ainda são problemáticos, o que explica a alta incidência da doença. 

 

Em seus estágios iniciais, o câncer de colo do útero geralmente não apresenta sintomas, estes só aparecem nos casos mais avançados. Contudo esses sintomas não significam necessariamente que a mulher tem câncer. Os sintomas, como os citados abaixo, podem indicar vários outros problemas, mas revelam que é preciso consultar um médico.

  • Secreção, corrimento ou sangramento vaginal incomum
  • Sangramento leve, fora do período menstrual
  • Sangramento ou dor após a relação sexual, ducha íntima ou exame ginecológico

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer, mas isso não significa que você vai ter câncer de colo de útero.

Infecção por HPV: É o mais importante fator de risco. O HPV é uma família com cerca de 140 tipos de vírus, alguns causam verrugas genitais (condiloma) e outros, câncer de colo do útero: os chamados HPVs de alto risco. Os HPVs são transmitidos sexualmente e o risco de infecção é maior em quem tem início precoce da vida sexual e mantém relações sexuais sem preservativo. 

Atualmente, não existe cura nem tratamento diretamente contra o HPV, mas em geral a infecção desaparece sem tratamento.

O exame de Papanicolaou detecta alterações nas provocadas células pelo HPV e, embora não haja tratamento para a infecção, o crescimento celular anormal que ele ocasiona pode e deve ser tratado. Embora seja o mais importante fator de risco para o câncer de colo do útero, a maioria das mulheres infectadas não desenvolve a doença. 

O exame, que pode detectar as lesões pré-cancerosas causadas pelo HPV, consiste na análise microscópica de células do colo do útero obtidas por meio de uma leve raspagem. Todas as mulheres devem fazer o Papanicolaou anualmente, a partir dos 21 anos ou do terceiro ano após o início de sua vida sexual. 

A partir dos 30 anos, mulheres que tiveram três exames de Papanicolaou normais seguidos podem fazê-lo a cada dois ou três anos ou fazer o Papanicolaou a cada três anos junto com o teste de DNA de HPV, se negativo. Mulheres expostas ao HIV ou com problemas no sistema imunológico devem fazer o exame anualmente. Mulheres com 70 anos ou mais que tiveram três ou mais testes normais em sequência (e nenhum resultado anormal em 10 anos) podem parar de fazer esses exames.

Mulheres submetidas a histerectomia total (retirada do útero e colo do útero) por outro motivo que não o câncer ou a lesão pré-cancerosa também podem parar de fazer o exame. 

As submetidas à histerectomia parcial devem continuar com os exames de rotina. A vacina não serve para quem já tem HPV, mas deve ser aplicada em meninas e meninos antes do início da vida sexual. Há duas vacinas no mercado. 

Uma é eficaz contra as versões 16 e 18 do vírus, que respondem por até 70% dos casos de câncer de útero. A outra é eficaz contra os tipos 16 e 18 e contra as variedades 6 e 11, responsáveis por 80% dos casos de condiloma (verrugas genitais).

Infecção por HIV: o vírus da Aids diminui as defesas do organismo e reduz a capacidade dele de combater o vírus e o câncer em seus estágios iniciais.

Fumo: mulheres fumantes têm duas vezes mais risco de ter câncer de colo do útero do que aquelas que não fumam.

 

  •  Diagnóstico

 

A colposcopia permite examinar o colo do útero por meio de um aparelho chamado colposcópio, que se assemelha a um par de binóculos. Ele produz uma imagem ampliada, entre 10 a 40 vezes, que possibilita que o médico identifique lesões imperceptíveis a olho nu. O diagnóstico definitivo é feito por meio de biópsia, que é a retirada de uma amostra de tecido, que vai ser analisada ao microscópio para ver se nela há células cancerosas.

O estadiamento é um sistema de classificação que estabelece a extensão da disseminação do câncer. O câncer de colo de útero usa o sistema de estadiamento da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (Figo), que classifica a doença em estágios de 0 a IV.

Estágio 0: o tumor é um carcinoma in situ, superficial, encontrado apenas nas células de revestimento do colo do útero, e ainda não invadiu os tecidos mais profundos.

Estágio I: o tumor invadiu o colo do útero, mas não se espalhou para outros órgãos. Eles se subdividem em:

  • Estágio IA: é a forma mais inicial do estágio I, caracterizada por uma quantidade muito pequena de células cancerosas que só podem ser vistas ao microscópio:
    • Estágio IA1: a área invadida pelo câncer tem 3 mm de profundidade e até 7 mm de largura.
    • Estágio IA2: a área invadida pelo câncer tem entre 3 mm e 5 mm de profundidade e até 7 mm de largura.
  • Estágio IB: neste estágio geralmente o câncer pode ser visto sem a ajuda de um microscópio. Ele inclui também o câncer que já avançou mais de 5 mm no tecido conectivo do colo do útero ou tem mais de 7 mm de largura, mas só pode ser visto ao microscópio:
    • Estágio IB1: O câncer é visível, mas não tem mais de 4 cm.
    • Estágio IB2: O câncer é visível e tem mais de 4 cm.

Estágio II: o câncer não está mais restrito ao colo do útero, mas ainda se limita à região pélvica. Ele se subdivide em:

  • Estágio IIA: o câncer atingiu a parte superior da vagina, mas não o terço inferior.
  • Estágio IIB: o câncer atingiu o tecido vizinho ao colo do útero, o chamado tecido parametrial.

Estágio III: o câncer se espalhou para a parte inferior da vagina ou para a parede pélvica e pode bloquear os ureteres, os canais que levam a urina dos rins para a bexiga. Ele se subdivide em:

  • Estágio IIIA: o câncer atingiu o terço inferior da vagina, mas não a parede pélvica.
  • Estágio IIIB: o câncer atingiu a parede pélvica e/ou bloqueia o fluxo de urina para a bexiga.

Estágio IV: é o mais avançado; o câncer atinge órgãos próximos ou outras partes do corpo. Ele se subdivide em:

  • Estágio IVA: o câncer espalhou-se para a bexiga ou o reto, que ficam perto do colo do útero.
  • Estágio IVB: o câncer espalhou-se para órgãos distantes, como os pulmões

 

 

 

 

As opções de tratamento para o câncer de colo do útero dependem do estágio da doença. Basicamente, existem três opções – cirurgia, quimioterapia e radioterapia – e muitas vezes duas dessas abordagens podem ser usadas.

Há vários tipos de cirurgia, algumas envolvem apenas a lesão e outras compreendem a remoção do útero (histerectomia). A cirurgia pode ser feita, na maioria dos casos, por via minimamente invasiva, ou seja, robótica ou laparoscopia. A conização ou traquelectomia é a retirada de uma porção do colo do útero em forma de cone. Ela é usada como o único tratamento quando não há invasão dos tecidos.

A histerectomia abdominal é a remoção do útero e do colo do útero por meio de incisão abdominal.

A salpingooforectomia bilateral envolve também a remoção de ovários e trompas. A histerectomia radical (histerectomia total ampliada ou operação de Wertheim-Meigs) consiste na retirada do útero com seus ligamentos (paramétrios) e da parte superior da vagina, além da remoção dos gânglios linfáticos pélvicos. Atualmente, a histerectomia radical pode ser realizada por via minimamente invasiva, tanto por laparoscopia quanto por robótica. Na exenteração pélvica, além da retirada do colo do útero, do útero e dos gânglios linfáticos, órgãos como bexiga e reto podem ser removidos.

A radioterapia pode vir de fonte externa ou interna, na chamada braquiterapia, em que o material radiativo é colocado diretamente no colo do útero por meio de tubos ou agulhas.

 

 




obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla

https://accamargo.org.br/sobre-o-cancer/tipos-de-cancer/colo-do-utero


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