ABRALE - Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia
Última atualização em 28 de julho de 2021
Parece ficção, mas não é: neste tipo de doença, o organismo briga com ele mesmo
Ninguém está livre de desenvolver uma doença autoimune. Esse problema de saúde pode acontecer em mulheres e homens de todas as idades, raças e nacionalidades. Mas antes de entrarmos nos detalhes sobre o tema, é preciso dar um passo atrás e conhecer o sistema imunológico. E você já vai entender o porquê!
Como funciona o sistema imunológico
Também chamado de sistema imune, ele protege o corpo de perigos como vírus e bactérias, que podem afetar negativamente a saúde. O sistema imunológico envolve uma série de células e órgãos que, em conjunto, trabalham para criar uma barreira de proteção. Mas, em algumas pessoas, esse sistema pode apresentar algumas falhas e, com isso, algumas doenças podem surgir. Dentre elas, as autoimunes.
“Costumo dizer que uma doença autoimune acontece quando há uma disfunção do sistema imunológico, que em vez de produzir anticorpos contra um vírus ou uma bactéria, ele se confunde e produz anticorpos contra nossas próprias células”, explica o Dr. Rodrigo Santucci, coordenador das áreas de Hematologia e Transplante de Medula Óssea da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Resumindo, o corpo passa a “brigar” com ele mesmo.
Doença autoimune na hematologia
São vários os tipos de doenças autoimunes, que embora tenham o mesmo princípio, se apresentam de maneiras diferenciadas. Dentre elas estão: artrite reumatoide, diabetes mellitus e lúpus.
Mas, na Hematologia, são as células do sangue que apresentam problemas.
“As principais células defeituosas serão as plaquetas, causando a púrpura trombocitopênica idiopática, e as hemácias, que podem acarretar na anemia hemolítica autoimune. É importante salientar que a doença autoimune pode atingir praticamente todos os órgãos do nosso organismo, uma vez que podemos criar anticorpos contra as células deles”, diz o médico.
Diagnóstico de doenças autoimunes
Para identificar uma doença autoimune, o hemograma (exame de sangue completo) é bastante eficiente, uma vez que avisa que a contagem de células não está normal. Mas como muitas doenças do sangue, dentre elas, as leucemias e os linfomas, também podem alterar a produção celular, será necessário investigar de forma mais profunda e descartar outras possibilidades.
Por isso, é possível que o médico peça exames também na medula óssea (biópsia). Quanto antes descobrir, melhor.
Tratamento da doença autoimune
Feito o diagnóstico, a depender do tipo da doença autoimune, alguns tratamentos serão indicados para o controle celular. Quando o paciente apresenta uma doença do sangue autoimune crônica, só é possível falar em cura com o transplante de medula óssea alogênico (com um doador compatível). Mas a notícia boa é que os tratamentos existentes possibilitam bons resultados!
“Geralmente, o corticoide é o tratamento inicial, para bloquear ou diminuir a produção dos anticorpos anômalos. Mas também, é possível utilizar imunoglobulinas, imunossupressores e anticorpos monoclonais para combater essa produção. Novas drogas, como por exemplo, o Eltrobompag, que estimula a produção de plaquetas por meio da estimulação da trombopoetina, vem sendo usado com resultados promissores na PTI”, ressalta o Dr. Rodrigo.
Quando desconfiar de uma doença autoimune
Há alguns sintomas de doenças autoimunes para ficar atento e que necessitam ser investigados:
- Cansaço excessivo, por causa da anemia
- Problemas de concentração
- Falta de apetite e perda de peso sem motivo aparente
- Palidez
- Falta de ar
- Ritmo cardíaco acelerado
- Febre e infecções recorrentes
- Aftas na boca
- Hematomas e sangramentos (gengiva, nariz, boca)
- Manchinhas vermelhas na pele (petéquias)
- Urina marrom (escura)
Doenças autoimunes do sangue
PTI, anemia aplásica, anemia hemolítica são algumas das doenças desse grupo.
PTI
A trombocitopenia imune primária ou púrpura trombocitopênica idiopática (ou imunológica), conhecida por PTI, é uma doença hemorrágica, de origem autoimune, caracterizada pela redução da quantidade de plaquetas (trombócitos) presentes no sangue.
Ela acontece assim:
- A ação combinada do baço (que destrói as plaquetas) e dos anticorpos contra as plaquetas, leva a uma destruição maior delas.
- As plaquetas produzidas não são suficientes para compensar a destruição que sofrem pelo sistema imunológico.
- Haverá a falta de plaquetas (conhecida como trombocitopenia) e a coagulação ficará deficiente.
- Outros componentes do sangue, tais como os glóbulos vermelhos e glóbulos brancos, permanecem normais.
Não se sabe ao certo o que causa a PTI, mas múltiplos fatores estão provavelmente envolvidos, tais como infecções ou certos medicamentos.
Alguns casos aparecem após uma infecção viral ou bacteriana, imunização, exposição a uma toxina, ou em associação com outra doença, tal como lúpus ou HIV.
Anemia aplásica
Acontece por causa da destruição das células-tronco, ou seja, dos glóbulos brancos, dos glóbulos vermelhos e também das plaquetas. Isso ocorre porque, por um defeito, o sistema imunológico passa a atacar as células saudáveis também. A doença afeta pessoas de todas as idades, etnias e sexo, mas é mais comum entre crianças, adolescentes e jovens adultos.
Anemia hemolítica
É caracterizada por um grupo de distúrbios que podem ocorrer em qualquer idade. Pacientes com linfomas podem desenvolver a doença, mas ainda não se sabe ao certo o porquê. Ela acontece devido à destruição de glóbulos vermelhos pelos anticorpos do próprio paciente. Se ela for causada por um vírus, pode desaparecer com o tempo. Mas, é possível que ela se torne crônica.
Há dois tipos principais de anemia hemolítica autoimune:
Anemia hemolítica por anticorpos quentes:
Os autoanticorpos se ligam aos glóbulos vermelhos em temperatura corporal normal e os destroem.
Anemia hemolítica por anticorpos frios (doença de aglutininas frias):
Os autoanticorpos se tornam mais ativos e atacam os glóbulos vermelhos somente em temperaturas muito abaixo da temperatura corporal normal.
FONTE
: https://revista.abrale.org.br/saude
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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