Envelhecimento ativo não se refere apenas à ausência de doenças. Mesmo na presença destas, as pessoas idosas contribuem para a vida em sociedade
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define envelhecimento ativo como um conjunto de oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança, que ocorrem ao longo da vida, de tal forma que haja qualidade de vida em qualquer idade. Desta forma, “ativo” implica na participação da pessoa idosa em questões socioeconômicas, culturais, espirituais e na sociedade civil, ou seja, não implica em uma rotina de exercícios físicos ou em um trabalho.
Envelhecimento ativo também não se refere apenas à ausência de doenças, mas sim que, mesmo na presença destas, as pessoas idosas possam permanecer contribuindo para vários aspectos da vida em sociedade. Estar em atividade é muito importante, pois ações que promovam relações sociais são tão importantes quanto aquelas que melhoram tanto a saúde física quanto a mental.
Sarcopenia
Denomina-se sarcopenia à perda muscular combinada com alterações de qualidade da fibra muscular. Esse processo pode ser responsável por perda da qualidade de vida e pode limitar a participação da pessoa idosa e as relações sociais, daí a preocupação com seu aparecimento.
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), cerca de 15% dos brasileiros têm sarcopenia a partir dos 60 anos, condição mais comum em homens do que em mulheres. Neste processo, a pessoa idosa pode chegar a perder quase 1% de músculo por ano após os 70 anos. Exercícios físicos e nutrição adequada ajudam a reduzir esta perda.
A sarcopenia acontece devido a uma queda gradual da capacidade do corpo de sintetizar proteínas musculares, incluindo as que estão envolvidas na contração muscular. É importante darmos atenção a este assunto, pois os músculos estão envolvidos em vários processos do corpo, inclusive àqueles relacionados à manutenção da imunidade.
A falta de atividade física acelera a perda de músculo e a perda da força muscular, sendo que, durante o descanso na cama, 1kg de músculo pode ser perdido em 10 dias. Assim sendo, é importante ter uma dieta saudável e realizar atividade física suficiente, o que proporcionará maior força e performance muscular.
Diferença entre atividade física e exercício físico
Ainda, é importante falar sobre a diferença entre atividade física e exercício físico. Alguns autores definem a atividade física como “qualquer movimento corporal produzido pelos músculos que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso, por exemplo: caminhada, dança, jardinagem, subir escadas, dentre outras atividades”. Já o exercício físico é considerado como uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que visa melhorar aspectos da aptidão física, como força, agilidade, entre outros.
O exercício físico pode ter como objetivo a melhoria da saúde, mas também a melhoria de performance. Seus benefícios são inúmeros, contribuindo não apenas para quadros como os que envolvem a sarcopenia, mas para a autoestima, autoimagem e saúde mental. Reduz ainda o risco de mortes prematuras, doenças do coração, acidente vascular cerebral, entre outros.
Segundo o Laboratório de Adaptação ao Treinamento de Força da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP), existem dois grandes grupos de exercícios que colaboram para reverter o quadro da sarcopenia. São estes: os exercícios físicos de força (como a musculação) e os exercícios aeróbicos (como correr na esteira ou pedalar). Estudos em academias em Maringá observaram que, quanto mais os idosos praticam atividades físicas leves, como a caminhada, menor a tendência de apresentarem sarcopenia.
Em muitas cidades, existem grupos que se reúnem para fazer exercícios físicos, seja em academias ou clubes ou nas academias das praças, ou se reunindo em alguns lugares para fazer atividades variadas. Para quem não aprecia atividades grupais, há as individuais, mas, voltando ao conceito de envelhecimento ativo, os relacionamentos sociais são fator muito importante para um bom envelhecer.
Referências
BARBOSA, André Luiz de Souza. Sarcopenia em Idosos, Alimentação e Exercício Físico: uma Revisão Narrativa. Faculdade Maria Milza, Bahia, 2021.
JORNAIS USP. Exercícios físicos podem reverter quadros de sarcopenia. São Paulo, 2019. Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/exercicios-fisicos-podem-reverter-quadros-de-sarcopenia/>.
MACIEL, Marcos Gonçalves. Atividade física e funcionalidade do idoso. Rev. educ. fis. 16 (4), dez 2010.
OLIVEIRA, Daniel Vicentini de; YAMASHITA Felipe Carmona; SANTOS, Rafaela Merim; et al. A duração e a frequência da prática de atividade física interferem no indicativo de sarcopenia em idosos? Fisioter. Pesqui. 27 (1), Mar 2020.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE – OPAS – OMS. Envelhecimento Ativo: uma política de saúde. Brasília, Distrito Federal, 2005. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf>.
TOURNADRE, Anne; VIAL Gaelle; CAPEL Fréderic et al.; Sarcopenia. Rev. Joint Bone Spine Vol. 86, mai 2019, pág. 309-31. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1297319X18301891>.
Foto destaque de Prateek Katyal/pexels.
Maria Elisa Gonzalez Manso
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://www.portaldoenvelhecimento.com.br/o-que-e-envelhecimento-ativo-e-sua-inter-relacao-com-a-sarcopenia/
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