Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia
4 de setembro de 2024
Esse é um vírus altamente frequente e pode ser assintomático. Em alguns casos, ele pode afetar o sistema imunológico, causando outros quadros
A relação entre o vírus Epstein-Barr e linfoma é complexa, pois a infecção pode ser um fator de risco para o desenvolvimento desses cânceres, especialmente em pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. Mas, é importante saber que nem todas as pessoas que tiveram contato com esse agente infeccioso desenvolverão essa neoplasia.
O vírus Epstein-Barr (EBV) pertence à família Herpesviridae, assim como outros vírus, dentre eles a herpes simples e o citomegalovírus. O EBV é um dos vírus mais comuns no mundo, com o qual a maioria das pessoas entra em contato na infância ou adolescência.
Ele é principalmente transmitido pela saliva, mas também pode ser propagado através de gotículas respiratórias e contato próximo, como compartilhar utensílios. Dentre as infecções que estão relacionadas ao EBV, a mononucleose infecciosa é a mais frequente, popularmente conhecida como “doença do beijo”.
Segundo o Dr. João Prats, médico infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “a maioria das pessoas infectadas pelo Epstein-Barr nunca saberá que teve contato com o vírus, pois ele, geralmente, causa sintomas leves ou é assintomático, sendo confundido com uma gripe comum.”
Quando há a presença de sinais, os sintomas costumam incluir:
- Dor de garganta
- Febre
- Aumento dos linfonodos
- Fadiga intensa e
- Aumento do baço e do fígado.
A duração dos sintomas pode variar de duas a seis semanas e o tratamento, normalmente, é voltado para o alívio dos sintomas, com corticoide, anti-inflamatórios e remédios para os sintomas. Mas, na maioria dos casos, os sinais vão diminuindo com o tempo e os pacientes vão melhorando sozinhos. Situações graves que exigem tratamento com medicamento antiviral, como o Ganciclovir, são extremamente raros.
Diagnóstico do EBV
“Como a mononucleose é caracterizada por febre, gânglios aumentados e presença de linfócitos atípicos, é muito comum ela ser confundida com linfoma, especialmente de Hodgkin. Como ela também é mais frequente em jovens, então tem tudo a ver”, o Dr. Prats comenta.
Mas as duas doenças são completamente diferentes e seus diagnósticos também se diferem. A identificação do vírus Epstein-Barr é feita principalmente por meio de sorologias que detectam anticorpos específicos contra o vírus.
“O diagnóstico do EBV é feito por sorologia, que identifica os anticorpos específicos para o vírus. Você faz exame de anticorpos, o IgM e o IgG, e quando o IgM é positivo, significa que a pessoa está com uma infecção aguda e recente”, o médico afirma.
Por outro lado, o diagnóstico do linfoma é feito, principalmente, por meio de biópsia do órgão acometido.
Qual a ligação entre Epstein-Barr e linfoma?
O EBV é considerado um fator de risco para o linfoma porque esse vírus pode “colocar” o seu DNA nos linfócitos, que são células do sistema imunológico. Essa integração pode induzir a mutações genéticas, que aumentam o risco de transformar essas células saudáveis em doentes.
“Os genes que ele coloca são proto-oncogenes, ou seja, que podem facilitar a transformação daquele linfócito em um linfócito doente, originando o linfoma”, o Dr. Prats explica.
Mas, é importante ter em mente que nem todas as pessoas que tiveram contato com o vírus ou que tiveram sintomas da mononucleose possuem maior risco de desenvolver o linfoma.
De acordo com o especialista, o risco é maior em indivíduos com o sistema imunológico enfraquecido, como pacientes com HIV ou que passaram por transplante e tiveram a doença linfoproliferativa pós-transplante (PTLD). A PTLD, por sua vez, é uma condição na qual os linfócitos passam a ser reproduzidos descontroladamente – esse quadro por ser benigno ou se transformar em linfoma.
Já nos imunocompetentes, isto é, pessoas com o sistema imunológico saudável, a relação entre EBV e linfoma não é tão clara.
Os tipos de linfoma mais associados ao vírus incluem o linfoma de Burkitt e a doença linfoproliferativa pós-transplante.
Tratamento do linfoma em pacientes com EBV
O tratamento do linfoma em pessoas infectadas pelo Epstein-Barr é semelhante ao de pacientes sem o vírus, com quimioterapia e, em alguns casos, imunoterapia e transplante de medula óssea (TMO).
Por outro lado, no caso de pacientes que têm o EBV e fizeram o TMO, é necessário fazer o acompanhamento da carga viral para iniciar o tratamento antiviral, caso precise.
FONTE
: https://revista.abrale.org.br/saude/2024/09/qual-a-relacao-entre-epstein-barr-e-linfoma/
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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