Levantamento da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer analisou dados de 26 países europeus e identificou disparidade significativa entre aumento de diagnósticos e estabilidade das taxas de mortalidade; pesquisa alerta para os riscos de diagnósticos e tratamentos excessivos.
Um novo estudo aponta que o excesso de diagnósticos de câncer de próstata na Europa pode ser causado pelos diferentes padrões de exames que medem a quantidade de antígeno prostático no sangue.
O estudo da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, Iarc, analisa as características do tipo de câncer na Europa, destacando a diferença entre o aumento dos casos diagnosticados e a redução mais estável das mortes pela doença.
Variações
O diagnóstico excessivo se refere a tumores detectados que não causariam sintomas ou problemas graves durante a vida da pessoa.
Segundo o levantamento, de 1980 a 2017, as taxas de incidência de câncer de próstata aumentaram em toda a Europa, mas de forma bastante heterogênea entre os países. A grande variação tanto na magnitude quanto na taxa de mudança da incidência foi paralela às variações temporais nos testes.
No entanto, as taxas de mortalidade foram muito menores e alteraram muito menos do que as taxas de incidência, com reduções constantes na maioria dos países e diferenças temporais menores entre os países.
A variação de 20 vezes na incidência de câncer de próstata entre os países durante o período do estudo contrastou com uma variação de cinco vezes na mortalidade por câncer de próstata.
Tratamento agressivo
O cientista da Iarc que liderou o estudo, Salvatore Vaccarella, explica que os resultados desse estudo são compatíveis com o grande excesso de diagnóstico de câncer de próstata que ocorre como consequência da triagem oportunista com testes de antígeno prostático no sangue.
O tratamento excessivo pode ser uma consequência do diagnóstico excessivo, e os danos podem ser exacerbados pelo tratamento agressivo. Assim, o novo estudo sugere que se deve ter cautela ao implementar programas de rastreamento do câncer de próstata.
Segundo o relatório, os testes não regulamentados e oportunistas podem ter um impacto muito diferente no nível populacional na Europa, em comparação com os resultados observados nos testes de rastreamento randomizados, especialmente no que diz respeito à magnitude do diagnóstico excessivo.
Plano Europeu de Combate ao Câncer
O Plano Europeu de Combate ao Câncer da União Europeia divulgou recentemente recomendações para uma nova estratégia de rastreamento do câncer de próstata.
A UE recomendou que os países adotassem uma abordagem gradual, incluindo mais pesquisas para avaliar a viabilidade da implementação de programas organizados. O objetivo é garantir o gerenciamento e a qualidade com base no teste para homens de até 70 anos de idade, em combinação com exames adicionais de ressonância magnética.
Espera-se que o uso da ressonância pré-biópsia e de biópsias de próstata direcionadas, em comparação com biópsias sistemáticas isoladas, diminua o número de homens que são desnecessariamente diagnosticados com câncer de próstata.
Os cientistas analisaram os dados de incidência de câncer de próstata mais atualizados e de alta qualidade do Observatório Global do Câncer da Iarc e as informações de mortalidade do Banco de Dados de Mortalidade da Organização Mundial da Saúde, OMS.
Eles forneceram uma avaliação comparativa das principais características epidemiológicas do câncer de próstata em 26 países europeus, quantificando a faixa de variabilidade nas taxas de incidência em relação às variações temporais nos testes e às taxas de mortalidade, como uma contribuição para a avaliação do impacto em nível populacional da iniciativa de triagem proposta pela União Europeia, UE.
FONTE
: https://news.un.org/pt/story/2024/09/1836996
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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