Núcleo de Telessaúde Santa Catarina | 24 outubro 2023 | ID: sofs-45519
Quando a FA apresentar escore CHA2DS2-Vasc maior ou igual a 1 tem indicação de anticoagulação adequada. A grande vantagem do escore CHA2DS2-Vasc é que pacientes com escore zero não necessitam anticoagulação, pois o risco de complicação trombótica, neste caso, é muito baixo. Para os casos de risco intermediário, com escore de 1, podemos usar AAS puro ou combinado com clopidrogel por período não superior a um ano. O manejo efetivo das comorbidades subjacentes é sempre importante. |
A FA pode ser classificada em: Inicial, Paroxística, Persistente, Persistente de longa duração e permanente. A Inicial se refere ao novo episódio de FA recém-diagnosticado. A Paroxística se refere à FA que possui resolução espontânea, sem a necessidade de intervenção para cessar. A Persistente se refere à FA com duração maior que sete dias e só cessa após realização de cardioversão. A Persistente de longa duração se refere à FA com duração maior que 12 meses na qual se opta por adotar estratégia de controle de ritmo. E a Permanente se refere à FA na qual nenhuma tentativa de restaurar/manter o ritmo sinusal será realizada. A FA está associada a altas taxas de morbimortalidade, especialmente por aumentar o risco da ocorrência de acidente vascular encefálico (AVE) e demência. As síndromes demenciais podem se apresentar de diversas maneiras, entre as formas mais comuns destacam-se a doença de Alzheimer (DA); demência vascular e demência com corpos de Lewy. A demência vascular é o tipo de demência que mais se relaciona com a FA.
Para diminuir o risco de eventos tromboembólicos, são utilizados medicamentos antagonistas da vitamina K, como o Warfarin ou algum dos novos anticoagulantes orais (NACO), classe de medicamentos de inibidores diretos do fator Xa, como a rivaroxabana, a apixabana e a edoxabana, e o inibidor do fator IIa, dabigatrana. O uso destes medicamentos também diminui o risco de comprometimento cognitivo e demência em pessoas com fibrilação atrial.
Além da anticoagulação, o tratamento deve focar no controle da frequência cardíaca (FC). nos casos de FA permanente. Independente da sintomatologia, a tendência ao desenvolvimento da taquicardiomiopatia é considerável, podendo levar a prejuízo permanente da função cardíaca. Para o controle da FC, deve-se utilizar fármacos com ações específicas sobre o Nódulo AV, como betabloqueador, inibidores do canal de cálcio (verapamil e diltiazem), digitálicos e amiodarona, levando sempre em consideração a presença ou não de ICC. O uso de fármacos que atuam no nódulo AV é o método de eleição para controle da FC, mas, nos pacientes resistentes ou intolerantes, o implante de Marca-Passo (MP), associado à ablação da junção AV (indução de bloqueio AV total), pode ser indicado.
A fibrilação atrial é uma arritmia cardíaca que afeta 4% da população acima dos 60 anos, sendo que a doença cardíaca hipertensiva é a patologia mais frequentemente associada. O diagnóstico é feito pelo exame clínico e o ECG. O estudo radiológico do tórax é particularmente importante para a avaliação da circulação pulmonar e as dimensões do átrio esquerdo. Ecocardiograma transtorácico é importante na investigação clínica de qualquer paciente com FA, pois é capaz de avaliar a estrutura anatômica e funcional dos átrios e septo interatrial, a anatomia e função das valvas cardíacas, a presença de trombos e a função sistólica do ventrículo esquerdo. O prognóstico da FA é bom, quando bem tratada.
Bibliografia Selecionada:
1. Teixeira CF, Reis RT, Branca LRP, Braz ID. Avaliação do impacto dos anticoagulantes na incidência de demência em pacientes com fibrilação atrial: uma revisão narrativa. Rev. Med. (São Paulo, Impr.). 2023 jul-ago;102(4):e-203462. Disponível em: http://dx.doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v102i4e-203462 (Acesso em 27/09/2023)
2. Magalhães LP, Figueiredo MJO, Cintra FD, et all. II Diretrizes Brasileiras de Fibrilação Atrial. Sociedade Brasileira de Cardiologia Arq Bras Cardiol 2016;106(4 Supl.2):1-22. Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/02_II%20DIRETRIZ_FIBRILACAO_ATRIAL.pdf (Acesso em 27/09/2023)
3. Santos C, Pereira T, Conde J. O Escore de CHADS2 na Predição de Eventos Cerebrovasculares – Uma Metanálise. Arq Bras Cardiol. 2013;100(3):294-301. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/vCSjmxct8QNXH3tMkfT6syK/?lang=pt (Acesso em 27/09/2023)
4. Lip GY, Nieuwlaat R, Pisters R, Lane DA, Crijns HJ. Refining clinical risk stratification for predicting stroke and thromboembolism in atrial fibrillation using a novel risk factor-based approach: the euro heart survey on atrial fibrillation. Chest. 2010 Feb;137(2):263-72. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19762550/ (Acesso em 27/09/2023)
5. Wyse DG, Waldo AL, DiMarco JP, et all; Atrial Fibrillation Follow-up Investigation of Rhythm Management (AFFIRM) Investigators. A comparison of rate control and rhythm control in patients with atrial fibrillation. N Engl J Med. 2002 Dec 5;347(23):1825-33. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/nejmoa021328 (Acesso em 27/09/2023)
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abs
Carla
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