Câncer de Próstata > Tratamentos
👉 Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Conduta Expectante e Vigilância Ativa do Câncer de Próstata
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 27/06/2014 - Data de atualização: 25/06/2020
Como o câncer de próstata geralmente cresce de forma lenta, alguns homens, especialmente os mais velhos ou os que têm outros problemas importantes de saúde, muitas vezes não iniciam imediatamente o tratamento contra a doença. Nesses casos, os médicos recomendam abordagens conhecidas como conduta expectante (observação vigilante) ou vigilância ativa.
Alguns médicos utilizam esses termos para significar a mesma coisa, enquanto outros consideram significados diferentes:
- Vigilância ativa. O
paciente é acompanhado de perto, fazendo exames regulares de PSA e toque
retal a cada 6 meses. Biópsias poderão ser realizadas, para verificar a
evolução da doença. Mas, se a qualquer momento for constatado o
crescimento do tumor ou alguma alteração com base nos resultados dos
exames de acompanhamento, o tratamento é iniciado.
- Conduta expectante. É algumas vezes utilizada para descrever um acompanhamento menos intensivo, o que pode significar menos exames, dependendo das alterações nos sintomas, para decidir se o tratamento é necessário.
Mas, nem todos os médicos concordam com essas definições ou de usá-las exatamente desta forma. Alguns médicos preferem não utilizar o termo vigilância ativa, pois parece implicar que nada está sendo feito, quando, na verdade, o paciente está sendo acompanhado de perto. Não importa qual o termo seu médico utilize, o importante é entender exatamente o que ele quer dizer quando se refere ao termo utilizado.
Essas abordagens podem ser indicadas se a doença não está provocando nenhum sintoma, se o tumor está se desenvolvendo lentamente (com base na pontuação de Gleason), é pequeno e está contido dentro da próstata, e, está associada a um nível baixo do PSA (<10ng/ml).
Essas abordagens não são uma boa opção se o tumor é de crescimento rápido (por exemplo, tem uma pontuação de Gleason alta) ou se já se disseminou (com base nos níveis do PSA). A vigilância ativa, geralmente não é oferecida a homens jovens e com bom estado geral de saúde, devido a possibilidade da doença se tornar um problema após 20 ou 30 anos.
A conduta expectante é uma opção razoável para alguns homens com tumores de crescimento lento porque não se sabe se tratar o câncer com cirurgia ou radioterapia realmente aumentará a sobrevida. Esses tratamentos têm riscos definidos e efeitos colaterais que podem superar os possíveis benefícios para alguns homens. Alguns homens não se sentem confortáveis com essa abordagem e preferem aceitar os possíveis efeitos colaterais dos tratamentos ativos para tentar remover ou destruir o câncer.
Até o momento, alguns estudos comparam a vigilância ativa com tratamentos, como cirurgia ou radioterapia. Pacientes submetidos a cirurgia ou radioterapia não tiveram aumento na sobrevida comparando com aqueles que realizaram vigilância ativa, mas a doença se manteve mais estável e se disseminou menos.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/08/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Cirurgia para Câncer de Próstata
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 27/06/2014 - Data de atualização: 25/06/2020
O principal tipo de cirurgia para o câncer de próstata é a prostatectomia radical. Nesse procedimento é retirada toda a próstata e alguns dos tecidos à sua volta, incluindo as vesículas seminais.
Tipos de cirurgia para câncer de próstata
- Prostatectomia radical aberta ou por laparoscopia.
A abordagem mais tradicional é a prostatectomia aberta, onde o
cirurgião faz uma única incisão para remover a próstata e os tecidos
adjacentes. Atualmente esse tipo de procedimento é realizado com menos
frequência. Na prostatectomia por laparoscopia, o cirurgião faz várias
incisões pequenas, por onde são inseridos instrumentos especiais para
remover a próstata. Todo o procedimento é controlado através de um
painel de controle para mover com precisão os braços robóticos que
seguram as ferramentas. O uso dessa técnica se tornou comum nos últimos
anos e seus resultados são simulares à abordagem aberta.
- Prostatectomia radical retropúbica. Nessa
técnica, o cirurgião faz uma incisão na parte inferior do abdome, do
umbigo até o osso púbico. Esse procedimento é feito com anestesia geral,
anestesia raquidiana ou peridural com sedação. Se, existe uma chance
razoável da doença ter se disseminado para os linfonodos próximos,
baseado nos resultados do PSA, da biópsia e outros fatores, o cirurgião
removerá alguns desses linfonodos. Após a cirurgia, é mantido uma sonda
vesical, durante 1 a 2 semanas, para drenar a bexiga. Quando o cateter é
retirado, o paciente volta a urinar normalmente.
- Prostatectomia radical perineal. Nessa
cirurgia, o cirurgião faz a incisão na pele entre o ânus e o escroto
(períneo). Essa abordagem é usada com menos frequência, porque não há
como poupar os nervos e os linfonodos não podem ser removidos. Muitas
vezes é uma cirurgia mais curta e pode ser uma opção se o paciente não
estiver preocupado com ereções e não precisar remover os linfonodos.
Também pode ser realizada se o paciente não tiver condições de fazer a
cirurgia retropúbica devido a outras condições clínicas. No fim do ato
cirúrgico um cateter é inserido através do pênis para ajudar a drenar a
bexiga. O cateter geralmente permanece no local por 1 a 2 semanas, e
após a remoção do mesmo o paciente volta a urinar normalmente.
- Prostatectomia radical por laparoscopia.
Na prostatectomia radical por laparoscopia, se utilizam várias incisões
pequenas, por onde são inseridos instrumentos especiais para remover a
próstata. Um dos instrumentos tem uma pequena câmara de vídeo na
extremidade, que permite a visualização interna do abdome. A
prostatectomia por laparoscopia tem algumas vantagens sobre a
prostatectomia radical aberta, incluindo menor perda de sangue e dor,
menor tempo de internação, e menor tempo de recuperação, embora seja
igualmente necessário o uso do cateter. As taxas de efeitos colaterais,
como problemas de ereção e de incontinência urinária são as mesmas das
prostatectomias abertas.
- Prostatectomia radical por laparoscopia assistida por robótica. Nessa técnica, também conhecida como prostatectomia robótica, a cirurgia é realizada a partir de uma mesa de operações, onde o cirurgião controla os braços robóticos para realizar o procedimento, através de pequenas incisões no abdome do paciente. Essa técnica tem algumas vantagens sobre a prostatectomia radical aberta, em termos de dor, perda de sangue e tempo de recuperação. Existe pouca diferença entre a prostatectomia robótica e outras abordagens.
Ressecção transuretral da próstata
Esse procedimento é mais comumente usado para tratar homens com hiperplasia prostática benigna, um aumento não cancerígeno da próstata. A ressecção transuretral da próstata não é utilizada para a cura do câncer de próstata, mas às vezes é realizada em homens com doença avançada para ajudar a aliviar os sintomas, como problemas de micção.
Nesse procedimento, é utilizado um ressectoscópio para retirar a parte interna da próstata, que envolve a uretra. Quando o instrumento está posicionado, um laser ou corrente elétrica é acionado, aquecendo o fio para ressecar ou vaporizar o tecido. O procedimento é feito sob anestesia regional ou geral. Normalmente dura uma hora. Após o procedimento, um cateter é inserido através do pênis no interior da bexiga, para drenar a urina. O tempo de hospitalização é geralmente de 1 a 2 dias e o paciente pode retornar as suas atividades normais em 1 a 2 semanas.
Um possível efeito colateral é um pequeno sangramento na urina após a cirurgia. Outros possíveis efeitos colaterais incluem infecção e quaisquer riscos que acompanham o tipo de anestesia utilizada.
Riscos cirúrgicos
Os riscos com qualquer tipo de prostatectomia radical são muito parecidos com os de qualquer cirurgia de grande porte. Os possíveis problemas durante ou logo após a cirurgia podem incluir:
- Reações à anestesia.
- Hemorragia.
- Coágulos sanguíneos nas pernas ou nos pulmões.
- Dano aos órgãos próximos.
- Infecção no local da incisão.
Efeitos colaterais
Os principais efeitos colaterais da prostatectomia radical são a incontinência urinária e a disfunção erétil (impotência). Entretanto, esses efeitos também podem ser provocados por outras formas de tratamento.
Incontinência urinária. Existem diferentes graus de incontinência, que podem afetar o homem, não só fisicamente, mas emocional e socialmente:
- Incontinência de estresse. É o tipo mais comum de incontinência após a cirurgia de próstata, quando a urina pode escapar a um movimento repentino como tossir, rir ou espirrar.
- Incontinência por transbordamento. Quando a bexiga não é totalmente esvaziada. Nesse caso, o homem leva um tempo maior para urinar e só consegue um fluxo fraco. Geralmente é provocada pelo bloqueio ou estreitamento da saída da bexiga pelo tumor ou tecido cicatricial.
- Incontinência de urgência. Quando se tem uma necessidade súbita de urinar. Esse problema ocorre quando a bexiga torna-se muito sensível ao alongamento, ou seja, quando a bexiga enche de urina.
- Incontinência contínua. Raramente após a cirurgia o homem perde toda a sua capacidade de controlar a micção.
Geralmente o controle da bexiga, em homens submetidos a cirurgia de câncer de próstata retorna ao normal dentro de algumas semanas ou meses após a cirurgia. Não há uma maneira certa de lidar com a incontinência. O desafio é encontrar uma forma para que você se adapte e possa retornar às suas atividades diárias normais. A incontinência pode ser tratada. Mesmo que a incontinência não possa ser completamente corrigida, é possível aprender a gerenciar e a viver com ela.
Impotência (Disfunção erétil). Significa que os nervos que permitem as ereções podem estar lesionados ou terem sido removidos, impedindo a ereção durante a relação sexual. As ereções são controladas por dois minúsculos feixes de nervos que correm de cada lado da próstata. Se o paciente tem ereções antes da cirurgia, o cirurgião tentará não prejudicar esses nervos durante a prostatectomia. Isso é denominado abordagem poupadora de nervos. Mas se o tumor está crescendo muito próximo aos nervos, o cirurgião precisará removê-los. Se ambos os nervos forem removidos, o paciente não poderá mais ter ereções espontâneas. Se apenas os nervos de um lado forem removidos, o paciente poderá ter ereções, mas a chance é menor do que se nenhum deles fosse removido. Se nenhum dos nervos for removido, as ereções voltam ao normal algum tempo após a cirurgia. A capacidade de ter novamente ereções após a cirurgia, muitas vezes ocorre lentamente, podendo levar até 2 anos. Durante os primeiros meses, o paciente provavelmente não será capaz de ter uma ereção espontânea, precisando usar medicamentos ou outros tratamentos. Existem várias opções para ajudar os pacientes com disfunção erétil:
- Inibidores da fosfodiesterase. Sildenafil, vardenafil, tadalafil e avanafil são medicamentos que podem promover ereções. Esses medicamentos não têm efeito se ambos os nervos que controlam as ereções foram retirados ou lesionados. Os efeitos colaterais frequentes desses medicamentos são dor de cabeça, rubor, dores de estômago, sensibilidade à luz e nariz escorrendo ou entupido. Raramente, podem causar problemas de visão. Os medicamentos que contem nitratos, que são usados para tratar doenças do coração, pode interagir com esses medicamentos, diminuindo a pressão arterial. Converse com seu médico sobre todos medicamentos que esteja usando.
- Alprostadil. É uma versão artificial de prostaglandina E1, uma substância produzida naturalmente no organismo que pode provocar ereções. Os efeitos colaterais mais comuns são dor, tontura e ereção prolongada.
- Dispositivos de vácuo. São outra opção para produzir uma ereção. Eles são mecânicos e colocados ao redor do pênis para produzir uma ereção.
- Implantes penianos. Os implantes penianos podem restaurar a capacidade do paciente de ter ereções se outros métodos não ajudarem. Existem vários tipos de próteses penianas, incluindo as que utilizam hastes de silicone ou dispositivos infláveis.
Alterações no orgasmo. Após a cirurgia, a sensação de orgasmo ainda deve ser prazerosa, mas não há ejaculação do sêmen - o orgasmo é “seco”. Isso ocorre porque as glândulas que produziam a maior parte do sêmen (as vesículas seminais e próstata ) foram removidas durante a prostatectomia e as vias usadas pelos espermatozoides foram seccionadas. Em alguns homens, o orgasmo se torna menos intenso ou desaparece completamente. Alguns homens podem sentir dor durante o orgasmo.
Infertilidade. A prostatectomia radical corta a ligação entre os testículos, onde o esperma é produzido e a uretra. Os testículos ainda produzirão esperma, mas não será ejaculado. Isso significa que o homem não poderá mais gerar um filho por meios naturais. Muitas vezes, isso não é um problema, uma vez que os homens com câncer de próstata normalmente são mais velhos. Mas se isso for uma preocupação, antes da cirurgia converse com seu médico sobre bancos de esperma.
Linfedema. O linfedema é uma complicação rara, mas possível devido a remoção dos linfonodos ao redor da próstata. Os linfonodos normalmente proporcionam o caminho para o líquido retornar a todas as áreas do corpo para o coração. Quando os linfonodos são removidos, o líquido pode se acumular nas pernas ou na região genital com o tempo, provocando inchaço e dor. O linfedema geralmente é tratado com fisioterapia, embora possa não desaparecer completamente.
Alteração no tamanho do pênis. Um possível efeito da cirurgia é uma pequena diminuição no comprimento do pênis. Isto é provavelmente devido ao encurtamento da uretra, quando uma porção é removida juntamente com a próstata.
Hérnia inguinal. A prostatectomia aumenta as chances de desenvolver hérnia inguinal no futuro.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/08/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Radioterapia para Câncer de Próstata
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 27/06/2014 - Data de atualização: 25/06/2020
O tratamento radioterápico utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas que formam um tumor.
A radioterapia pode ser usada de diferentes maneiras:
- Como primeiro tratamento para tumores de baixo grau que estão contidos na glândula prostática. As taxas de cura para homens com esses tipos de câncer são aproximadamente as mesmas para aqueles que fizeram prostatectomia radical.
- Como parte do primeiro tratamento junto com a hormonioterapia para tumores que se desenvolveram fora da glândula prostática e nos tecidos adjacentes.
- Para tratar tumores que não foram completamente removidos ou que recidivaram após a cirurgia.
- Para tratar o câncer avançado e manter a doença sob controle durante o maior tempo possível, prevenindo ou aliviando os sintomas.
Tipos de radioterapia
Existem 2 tipos de radioterapia usados no tratamento do câncer de próstata: radioterapia externa e braquiterapia (radioterapia interna).
Radioterapia externa
A radioterapia externa é focada sobre a glândula prostática a partir de uma fonte de radiação externa. Esse tipo de radioterapia pode ser usado para tentar curar tumores em estágio inicial ou aliviar sintomas, como dor óssea, se a doença se disseminou para uma óssea específica.
Cada sessão dura apenas alguns minutos, mais o tempo de posicionamento do paciente. O procedimento em si é indolor. Os tratamentos são administrados 5 dias por semana durante 6 a 7 semanas. As diferentes técnicas de radioterapia são:
- Radioterapia conformacional 3D.
A radioterapia conformacional tridimensional utiliza imagens adquiridas
por tomografia computadorizada, ressonância magnética ou tomografia por
emissão de pósitrons e as transfere ao computador de planejamento para
criar uma imagem tridimensional do tumor, possibilitando que múltiplos
feixes de radiação de intensidade uniforme possam ser conformados para o
contorno da área alvo de tratamento, com as margens de segurança
determinadas. Essa tecnologia proporciona um bom controle durante o
tratamento e garante aos pacientes doses adequadas de radiação no tumor,
com menos exposição à radiação dos tecidos saudáveis.
- Radioterapia de intensidade modulada (IMRT).
A IMRT é outra modalidade de radioterapia externa conformacional
altamente precisa que permite de forma muito eficaz a administração de
altas doses de radiação no volume alvo, minimizando a dose nos tecidos
normais adjacentes. O objetivo da IMRT é concentrar uma maior dose de
radiação no volume alvo e poupar os tecidos normais. A dose de radiação é
projetada para conformar a forma tridimensional do tumor pela modulação
ou controle da intensidade dos subcomponentes de cada feixe de
radiação. Portanto, utiliza-se alta dose de radiação no tumor alvo,
enquanto se espera diminuir a exposição à radiação dos tecidos normais
adjacentes, buscando a redução da toxicidade ao tratamento. Desta forma,
os efeitos colaterais a curto e longo prazo são diminuídos.
- Radioterapia guiada por imagem (IGRT). Consiste
na realização de imagens, em tempo real, na própria máquina de
tratamento antes de cada aplicação de radioterapia, garantindo com a
maior precisão possível que o tumor esteja dentro do campo de irradiação
todos os dias, uma vez que ele pode mudar de posição devido aos
movimentos respiratórios, ao preenchimento ou esvaziamento de alguns
órgão, ou mesmo por pequenas alterações de posicionamento de um dia para
o outro.
- Arcoterapia volumétrica modulada (VMAT). A
VMAT consiste no uso do IMRT em campos no formato de arcos, com maior
eficácia na conformação da dose em torno do volume alvo, poupando
significativamente os órgãos normais adjacentes, é um tratamento
extremamente rápido. Reduzir o tempo de tratamento significa proporcionar
mais conforto aos pacientes e diminuir a possibilidade de sua
movimentação durante a sessão de tratamento.
- Radioterapia estereotáxica. Essa técnica
utiliza técnicas avançadas de imagem para fornecer grandes doses de
radiação com precisão em uma determinada área. Nesta técnica são
administradas altas doses de radiação em cada sessão, de modo que o
tratamento é realizado em apenas alguns dias.
- Radioterapia com feixe de prótons. Ao contrário dos raios X, que liberam energia durante seu trajeto, os prótons causam poucos danos aos tecidos que atravessam, liberam sua energia no órgão alvo. Em teoria, isso significa que a radiação do feixe de prótons fornece mais radiação à próstata provocando menos danos aos tecidos normais próximos. Entretanto, ainda são necessários mais estudos para avaliar se é mais seguro ou mais eficaz do que a radiocirurgia estereotáxica.
Possíveis efeitos colaterais da radioterapia externa
Alguns dos efeitos colaterais da radioterapia externa podem incluir:
Problemas intestinais. A radioterapia pode irritar o reto e provocar uma condição denominada proctite, que pode levar à diarreia, às vezes com sangue nas fezes. A maioria desses problemas desaparece ao longo do tempo, mas em casos raros, a função intestinal não volta ao normal.
Incontinência urinária. A radioterapia pode irritar a bexiga levando a uma condição chamada cistite. O paciente urina com mais frequência, pode ter sensação de queimação enquanto urina e pode encontrar sangue na urina. Os problemas urinários geralmente melhoram ao longo do tempo, mas em alguns homens nunca desaparecem. Alguns homens desenvolvem incontinência urinária após o tratamento, mas em geral, esse efeito colateral ocorre com menos frequência do que após a cirurgia.
Impotência. Após alguns anos, a taxa de impotência após a radioterapia é aproximadamente a mesma que após a cirurgia. Problemas com ereções geralmente não ocorrem logo após a radioterapia, mas se desenvolve lentamente ao longo do tempo. Isso é diferente da cirurgia, onde a impotência ocorre imediatamente e pode melhorar ao longo do tempo.
Fadiga. A radioterapia pode provocar fadiga que pode durar até algumas semanas ou meses após o término do tratamento.
Linfedema. Se os linfonodos próximos da próstata forem danificados pela radiação, a linfa pode drenar nas pernas ou região genital ao longo do tempo provocando inchaço e dor. O linfedema geralmente é tratado com fisioterapia, embora possa não desaparecer completamente.
Braquiterapia
A braquiterapia utiliza pequenas sementes radioativas que são colocadas diretamente na próstata. A braquiterapia é geralmente utilizada em homens com câncer de próstata em estágio inicial. A braquiterapia combinada com radioterapia externa é, às vezes, uma opção para homens com maior risco de desenvolver câncer fora da próstata.
Existem dois tipos de braquiterapia da próstata:
- Braquiterapia permanente (Baixa taxa de dose ou LDR).
Nessa abordagem, as sementes do material radioativo são colocadas
dentro de agulhas finas, que são inseridas através da pele na área entre
o escroto e o ânus (períneo) e na próstata. As sementes são deixadas no
local à medida que as agulhas são removidas e liberam baixas doses de
radiação durante semanas ou meses.
- Braquiterapia temporária (Alta taxa de dose ou HDR). Nessa técnica as agulhas são colocadas vazias (sem material radioativo) na próstata, e após o posicionamento são inseridas através das agulhas os cateteres com o material radioativo. Ao término do tratamento, os cateteres são removidos.
Possíveis efeitos colaterais da braquiterapia
Alguns dos efeitos colaterais da braquiterapia podem incluir:
Precauções devido às radiações. O paciente que faz braquiterapia permanente (LDR), deve evitar o contato prolongado com mulheres grávidas e crianças pequenas durante as primeiras semanas ou meses do tratamento. Se for viajar, deve solicitar ao médico um relatório sobre o tratamento, uma vez que que os baixos níveis de radiação podem ser capturados pelos sistemas de detecção nos aeroportos. Existe também um pequeno risco de que algumas das sementes possam se mover. Essas precauções não são necessárias após a braquiterapia HDR, porque a radiação não permanece no corpo após o tratamento.
Problemas intestinais. A braquiterapia às vezes pode irritar o reto e provocar uma condição denominada proctite. Problemas intestinais como dor retal, queimação e diarreia podem ocorrer, mas problemas sérios a longo prazo são raros.
Incontinência urinária. A incontinência urinária severa não é um efeito colateral comum. Mas alguns homens têm problemas de micção frequente ou outros sintomas devido à irritação da uretra. Isso tende a ser pior nas primeiras semanas após o tratamento e melhora ao longo do tempo. Raramente, a uretra pode realmente se fechar e precisa ser canalizada com um cateter ou cirurgia.
Problemas de ereção. Alguns estudos mostraram que as taxas de problemas de ereção eram menores após a braquiterapia, mas outros estudos mostraram que as taxas não eram menores do que com a radioterapia de feixe externo ou cirurgia. Quanto mais jovem o paciente, mais provável a recuperação após o tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/08/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Criocirurgia para Câncer de Próstata
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 27/06/2014 - Data de atualização: 25/06/2020
A criocirurgia também denominada crioterapia ou crioablação é utilizada para tratar por congelamento o câncer de próstata localizado.
A crioterapia pode ser uma opção de tratamento para homens com câncer de próstata em estágio inicial de baixo risco que não possam fazer cirurgia ou radioterapia. A maioria dos médicos não usa crioterapia como o primeiro tratamento para o câncer de próstata, mas às vezes é uma opção para tratar a recidiva da doença após a radioterapia. Esse procedimento é realizado com o paciente sob anestesia regional ou geral.
Nessa abordagem, o médico insere várias sondas vazias através da pele entre o ânus e o escroto, guiado por ultrassom transretal. Gases frios são inseridos através das agulhas, criando bolas de gelo que destroem a próstata. Para ter certeza que o tecido prostático é destruído sem danos aos tecidos vizinhos, o médico acompanha as imagens pelo ultrassom. Um cateter é mantido no lugar por várias semanas após o procedimento para permitir que a bexiga esvazie enquanto o paciente se recupera.
A criocirurgia é menos invasiva do que a prostatectomia radical. Entretanto, comparando-se o procedimento com a cirurgia ou radioterapia, ainda se sabe pouco sobre a eficácia a longo prazo da criocirurgia.
Possíveis efeitos colaterais
Os efeitos colaterais da criocirurgia tendem a ser piores se for realizada em homens que já fizeram radioterapia.
A maioria dos homens apresenta sangue na urina durante um dia ou dois após o procedimento, bem como dor na área onde as agulhas foram colocadas. Inchaço no pênis ou escroto também é comum.
O congelamento pode também afetar a bexiga e o reto, o que pode provocar dor, sensação de queimação e necessidade de esvaziar a bexiga e o intestino frequentemente, no entanto a maioria dos homens recupera a função intestinal e da bexiga ao longo do tempo.
O congelamento pode danificar os nervos próximos da próstata e causar impotência nos homens que fazem a criocirurgia. A disfunção erétil é mais comum após a criocirurgia do que após a prostatectomia radical.
A incontinência urinária é rara em homens que fazem a criocirurgia como primeira opção de tratamento, mas é comum em homens que já fizeram radioterapia.
Uma fístula entre o reto e a bexiga pode se formar em menos de 1% dos homens após a criocirurgia. Essa complicação rara, mas grave, faz com que a urina vaze para o reto e, muitas vezes requer uma cirurgia de reparação.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/08/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Hormonioterapia para Câncer de Próstata
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 27/06/2014 - Data de atualização: 13/01/2020
A terapia hormonal, também denominada terapia de privação de andrógeno ou terapia de supressão androgênica, tem o objetivo de reduzir o nível dos hormônios masculinos (andrógenos), no corpo.
Os principais andrógenos são a testosterona e a diidrotestosterona (DHT). A maioria dos andrógenos do corpo são produzidos pelos testículos, mas as glândulas suprarrenais, também produzem uma pequena quantidade. Os andrógenos estimulam as células do câncer de próstata a crescerem. Reduzir os níveis de andrógenos ou impedi-los de atuar nas células cancerígenas da próstata muitas vezes faz com que os tumores diminuam de tamanho ou cresçam mais lentamente por um tempo. No entanto, apenas a hormonioterapia não cura o câncer de próstata.
A terapia hormonal pode ser utilizada em várias situações:
- Se o paciente não pode realizar cirurgia ou radioterapia, ou se a doença não pode ser curada por estes procedimentos, pois o câncer já se disseminou além da próstata.
- Se o câncer não foi totalmente retirado ou recidivou após a cirurgia ou radioterapia.
- Junto com a radioterapia como tratamento inicial, se o paciente tem um alto risco de recidiva após o tratamento, com base na pontuação de Gleason, nível do PSA e/ou desenvolvimento do tumor fora da próstata.
- Antes da radioterapia para tentar reduzir o tamanho do tumor e tornar o tratamento mais eficaz.
Tipos de terapia hormonal
Existem vários tipos de terapia hormonal para tratar o câncer da próstata:
- Tratamentos para diminuir os níveis de andrógenos
Orquiectomia (Castração cirúrgica). Consiste na remoção cirúrgica de ambos os testículos. Embora seja um procedimento cirúrgico, seu principal efeito é hormonal. Nesse procedimento são retirados os testículos, onde são produzidos a maioria dos andrógenos (testosterona e DHT). Isso faz com que a maioria dos cânceres de próstata pare de crescer ou encolher por um tempo. Isso é feito como um procedimento ambulatorial. É provavelmente a forma mais barata e simples de hormonioterapia. Mas, diferentemente de outros tratamentos, ela é permanente e muitos homens têm dificuldade em aceitar a remoção de seus testículos. Alguns homens submetidos a essa cirurgia se preocupam com a aparência após o procedimento. Se desejado, testículos artificiais que se parecem muito com os normais podem ser inseridos no escroto.
Agonistas do LHRH (Castração química). Essa terapia consiste da administração de uma droga denominada agonista do receptor do hormônio liberador do hormônio luteinizante, o que leva a uma queda no nível de testosterona. Os análogos do LHRH são injetados ou colocados em pequenos implantes sob a pele. Dependendo do medicamento utilizado, podem ser administrados mensalmente ou anualmente. Os análogos de LHRH disponíveis incluem leuprolide, goserelina, triptorrelina e histrelina.
- Antagonista da LHRH
Degarelix. É um antagonista da LHRH, que age como os agonistas da LHRH, mas reduz os níveis de testosterona mais rapidamente e não causa a exacerbação do tumor como os agonistas da LHRH. O tratamento com esse medicamento também pode ser considerado uma forma de castração médica. É usado para tratar o câncer de próstata avançado. É administrado como uma injeção sob a pele mensalmente. Os efeitos colaterais mais comuns são problemas no local da aplicação (dor, vermelhidão ou inchaço).
Possíveis efeitos colaterais. Orquiectomia e agonistas e antagonistas do LHRH podem provocar efeitos colaterais semelhantes em função das alterações nos níveis de hormônios. Esses efeitos podem incluir:
- Diminuição ou ausência da libido.
- Disfunção erétil (Impotência).
- Diminuição dos testículos e do pênis.
- Ondas de calor.
- Sensibilidade e crescimento do tecido mamário.
- Osteoporose.
- Anemia.
- Diminuição da agilidade mental.
- Perda de massa muscular.
- Ganho de peso.
- Fadiga.
- Aumento do colesterol.
- Depressão.
Algumas pesquisas sugeriram que o risco de hipertensão arterial, diabetes, acidentes vasculares cerebrais, infarto e até morte por doença cardíaca é maior em homens tratados com hormonioterapia, embora nem todos os estudos concordem com isso.
Muitos dos efeitos colaterais da hormonioterapia podem ser evitados ou tratados, por exemplo:
- Ondas de calor podem ser tratadas com determinados antidepressivos ou outros medicamentos.
- Radioterapia das mamas pode prevenir a hipertrofia, mas não é eficaz quando o aumento já ocorreu.
- Vários medicamentos estão disponíveis para prevenir e tratar a osteoporose.
- A depressão pode ser tratada com antidepressivos e/ou psicoterapia.
- Exercícios ajudam a reduzir os efeitos colaterais, como fadiga, ganho de peso e a perda de massa óssea e muscular.
Existe uma crescente preocupação de que a hormonioterapia no câncer de próstata possa provocar problemas de concentração ou memória. Ainda assim, a terapia hormonal parece levar a problemas de memória em alguns homens. Esses problemas raramente são importantes e, na maioria das vezes, afetam apenas alguns tipos de memória. Mais estudos estão em andamento.
- Medicamentos para diminuir o nível dos andrógenos das glândulas suprarrenais
Abiraterona. Esse medicamento bloqueia uma enzima (proteína) denominada CYP17, que impede que essas células produzam andrógenos. É utilizado em homens com câncer de próstata avançado de alto risco (pontuação de Gleason alta, disseminação para os ossos ou outros órgãos) e resistente a castração (tumor em ainda está crescendo, apesar dos baixos níveis de testosterona do agonista da LHRH, antagonista da LHRH ou orquiectomia). É administrado por via oral, diariamente. Isso não impede que os testículos produzam testosterona; portanto, homens que não fizeram orquiectomia precisam continuar o tratamento com um agonista ou antagonista da LHRH. Como a abiraterona também reduz o nível de outros hormônios, um corticosteroide precisa ser administrado durante o tratamento, para evitar determinados efeitos colaterais.
Cetoconazol. Utilizado anteriormente no tratamento de infecções fúngicas, bloqueia a produção de determinados hormônios, como os androgênios, de forma similar à abiraterona. É mais frequentemente utilizado no tratamento de homens diagnosticados com câncer de próstata avançado, por permitir a redução dos níveis de testosterona mais rapidamente. Também pode ser administrado quando outras formas de hormonioterapia não estão respondendo. Pacientes tratados com cetoconazol muitas vezes precisam tomar um corticosteroide, para evitar os efeitos colaterais causados pela diminuição do nível do cortisol.
Possíveis efeitos colaterais. A abiraterona pode provocar dor nas articulações ou nos músculos, aumento da pressão arterial, retenção de líquido no corpo, ondas de calor, dor abdominal e diarreia. O cetoconazol pode provocar aumento dos níveis de enzimas hepáticas, náuseas, vômitos, ginecomastia e erupção cutânea.
- Medicamentos que bloqueiam a função dos andrógenos
Antiandrógenos. Para que a maioria das células do câncer de próstata cresça, os andrógenos precisam se ligar a uma proteína na célula denominada receptor de andrógeno. Os antiandrógenos são medicamentos que se conectam a esses receptores, impedindo que os andrógenos provoquem o crescimento tumoral. Os antiandrógenos também são chamados de antagonistas do receptor de andrógeno. Os medicamentos desse tipo, incluem a flutamida, bicalutamida e nilutamida e são administrados via oral diariamente. O tratamento com antiandrógeno pode ser combinado ao tratamento se a orquiectomia ou um agonista ou antagonista da LHRH não estiver respondendo. Às vezes, um antiandrógeno também é administrado por algumas semanas, quando um agonista da LHRH é administrado inicialmente para evitar o crescimento do tumor. Um antiandrógeno também pode ser combinado com orquiectomia ou um agonista da LHRH como terapia hormonal de primeira linha (bloqueio androgênico combinado). Em alguns homens, se um antiandrógeno não estiver mais respondendo, interromper o antiandrógeno pode fazer com que o tumor pare de crescer por um curto período de tempo (efeito antiandrogênico da abstinência).
Possíveis efeitos colaterais. Os antiandrógenos têm
efeitos colaterais similares aos agonistas do LHRH, antagonistas do LHRH
e orquiectomia, mas podem ter menos efeitos colaterais sexuais. Quando
esses medicamentos são usados isoladamente, o desejo sexual e as
ereções geralmente são preservadas. Quando esses medicamentos são
administrados em homens em tratamento com agonistas da LHRH, o principal
efeito colateral é a diarreia. Também podem ocorrer náuseas, problemas
hepáticos e fadiga.
Enzalutamida, apalutamida e darolutamida. Esses
medicamentos são novos tipos de antiandrógenos. Eles são administrados
por via oral diariamente e são aprovados nos casos que o tumor não se
disseminou, mas não está mais respondendo a outras formas de terapia
hormonal, ou seja, câncer de próstata não metastático resistente à
castração. Além disso, a enzalutamida também pode ser usada no câncer de
próstata metastático, sensível ou resistente à castração; enquanto a
apalutamida é aprovada também em pacientes com câncer de próstata
metastático sensível à castração.
Efeitos colaterais. Podem incluir diarreia, fadiga,
erupção cutânea e ondas de calor. Também pode provocar efeitos
colaterais no sistema nervoso, incluindo tonturas e, raramente,
convulsões. Os homens que tomam esses medicamentos são mais propensos a
quedas da própria altura, o que pode provocar eventualmente lesões
graves.
- Outros medicamentos supressores de andrógenos
Estrogênios (Hormônios femininos). Foram a principal alternativa à orquiectomia para homens com câncer de próstata avançado. Mas, devido a seus possíveis efeitos colaterais estão sendo substituídos por outros tipos de hormonioterapia.
Discussão sobre hormonioterapia
Nem todos os médicos concordam sobre o melhor momento para começar ou interromper a hormonioterapia, bem como a melhor maneira de administração. Mais estudos estão em andamento para compreender melhor essa questão.
Tratamento do câncer em fase inicial. Alguns médicos utilizam a hormonioterapia em vez da conduta expectante ou vigilância ativa em homens com câncer de próstata em estágio inicial, que não querem fazer cirurgia ou radioterapia. Alguns estudos não mostraram que estes homens têm uma sobrevida maior comparados àqueles que não receberam qualquer tratamento inicialmente. Em função disso, a hormonioterapia geralmente não é indicada para o câncer de próstata em fase inicial.
Tratamento precoce x tratamento tardio. Para os homens que eventualmente precisem da terapia hormonal, como aqueles cujo PSA aumentou após a cirurgia ou radioterapia ou aqueles com doença avançada assintomáticos, alguns médicos acreditam que a hormonioterapia tem melhores resultados se iniciada o mais precocemente possível, mesmo para aqueles que não apresentam qualquer sintoma. Alguns estudos mostraram que o tratamento hormonal pode abrandar a doença e até aumentar a sobrevida.
Hormonioterapia intermitente x hormonioterapia contínua. A maioria dos tipos de câncer de próstata tratados com hormonioterapia se tornam resistentes ao tratamento ao longo do tempo. Alguns pesquisadores acreditam que a supressão androgênica constante pode não ser necessária, por isso, indicam o tratamento intermitente, acreditando que a pausa na supressão androgênica, também haverá uma pausa nos efeitos colaterais, como diminuição da energia, ondas de calor e problemas sexuais. Numa forma de hormonioterapia intermitente, o tratamento é interrompido quando o PSA cai para um nível muito baixo. Se o nível de PSA começar a subir, os medicamentos são reintroduzidos. Outra forma de terapia intermitente é a terapia hormonal por períodos fixos de tempo, por exemplo, 6 meses seguidos por 6 meses de descanso. No momento, não está claro como essa abordagem pode ser comparada à terapia hormonal contínua. Alguns estudos mostraram que a terapia contínua pode aumentar a sobrevida, mas outros estudos não encontraram essa diferença.
Bloqueio androgênico combinado. Alguns médicos tratam pacientes com privação de andrógenos mais um antiandrógeno. Nem todos os médicos concordam que isso possa ser mais útil do que a privação de andrógenos isolada. A maioria dos médicos não concorda que existam evidências suficientes de que a terapia combinada seja mais eficaz do que apenas um medicamento no tratamento do câncer de próstata metastático.
Bloqueio androgênico triplo. Alguns médicos sugerem realizar a terapia combinada, adicionando um inibidor chamado 5-alfa redutase, finasteride ou dutasteride. No entanto, atualmente, existem poucas evidências sobre os benefícios do bloqueio androgênico triplo.
Castração resistente x hormônio refratário. Esses termos são utilizados para descrever os cânceres de próstata que já não estão respondendo aos hormônios, embora sejam conceitualmente diferentes:
- Sensível à castração. Significa que o câncer está sendo controlado, mantendo o nível de testosterona tão baixo quanto esperado se os testículos fossem removidos (nível de castração).
- Castração resistente. Significa que o câncer ainda está evoluindo apesar dos níveis de testosterona estar abaixo do nível esperado.
- Hormônio refratário. Se refere ao câncer de próstata que não está evoluindo adequadamente com nenhum tratamento hormonal, incluindo novos medicamentos.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 18/12/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Quimioterapia para Câncer de Próstata
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 27/06/2014 - Data de atualização: 25/06/2020
Quimioterapia é o tratamento com medicamentos para destruir o câncer, administrados por via intravenosa ou por via oral. A quimioterapia sistêmica é administrada na corrente sanguínea para poder atingir as células cancerígenas na maior parte do corpo.
Às vezes a quimioterapia é usada se a doença está disseminada e a terapia hormonal não está respondendo. Pesquisas recentes mostraram que a quimioterapia pode ser útil se administrada junto com a hormonioterapia. No entanto, a quimioterapia não é um tratamento padrão para o câncer de próstata inicial.
Os medicamentos quimioterápicos utilizados no tratamento do câncer de próstata incluem:
- Docetaxel.
- Cabazitaxel.
- Mitoxantrona.
- Estramustina.
Na maioria dos casos, a quimioterapia é iniciada com docetaxel combinada com prednisona. Se a doença não responder, é iniciado o tratamento com cabazitaxel. Ambos medicamentos aumentam a sobrevida, podendo retardar o crescimento do tumor e reduzir os sintomas, resultando em uma melhor qualidade de vida. Ainda assim, com a quimioterapia é muito improvável curar o câncer de próstata.
Outros medicamentos quimioterápicos em estudo para uso no câncer de próstata incluem carboplatina, oxaliplatina e cisplatina.
A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura em geral algumas semanas.
Possíveis efeitos colaterais
Os medicamentos quimioterápicos atuam nas células que se dividem rapidamente, por isso são utilizadas contra as células cancerígenas. Porém, simultaneamente outras células no corpo, como as da medula óssea, o revestimento da boca e dos intestinos, e os folículos pilosos, também se dividem rapidamente. Essas células também são afetadas pela quimioterapia, levando a efeitos colaterais.
Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo e da dose dos medicamentos administrados e do tempo do tratamento. Esses efeitos colaterais podem incluir:
- Alopecia (perda de cabelo).
- Inflamações na boca.
- Perda de apetite.
- Náuseas e vômitos.
- Diarreia.
- Infecções, devido a diminuição dos glóbulos brancos.
- Hemorragias ou hematomas, devido a diminuição das plaquetas.
- Fadiga, devido a diminuição dos glóbulos vermelhos.
Esses efeitos colaterais geralmente são de curto prazo e tendem a desaparecer com o término do tratamento. Além disso, existem medicamentos que são utilizados durante o tratamento para prevenir ou reduzir os efeitos colaterais provocados pela quimioterapia.
Junto com os riscos citados acima, alguns efeitos colaterais são vistos com mais frequência com determinados medicamentos quimioterápicos, por exemplo:
- O docetaxel e o cabazitaxel às vezes provocam reações alérgicas graves. Medicamentos são administrados antes de cada tratamento para ajudar a prevenir essas reações. Esses medicamentos também podem provocar neuropatia periférica, que podem causar sensação de entorpecimento, formigamento ou queimação nas mãos ou nos pés.
- A mitoxantrona pode, muito raramente, provocar leucemia após vários anos.
- A estramustina pode aumentar o risco de formação de coágulos sanguíneos.
Se você apresentar quaisquer efeitos colaterais durante o tratamento quimioterápico comunique imediatamente seu médico para que ele trate o problema antes que se agrave. Em alguns casos, as doses dos medicamentos podem precisar ser ajustadas ou o tratamento ser suspenso temporariamente ou interrompido para evitar que os efeitos piorem.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/08/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
www.oncoguia.org.br
https://www.gov.br/inca/pt-br
https://ladoaladopelavida.org.br/
https://portaldaurologia.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Vc é muito importante para mim, gostaria muito de saber quem é vc, e sua opinião sobre o meu blog,
bjs, Carla