O linfoma é um câncer do sangue, assim como a leucemia. Entretanto, enquanto a leucemia tem origem na medula óssea, o linfoma surge no sistema linfático, uma rede de pequenos vasos e gânglios linfáticos, que é parte tanto do sistema circulatório, como do sistema imune.
O sistema coleta e redireciona para o sistema circulatório um líquido claro, chamado linfa, e contém células de defesa (glóbulos brancos), chamadas linfócitos. Também fazem parte desse sistema os gânglios linfáticos, também chamados de nódulos linfáticos ou linfonodos, e órgãos como timo, baço e amígdalas, todas as estruturas envolvidas na produção de linfócitos, o que inclui a medula óssea e o tecido linfático associado ao sistema digestivo.
Há dois tipos de linfomas: linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 10.180 novos casos de linfomas não Hodgkin devem ser diagnosticados no País este ano, sendo 5.370 em homens e 4.810 em mulheres.
Os linfomas não Hodgkin são divididos em três tipos, de acordo com o tipo de célula que atingem: linfomas de células B (ou linfócitos B), linfomas de células T (ou de linfócitos T) e linfomas de células NK (células natural killer ou exterminadoras naturais).
Os linfomas de células B são os mais comuns, respondendo por 85% dos casos de linfomas não Hodgkin.
Eles também podem ser classificados pela rapidez com que se disseminam:
Linfomas de baixo grau
Linfoma de zona marginal nodal: é raro e costuma surgir em mulheres mais velhas. Ele tende a ficar restrito aos gânglios linfáticos, embora possa atingir também a medula óssea.
Ele tem progressão lenta e muitos pacientes são curados quando ele descoberto em seus estágios iniciais.
Linfoma de zona marginal extranodal do tipo MALT: é o linfoma mais comum e tem origem fora dos gânglios linfáticos; por isso, é chamado de “extranodal”.
Esse tipo de linfoma tende a começar no estômago e está relacionado à infecção por Helicobacter pylori, a mesma bactéria que causa úlcera, mas também pode aparecer no pulmão, na tireoide, nas glândulas salivares e nos tecidos em volta do olho.
É um linfoma de progressão lenta e a maioria dos pacientes tem cerca de 60 anos. É curável em seus estágios iniciais.
Linfoma folicular: é raro em pessoas jovens e costuma afetar pacientes na faixa dos 60 anos. Ele é chamado de folicular porque tende a crescer em círculos no interior dos gânglios linfáticos.
Os linfomas foliculares tendem a ter progressão lenta, reagem bem ao tratamento, mas dificilmente são curados. Por isso, o paciente recebe acompanhamento médico até que esse linfoma comece a provocar alterações evidentes.
Cerca de 30% desses linfomas se tornam linfoma difuso de grandes células B, com o passar do tempo.
Linfoma de células do manto: representa 5% do total de casos e é mais frequente em homens na faixa dos 60 anos. Ele atinge gânglios linfáticos, medula e baço e é difícil de tratar, embora não tenha progressão rápida.
Os tratamentos modernos são mais agressivos que os do passado e mais eficazes, aumentando as chances de sobrevida do paciente.
Linfomas de grau intermediário
Linfoma difuso de grandes células B: representa 30% dos linfomas não Hodgkin e é o mais comum entre eles. Ele pode atingir pessoas de qualquer idade, mas é mais frequente em pessoas de mais idade.
O linfoma difuso de grandes células B começa como uma massa de crescimento rápido em órgãos como intestinos, ossos, cérebro, medula ou em um gânglio linfático, mas reage bem ao tratamento, tanto que 75% dos pacientes deixam de apresentar sintomas após a terapia inicial e metade deles fica curada.
Linfoma mediastinal de grandes células: é um linfoma que costuma atingir mulheres (60% dos casos) jovens, na faixa dos 30 anos. Ele começa no mediastino, que é a cavidade central do tórax, onde fica o coração, e pode causar problemas respiratórios, porque pressiona a traqueia.
Tem crescimento rápido, mas responde bem ao tratamento, sendo que metade dos pacientes é curada.
Linfoma anaplásico de grandes células: é mais comum em jovens, incluindo crianças, mas também ocorre em pessoas mais velhas.
Ele começa nos gânglios linfáticos e pode atingir a pele. Tem crescimento rápido e grandes chances de cura com quimioterapia agressiva.
Linfomas de alto grau
Linfoma de Burkitt: é um linfoma de progressão muito rápida e 90% dos pacientes são homens na faixa dos 30 anos de idade. A quimioterapia agressiva cura metade dos pacientes.
Linfoma linfocítico de pequenas células e linfoma linfocítico crônico: ambos têm o mesmo tratamento e têm em comum a presença de células chamadas de linfócitos pequenos.
A diferença é que no linfoma linfocítico de pequenas células as células doentes se concentram nos gânglios linfáticos e no baço, enquanto no linfoma linfocítico crônico elas estão presentes no sangue e na medula óssea. Ambos têm progressão lenta.
Os sintomas dos linfomas não Hodgkin variam de pessoa para pessoa e incluem:
- Inchaço indolor dos gânglios linfáticos da virilha, axilas e pescoço
- Suores noturnos intensos, com ou sem febre
- Febre
- Erupção cutânea avermelhada, disseminada pelo corpo
- Náusea, vômitos ou dor abdominal
- Perda de peso inexplicável
- Cansaço
- Coceira
- Tosse ou dificuldade para respirar
- Dor de cabeça e dificuldade de concentração
As formas mais agressivas dos linfomas não Hodgkin podem ter estes e outros sintomas, que incluem:
- Dor no pescoço, nos braços ou no abdome
- Dificuldade para respirar
- Fraqueza nos braços e/ou nas pernas
- Confusão mental
FATORES DE RISCO
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer, mas isso não quer dizer que você vai ter linfoma não Hodgkin.
Os pesquisadores ainda não sabem exatamente o que causa esse tipo de linfoma, mas alguns fatores de risco estão associados à doença.
Sexo: o linfoma não Hodgkin é um pouco mais frequente em homens do que em mulheres.
Bactérias e vírus: a lista inclui o vírus de Epstein-Barr, o HIV e o HTLV (vírus linfotrópico da célula humana) e a bactéria Helicobacter pylori.
Imunossupressão e imunodeficiência: além de portadores do HIV, pessoas que se submeteram a transplantes e tomam drogas imunossupressoras também têm risco maior.
Crianças que nascem com síndromes congênitas, como síndrome de Wiskott-Aldrich, ataxia telangectasia e síndrome de Bloom, que causam imunodeficiência, também têm risco aumentado.
Doenças autoimunes: em doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso e doença celíaca, por exemplo, o sistema imune vê o próprio organismo como inimigo e ataca seus tecidos como se fossem vírus ou bactérias.
Esse sistema imune hiperativo pode fazer com que os linfócitos se dividam e proliferem mais que o normal, o que pode aumentar o risco de linfomas.
O diagnóstico de linfoma não Hodgkin é feito por meio de biópsia excisional do gânglio linfático, isto é, a remoção do nódulo comprometido e sua análise ao microscópio.
As células do linfoma também serão analisadas para determinar de que tipo de linfoma não Hodgkin se trata. Uma punção/biópsia de medula também pode ser necessária.
As amostras também podem ser submetidas a uma série de testes para verificar se há alterações nos cromossomos.
Os exames por imagem podem incluir raio-X, tomografia, ressonância magnética e PET-CT.
ESTADIAMENTO
O estadiamento é uma forma de classificar a extensão do tumor e se, ou quanto, ele afetou outros órgãos. O sistema de estadiamento dos linfomas não Hodgkin é a Classificação de Lugano, que usa algarismos romanos e vai de I a IV. A letra E (de Extensão) é acrescentada se o linfoma é encontrado em órgão fora do sistema linfático e a letra S indica que a doença alcançou o baço.
Estágio I
O linfoma é encontrado em apenas uma área de um gânglio linfático ou em apenas uma área de um órgão do sistema linfático (I); OU
O linfoma é encontrado em apenas uma área de um único órgão fora sistema linfático (IE).
Estágio II
O linfoma está em dois ou mais grupos de gânglios linfáticos do mesmo
lado (acima ou abaixo) do diafragma. Isso pode incluir gânglios
linfáticos das axilas e pescoço, mas não a combinação de gânglios
aumentados nas axilas e virilha; OU
O linfoma é encontrado em um grupo de linfonodos e atingiu um órgão
próximo (IIE). Pode também ter atingido outros grupos de gânglios
linfáticos do mesmo lado do diafragma.
Estágio III
O linfoma é encontrado nas áreas de gânglios linfáticos acima e abaixo do diafragma; OU
O linfoma pode ter alcançado área ou órgão ao lado dos gânglios linfáticos (IIIE), o baço (IIIS) ou os dois (IIISE).
Estágio IV
O linfoma se disseminou para um órgão que não pertence ao sistema linfático e não está perto do gânglio linfático; OU
O linfoma se espalhou para a medula, a pleura, o fígado ou o cérebro.
Doença volumosa: são os tumores no tórax que ocupam pelo menos 1/3 da largura da caixa torácica ou têm mais de 10 cm de diâmetro. É indicada pela letra X.
O tratamento dos linfomas não Hodgkin depende de vários fatores como tipo do linfoma, estágio da doença, sintomas e o estado de saúde geral do paciente, além de sua idade.
A quimioterapia é o tratamento-padrão da doença.
A radioterapia também pode ser utilizada, tanto nos estágios iniciais como para alívio de sintomas, como dor, por exemplo, mas raramente é o único tratamento dado aos pacientes.
Outra opção disponível atualmente é o arsenal da imunoterapia, que inclui as chamadas terapias-alvo, que bloqueiam os mecanismos que as células cancerosas utilizam para se reproduzir e se disseminar.
O transplante de células-tronco (ou transplante de medula) é também uma opção para pacientes com linfomas não Hodgkin.
FONTE:https://accamargo.org.br/sobre-o-cancer/tipos-de-cancer/linfoma-de-hodgkin
https://www.abrale.org.br/doencas/linfomas/
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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