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quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Vitamina B6 (piridoxina): o que é, alimentos e carência

Autor(a): Dr. Pedro Pinheiro 

Atualizado:

 

 

O que é a vitamina B6?

A vitamina B6, também conhecida como piridoxina, é uma das 8 vitaminas que fazem parte do chamado complexo B.

 

 

Por ser uma vitamina hidrossolúvel, isto é, solúvel em água, a piridoxina não é armazenada no nosso organismo, sendo necessário um consumo regular através da dieta para não haver deficiência.

Neste artigo, explicaremos para que serve a vitamina B6, quais são as doenças que surgem quando há carência ou excesso e quais são os alimentos ricos em piridoxina.

O que é uma vitamina?

Chamamos vitamina o tipo de nutriente que é necessário em pequenas quantidades para o funcionamento normal do organismo, mas que o nosso corpo é incapaz de produzir sozinho.

Como não temos capacidade de sintetizar as vitaminas que precisamos (exceto alguma quantidade de vitamina D e B7), dependemos da dieta ou de suplementos artificiais para obter os níveis necessários.

É interessante frisar que o que pode ser considerado vitamina para alguns animais pode não ser para outros. Por exemplo, répteis e algumas aves conseguem produzir ácido ascórbico (vitamina C) a partir dos seus próprios rins. Para esses animais, o ácido ascórbico não é considerado uma vitamina, ao contrário dos seres humanos, que precisam constantemente estar consumindo alimentos que contenham vitamina C.


Para que serve a vitamina B6?

A piridoxina participa de diversos processos biológicos no nosso organismo. Podemos destacar alguns deles:

  • Produção de neurotransmissores essenciais para o funcionamento adequado do cérebro, tais como serotonina, dopamina e noradrenalina.
  • Formação da mielina, uma substância que envolve e protege os neurônios.
  • Participa no metabolismo de proteínas, aminoácidos, carboidratos e lipídios.
  • Atua no sistema imunológico.
  • Atua na produção da hemoglobina, substância essencial para a formação das hemácias (glóbulos vermelhos do sangue).

Até a presente data, já descobrimos pelo menos 100 reações enzimáticas no nosso organsino que precisam da vitamina B6 para funcionar corretamente.

Com o corpo utiliza a vitamina B6

Pelo que foi exposto acima, não é difícil entender por que ter níveis adequados de vitamina B6 é essencial para o bom funcionamento do organismo.

Como a piridoxina é uma vitamina, isso significa que precisamos obtê-la através da dieta ou de suplementos alimentares.

A vitamina B6 que ingerimos é absorvida nos intestinos e posteriormente transportada pela corrente sanguínea para os tecidos e células que vão utilizá-la. Toda vitamina B6 que o corpo precisa será consumida, o estiver em excesso acaba sendo eliminado na urina pelos rins.

Como a piridoxina faz parte do grupo das chamadas vitaminas hidrossolúveis, o nosso corpo não consegue armazená-la, sendo incapaz de criar reservas que poderiam ser acessadas em períodos de necessidade.

Isso significa duas coisas: (1) não adianta se entupir de piridoxina, pois todo o excesso será eliminado pela urina; (2) o consumo de vitamina B6 deve ser mais ou menos constante durante toda a vida, pois o organismo precisa receber aportes regulares desse nutriente.

Carência de vitamina B6

A carência real e severa de vitamina B6 é algo raro, pois, felizmente, nós não precisamos de quantidades muito elevadas dessa proteína e ela pode ser encontrada em proporções adequadas em uma grande variedade de alimentos, conforme veremos mais adiante.

Por outro lado, uma leve deficiência é relativamente comum e costuma surgir em pacientes com problemas de saúde, como alcoolismo, desnutrição, diabetes, obesidade mórbida, insuficiência renal, artrite reumatoide, doença celíaca ou doença de Crohn. Grávidas e idosos também apresentam maior risco.

Alguns medicamentos também aumentam o risco de deficiência de vitamina B6. Os mais comuns são: isoniazida, penicilamina, pirazinamida, hidralazina, fenitoína, ácido valproico e levodopa-carbidopa.

Sintomas da carência

Quanto mais grave e prolongada for a carência de piridoxina, mais frequentes e intensos se tornam os sinais e sintomas. Os mais comuns são:

Dose diária recomendada

Para prevenir o surgimento de carência vitamínica, recomendamos que a ingestão diária de vitamina B6 siga as seguintes doses, consoante a faixa etária:

  • 0 a 6 meses: 0,1 mg.
  • 7 a 12 meses: 0,3 mg.
  • 1 a 3 anos: 0,5 mg.
  • 4 a 8 anos: 0,6 mg.
  • 9 a 13 anos: 1,0 mg.
  • 14 a 18 anos: 1,3 mg para homens e 1,2 para mulheres.
  • 19 a 50 anos: 1,3 mg.
  • Acima de 50 anos: 1,7 mg para homens e 1,5 para mulheres.
  • Grávidas: 1,9 mg.
  • Lactantes: 2,0 mg.

Alimentos ricos em Vitamina B6

Alcançar as recomendações diárias de vitamina B6 listadas acima não é uma tarefa muito difícil, já que essa vitamina está presente em diversos alimentos que fazem parte da dieta da imensa maioria das pessoas.

Alguns exemplos de alimentos que contêm vitamina B6:

  • Grão-de-bico.*
  • Bife de fígado.*
  • Frango.*
  • Peru.*
  • Atum.*
  • Salmão.*
  • Carne moída.*
  • Cereal em caixa (fortificado com B6).*
  • Batata.*
  • Banana.*
  • Camarão.
  • Castanha.
  • Avelã.
  • Melancia.
  • Espinafre.
  • Abacate.*
  • Trigo.
  • Arroz.
  • Cebola.
  • Couve-flor.
  • Cenoura.

* Alimentos ricos em Vitamina B6.

Suplementação de piridoxina

Existe um mito em relação às vitaminas que é muito difícil de desconstruir, que é exatamente o baixo benefício da suplementação artificial de vitaminas para pessoas que já têm uma dieta adequada.

Precisamos ingerir, em geral, pequenas quantidades de vitamina por dia. Uma vez alcançado o valor adequado, o excesso ou fará mal ou será eliminada pela urina.

Uma analogia que pode ser feita é em relação ao óleo do carro. O motor do carro precisa de uma quantidade específica de óleo para funcionar bem. Encher o reservatório com mais óleo que o necessário não fará o motor funcionar melhor e ainda pode causar problemas.

Portanto, a suplementação de piridoxina só está indicada em situações de deficiência ou quando o paciente apresenta risco elevado de carência, como nas situações citadas anteriormente.

Possíveis benefícios da suplementação

Existem diversos sites pela Internet propagando supostos benefícios da suplementação de vitamina B6 para diversas doenças, que vão desde depressão, até asma, passando pela doença de Alzheimer e até prevenção de alguns tipos de câncer.

Porém, conforme explicado no tópico acima, só existem evidências claras de benefícios da suplementação de piridoxina nos pacientes com doenças relacionadas à deficiência de vitamina B6 ou em pacientes com elevado risco, tais como desnutridos ou aqueles que fazem medicamentos que interferem com os níveis de vitamina B6 no sangue.

Portanto, ao contrário do que se pode encontrar em muitos websites, se o paciente possui níveis normais de vitamina B6, não há evidências científicas claras que nos permitam dizer que a suplementação de piridoxina seja útil nas seguintes situações:

Há duas situações nas quais a suplementação de piridoxina parece ter algum efeito benéfico: tensão pré-menstrual e enjoos da gravidez.

Mesmo assim, não são todos os estudos que conseguiram mostrar benefícios e os que conseguiram não eram estudos clínicos de grande qualidade. Portanto, mesmo nessas duas situações, o grau de certeza em relação ao benefício da suplementação de piridoxina não é muito alto.

Consequências do excesso de vitamina B6

Assim como ocorre com as outras vitaminas hidrossolúveis, para haver toxicidade pela vitamina B6, o paciente precisa consumir grandes quantidades por algum tempo.

A dose máxima diária de piridoxina considerada segura para cada faixa etária é a seguinte:

  • 1 a 3 anos: até 30 mg/dia.
  • 4 a 8 anos: até 40 mg/dia
  • 9 a 13 anos: até 60 mg/dia.
  • 14-18 anos: até 80 mg/dia
  • Acima de 19 anos: até 100 mg/dia.

Portanto, para que um adulto se intoxique, ele precisa consumir mais de 50 vezes a dose diária recomendada. Por isso, não existem relatos de intoxicação de vitamina B6 por consumo excessivo na dieta. É praticamente impossível consumir tanta vitamina B6 só na alimentação.

Por outro lado, a intoxicação via suplementos é possível e até relativamente fácil de ocorrer, já que no mercado podemos encontrar a piridoxina em comprimidos de 25, 40, 50, 100 e até 300 mg.

O consumo de doses altas por vários meses seguidos tem sido associado ao surgimento de sintomas de intoxicação. Os mais comuns são: neuropatia periférica, que provoca dor e perda da sensibilidade nos membros, dificuldade para andar, tonturas, náuseas e vômitos, lesões de pele e sensibilidade à luz.

 

Referencias

 

 

 

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 





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abs

Carla

https://www.mdsaude.com/


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