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Dra. Camila Fogassa
É natural que, ao enfrentar o câncer, pacientes e familiares busquem todas as opções possíveis de tratamento. Entretanto, é importante discernir entre terapias comprovadamente eficazes e aquelas que carecem de evidências científicas sólidas.
Recentemente, tratamentos alternativos como soroterapias, reposição de vitaminas, eletrólitos e outras substâncias têm ganhado popularidade. Contudo, é crucial compreender os riscos associados a essas abordagens quando não há evidências científicas que as respaldem.
Um dos principais problemas com tratamentos alternativos é a falta de estudos clínicos rigorosos que demonstrem sua segurança e eficácia. Ao contrário dos tratamentos convencionais, muitas terapias alternativas não são submetidas ao mesmo escrutínio científico, o que significa que não há garantia de sua eficácia ou segurança.
De maneira preocupante, temos visto um aumento no número de profissionais não qualificados prometendo curas fáceis através de tratamentos alternativos. Muitas vezes, esses profissionais exploram a vulnerabilidade emocional dos pacientes, oferecendo soluções “naturais” e garantindo que não há riscos para a saúde.
No entanto, é importante entender que tratamentos alternativos não são isentos de riscos e devem ser avaliados com cuidado, especialmente quando não há evidências científicas que os respaldem. O mercado de terapias não comprovadas é alimentado pelo ganho financeiro fácil em detrimento da saúde e bem-estar dos pacientes.
Outro ponto relevante a ser destacado é que alguns tratamentos alternativos podem interferir negativamente com os tratamentos convencionais, como quimioterapia e imunoterapia, comprometendo sua eficácia e colocando em risco a saúde do paciente.
Um exemplo disso é a soroterapia, que pode envolver a administração de substâncias não regulamentadas ou controladas adequadamente. Essas substâncias podem ter efeitos colaterais graves e prejudiciais, como danos aos rins e ao fígado, o que pode comprometer a capacidade do corpo de realizar os tratamentos convencionais corretamente.
É compreensível que a busca por alternativas seja motivada pelo desejo legítimo de encontrar soluções complementares ou menos invasivas. Porém, os pacientes devem estar cientes dos potenciais riscos envolvidos e consultar sempre um profissional de saúde qualificado antes de iniciar qualquer tratamento alternativo.
Camilla Fogassa é oncologista no CEOF, em Florianópolis; mestre em Oncologia; especialista em Oncogenética e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer
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Carla
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