Jan. 20, 2017
O fortalecimento da massa muscular melhora a autonomia, independência e qualidade de vida na maturidade. A nutrição adequada é a chave para a saúde do músculo em pessoas a partir dos 60 anos, mostram estudos.
O idoso brasileiro sofre cada vez mais com a perda de funcionalidade, o que está atrelado à baixa mobilidade física e saúde muscular. Segundo estudo do IBGE1, as mais altas percentagens de pessoas com 60 anos ou mais que se queixam de falta de mobilidade física, variam entre 25,5% e 35,5% no Brasil, a depender da região do país e variáveis sociais, como instrução e renda. São taxas elevadas, considerando que hoje somos mais de 25 milhões de pessoas nessa faixa etária, que irá crescer ainda mais2. Entende-se por funcionalidade a capacidade de realizar atividades de vida diária, como subir uma escada, caminhar e erguer objetos3-4, ou seja, viver bem.
“Fica claro que manter a funcionalidade na medida em que a expectativa de vida cresce significa muita coisa: autonomia, independência e qualidade de vida para viver mais plenamente. E isso tem muito a ver com a alimentação”, diz Patrícia Ruffo, nutricionista e Gerente Científico da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil, empresa global de cuidados para a saúde e líder mundial em nutrição baseada em ciência.
A Abbott estuda o impacto da boa nutrição em nossa saúde, incluindo a importância de nutrientes e ingredientes como:
- Proteína e seu papel na saúde muscular.
- HMB (β-hidroxi-β-metilbutirato), ingrediente que atua junto com a proteína para manter e restaurar os músculos.
- Vitamina D, que também contribui para a absorção do cálcio, levando ao fortalecimento dos ossos.
Patrícia explica que a perda de massa muscular é algo natural e inerente ao processo de envelhecimento. Mas que, sem exercícios e uma alimentação adequada, o quadro evolui para degradação do músculo que, se não cuidada, causa a sarcopenia (perda da massa muscular e principalmente da força muscular).
Para se ter uma ideia, a partir dos 40 anos5-8, o indivíduo já começa a perder 8% dessa massa a cada década, e aos 70 anos o quadro se acentua, atingindo índice de 15%.
“É justamente neste estágio da vida que o corpo necessita destes nutrientes especiais. Os adultos com mais de 40 anos podem nutrir o corpo com uma boa alimentação e, ao mesmo tempo, reduzir a perda muscular e fortalecer os ossos, para garantir um envelhecimento mais saudável e uma vida plena”, explica a nutricionista.
Patrícia lembra que envelhecer bem é justamente uma das principais metas do brasileiro hoje. A pesquisa da Abbott, intitulada “O que é para o brasileiro viver ao máximo?”, realizada em 2015 em todo o Brasil, mostra que para 94% dos entrevistados, envelhecer de modo saudável é essencial a uma vida plena.
HMB – prevenção e tratamento
O HMB é pouco conhecido. A sigla quer dizer beta-hidroxi-beta-metilbutirato, um composto vital para a saúde muscular, pois atua com a proteína para preservar as células do músculo, mesmo durante a perda da massa muscular. Como ele funciona? O HMB estimula a produção da proteína, que por sua vez ajuda o corpo a manter e restaurar a massa muscular. Ele vem demonstrando que ajuda os idosos a manter sua saúde muscular à medida em que envelhecem ou quando ficam doentes - ajudando inclusive a minimizar a perda muscular durante o repouso15.
O HMB também pode ser encontrado em alimentos como abacate, aspargo, frutas cítricas, couve-flor, entre outros. Estudos demonstram que 3g de HMB por dia são benéficos à saúde do músculo. Porém, essa quantidade é extremamente difícil de ser obtida a partir de uma dieta normal, dadas as quantidades baixas de HMB disponíveis em alimentos. Dessa forma, os suplementos contendo HMB podem ser considerados como uma opção, já que possuem uma quantidade eficaz de HMB. Neste sentido, vale ressaltar que os estudos demonstram maior eficácia do HMB quando os suplementos nutricionais estão associados com alto teor protéico e calorias adequadas.
Nos próximos 10 anos, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos16. Isso reforça a importância da prevenção e manutenção da saúde muscular para uma longevidade saudável, e a nutrição tem uma contribuição importante para o condicionamento físico e a resistência muscular, essenciais para uma vida ativa.“É um alerta para a saúde e longevidade da nossa população, que ruma rapidamente para a inversão da pirâmide etária”, diz Patrícia.
Referências:
1Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sobre a Condição de Saúde dos Idosos. Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil. 2009. 8 p (Cartograma 01 – Prevalência de Incapacidade Funcional em Mobilidade Física das Pessoas de 60 anos ou mais, segundo as mesorregiões de residência – Brasil – 2000).
2Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Website, consultado em 27/10/2016. http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/
3Baumgartner RN et al. AM J Clin Nut. 1998; 147:755-763
4Pichard C et al. AM J Clin Nutr. 2002; 79:613-618
5Grimby GB et al. Acta Physiol Scand. 1982;115:125.
6Larsson L et al. J Appl Physiol. 1979;46:451.
7Flakoll P et al. Nutrition. 2004;20:445-451.
8Baier S et al. J Parenter Enteral Nutr. 2009;33:71-82.
9Correia MI, Campos AC. Prevalence of hospital malnutrition in Latin America: the multicenter ELAN study. Nutrition. 2003;19 (10): 823-825.
10Wyszynski DF, Perman M, Crivelli A. Prevalence of hospital malnutrition in Argentina: preliminary results of a population-based study. Nutrition. 2003;19 (2): 115-119.
11Baccaro F, Sanchez A. Determination of hospital malnutrition: a comparison between the subjective global assessment and body mass index [in Spanish]. Rev Gastroenterol Mex. 2009;74 (2): 105-109.
12Waitzberg DL, Caiaffa WT, Correia MI. Hospital malnutrition: the Brazilian national survey (IBRANUTRI): a study of 4000 patients. Nutrition. 2001;17(7-8):573-580.
13Gallegos Espinosa S, Nicolalde Cifuentes M, Santana Porben S. State of malnutrition in hospitals of Ecuador. Nutri Hosp. 2014;30(2):425-435.
14Lara-Pulido A, Guevara-Cruz M. Malnutrition and associated factors in elderly hospitalized. Nutri Hosp. 2012;27(2): 652-655.
15Deutz N et al. Clin. Nutr. 2013; 32: 704-712.
16Organização Mundial da Saúde. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília/DF. 2005. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf
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