Beatriz Zolin
Publicado em: 11 de julho de 2023
Revisado em: 15 de agosto de 2023
O pênis, a pele, as regiões de dobras e até alguns órgãos internos podem ter a infecção. Saiba como identificar e prevenir a candidíase.
Por mais que a candidíase vaginal seja a mais conhecida, a região íntima feminina não é a única parte do corpo que pode ser atingida pela doença. O pênis, a pele, a boca e até alguns órgãos como o esôfago podem ser alvo da candidíase.
O que é a candidíase?
A candidíase é uma infecção causada por um fungo, sendo o mais comum a Candida albicans. Existem ainda outras espécies, mas estas são menos frequentes: é o caso da Candida parapsilosis, Candida tropicalis, Candida glabrata, Candida krusei, Candida guilliermondii e da Candida lusitaniae.
As regiões em que a infecção costuma aparecer são a vagina, o pênis, a mucosa oral, as unhas, a pele nas áreas de dobras (axilas, virilha, região embaixo das mamas e entre os dedos dos pés e das mãos) e alguns órgãos internos, como o esôfago.
Ela pode atingir pessoas de qualquer idade, desde recém-nascidos até idosos. “A Candida é um fungo que já existe naturalmente na maioria dos indivíduos. Quando ocorre um desbalanço na imunidade, esse fungo se prolifera”, explica a dra. Júlia Rocha, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Hábitos que favorecem o surgimento da candidíase
A transmissão desse fungo, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é apenas por via sexual. Ainda que isso possa acontecer, existem outras causas para a sua proliferação. Segundo a dermatologista, alguns dos fatores que levam ao desenvolvimento da doença são:
- Imunodepressão;
- Gravidez;
- Obesidade;
- Diabetes descompensado;
- Falta de higiene;
- Uso frequente de medicamentos, como antibióticos e corticoides;
- Residir em locais muito quentes e úmidos;
- Uso de roupas muito apertadas e de materiais sintéticos.
Sintomas da candidíase em cada área do corpo
Coceira e irritação no local afetado são os principais sinais da candidíase. Mas, dependendo da região atingida, os sintomas podem variar. A dra. Júlia elenca as possíveis manifestações:
- Candidíase na vagina e no pênis: surgimento de lesões vermelhas e esbranquiçadas com aspecto úmido, coceira, corrimento esbranquiçado e fissuras na vagina e no sulco balanoprepucial (fenda entre o prepúcio e a glande).
- Candidíase na mucosa oral: surgimento de placas esbranquiçadas ou de fissuras dolorosas no canto da boca, sendo mais comum em pacientes imunossuprimidos, com má higiene bucal, recém-nascidos e idosos, em especial os que usam dentadura ou algum tipo de prótese;
- Candidíase na unha: aspecto avermelhado ou amarelo-acastanhado e inchaço nas bordas das unhas, é mais comum em quem tem contato frequente com água;
- Candidíase nas áreas de dobras (axilas, virilha, região embaixo das mamas e entre os dedos dos pés e das mãos): aspecto avermelhado e úmido, coceira e fissuras e/ou de lesões satélites (feridas redondas), vermelhas e com descamação;
- Candidíase no esôfago: dor ao engolir e dor no peito atrás do esterno (osso que fica no centro do tórax), mais comum em pessoas imunossuprimidas, como pacientes que vivem com HIV.
A candidíase pode ainda afetar o trato urinário (especialmente em pacientes hospitalizados), o globo ocular (após algum trauma ou cirurgia) ou se manifestar de forma disseminada quando o sistema imunológico já está bastante comprometido, atingindo o sangue e órgãos vitais.
Tratamento
Se algum desses sintomas surgir, você pode procurar um dermatologista, ginecologista, urologista, infectologista ou até mesmo um clínico geral. O tratamento geralmente é feito com medicamentos ou através de uma abordagem sistêmica em casos mais graves.
“É sempre importante frisar que a automedicação não é uma opção. Se houver suspeita, busque a avaliação de um médico”, alerta a dra. Júlia.
Prevenção
Por morarmos em um país tropical, já estamos mais sujeitos ao desenvolvimento da candidíase. Mas algumas profissões, como cozinheiros, empregados domésticos e profissionais de saúde também estão relacionadas a quadros mais frequentes, devido ao contato constante com a água. Para prevenir, as dicas são:
- Fazer a higiene adequada de todo o corpo durante o banho;
- Sempre secar bem todas as áreas de dobras, em especial as regiões entre os dedos;
- Não calçar sapatos com os pés molhados;
- Preferir calçados abertos e roupas leves e frescas;
- Após realizar uma atividade física, não ficar muito tempo com a vestimenta suada;
- Após tomar banho de mar ou de piscina, não permanecer muito tempo com as roupas molhadas;
- Usar camisinha durante as relações sexuais.
FONTE:https://drauziovarella.uol.com.br/
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abs
Carla
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