5 de outubro de 2019
Última atualização em 29 de julho de 2021
Essa medida mostra quão avançada a doença está e qual é a melhor forma de proceder
Em 15 de setembro é comemorado o Dia Mundial da Conscientização sobre os Linfomas. Esse câncer acomete mais de 12 mil pessoas por ano no Brasil e diagnosticá-lo precocemente é fundamental! Por este motivo, a Abrale criou a campanha #SeToque, que objetiva levar informação sobre os principais sintomas da doença para toda a população.
Ao receber o diagnóstico de linfoma, o paciente precisa saber qual o tipo (Hodgkin ou não-Hodgkin) e o subtipo. Mas não só isso, também é preciso descobrir qual o estadiamento do linfoma! Essa informação é essencial para definir qual terapia será feita e até se realmente já é preciso iniciar o tratamento.
Sim! São muitas informações e muitas possibilidades do que pode acontecer, por isso, é extremamente importante entender cada conceito e etapa.
O que é estadiamento?
O estadiamento determina em qual fase uma doença está. No caso do câncer, o estadiamento mostra o quanto a doença já se espalhou pelo corpo e onde está localizada.
Quais são os estadiamentos do linfoma?
A Prof.ª Dra. Juliana Pereira, diretora do departamento de Hematologia do ICESP, explica que o estadiamento vai de um a quatro. Porém, para a nomenclatura, são utilizados os algarismos romanos, então pode ser estadio I, II, III ou IV. Sendo I o menos grave e o IV, o mais grave.
Dra. Juliana exemplifica que “se formos pensar em termos de quantidade de doença, no estadio I tem pouquíssima e no IV tem muita”.
Além dessa numeração, também pode ser colocada a letra “A” ou a letra “B”. Utiliza-se “A” quando o paciente não apresenta nenhum dos sintomas constitucionais, ou seja, febre, sudorese noturna e perda de peso. E “B” é para quando o paciente tem esses sintomas.
No estadiamento I, o paciente só tem uma cadeia de linfonodo comprometida, então apenas uma região do corpo está afetada. Pode ser a região cervical ou axilar.
Já no II, que é um pouco mais avançado, o paciente tem duas regiões do corpo comprometidas pelos linfonodos. Porém, essas duas regiões ficam no mesmo lado do diafragma, ou seja, só em cima ou só embaixo. Por exemplo, axilas e pescoço.
No estadiamento III, a pessoa tem comprometimento tanto na região acima quanto na região abaixo do diafragma. Dessa forma, a doença está mais espalhada. Por exemplo, pescoço e virilha.
E no estadio IV, o linfoma já infiltrou não só o tecido linfático, mas também algum outro órgão. Como estômago, fígado, rim ou sistema nervoso central (SNC).
“Podemos dizer que é um III A ou um III B, por exemplo. No III A ele tem linfoma acima e abaixo do diafragma, mas não tem sintomas. Já no III B ele também tem linfoma acima e abaixo, mas apresenta sintomas”, explica a médica.
No linfoma não-Hodgkin, ainda é possível classificar como “indolente” ou “agressivo”. Os indolentes apresentam crescimento lento, enquanto os agressivos se desenvolvem mais rapidamente.
Como é feito o estadiamento do linfoma?
Ele pode ser feito de algumas maneiras, mas primeiro é preciso fazer um exame clínico. O médico faz uma análise detalhada do paciente, avaliando a boca, a mama (no caso das mulheres) e o testículo (nos homens), se o baço está aumentado e se há alguma lesão na pele.
O segundo passo são os exames de imagem, que podem ser a tomografia computadorizada ou o PET CT. Enquanto a tomografia é recomendada para os linfomas mais agressivos, o PET CT é indicado para os indolentes. A partir desses exames, o radiologista informa para o hematologista quais locais apresentam linfonodos comprometidos e se o baço, fígado ou SNC foram afetados.
“Em alguns casos, além dos exames clínicos e dos de imagem, é preciso fazer uma biópsia da medula óssea. Ela permite que analisemos se a medula foi comprometida pelo linfoma ou não”, conta a Drª. Juliana. Entretanto, ela explica que esse procedimento só é utilizado nos pacientes que fizeram o estadiamento por meio da tomografia. Já quem fez o estadiamento com o PET CT, não precisa fazer a biópsia porque esse teste é mais sensível.
Nos linfomas não-Hodgkin, caso o paciente apresente algum sintoma relacionado ao SNC, também é indicado fazer ressonância do crânio. Além também de fazer uma punção lombar para ver se o líquor não está afetado com linfoma.
Qual tratamento é mais indicado para cada estadiamento do linfoma?
Nessa parte que as coisas começam a ficar complexas, pois, como sabemos, são vários os subtipos de linfomas. Dessa forma, precisamos separá-los para entender qual o melhor tratamento e quais linfomas irã precisar, de fato, tratar.
Começando pelo LHN, vamos separar os indolentes e os agressivos.
A Dra. Juliana afirma que se o paciente for diagnosticado com LNH indolente estadiamento 3 ou 4 (mais avançado), mas não apresentar sintomas, ele não precisa ser tratado!
Entretanto, se a doença for sintomática, o tratamento mais indicado é a imunoterapia (Brentuximabe) associada a poliquimioterapia nos linfomas de células B. Já nos de célula T, é administrada apenas a poliquimioterapia CHOP.
No caso dos LNH agressivos, independente do estadiamento, o tratamento é feito com poliquimioterapia sistêmica associada ao Brentuximabe. “Depois da quimioterapia, se sobrar um pouquinho daquela lesão, encaminhamos para o radioterapeuta”, pondera Dra. Juliana.
Já no LH, independente do estadiamento, também é feita a poliquimioterapia, mas com ABVD.
É possível curar um linfoma em qualquer um dos estadiamentos?
Provavelmente sim! Mas aqui, de novo, é preciso separar os linfomas em indolentes e agressivos.
O indolente, independente do estadio, é incurável, mas calma, não é o fim do mundo! O tratamento, mesmo após uma recidiva, é possível.
“Com o tratamento após a revidiva, as chances são grandes do paciente ficar novamente sem o linfoma por mais algum tempo. Mas o comportamento deste tipo de linfoma é exatamente esse. Tratamos, ele fica um tempo sem doença, mas acaba voltando. Então chamamos de incurável”, diz a especialista.
Já os agressivos são extremamente curáveis, mesmo em estadio avançado!
Como descobrir o linfoma em estadiamento inicial?
A Drª Juliana alerta para os sintomas do linfoma, em especia os linfonodos inchados. “Se uma ‘íngua’ persiste por mais de 4 semanas, cresce ou aparece novas, e estas não estão associadas a uma infecção, é preciso ir rapidamente ao médico!”
Outro ponto que ela ressalta é a demora para conseguir marcar uma consulta na saúde pública. Além também da dificuldade que os médicos têm para reconhecer os sintomas do linfoma e a demora para sair o resultado da biópsia. Isso tudo retarda muito o diagnóstico da doença e o início do tratamento, prejudicando o paciente.
“Então, o paciente tem que ficar alerta para esses sintomas para procurar um médico. E o médico tem que estar atento, desconfiar do linfoma e indicar uma biópsia”, finaliza a Drª. Juliana.
FONTE:
https://www.abrale.org.br/doencas/linfomas/
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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