Converse com seu Médico sobre Câncer de Estômago
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 24/05/2014 - Data de atualização: 01/09/2020
Preparamos um roteiro de perguntas que podem lhe orientar numa conversa com seu médico. Alguns pontos são muito importantes e não devem ser deixados de lado:
No diagnóstico
- Qual tipo de câncer de estômago eu tenho?
- Em que parte do estômago o câncer está localizado?
- Qual é o estadiamento da doença? O que isso significa?
- Qual o meu prognóstico?
Antes do tratamento
- Quais são as opções de tratamento disponíveis para meu caso?
- O que você recomenda para o meu caso? Por quê?
- Qual é o objetivo do tratamento?
- Como o tratamento será planejado? Que tipos de exames serão realizados?
- Quanto tempo vai durar o tratamento? O que isso acarreta? Onde será realizado?
- O que devo fazer para estar pronto para o início do tratamento?
- Quais os possíveis efeitos colaterais desses tratamentos?
- O que pode ser feito para aliviar os possíveis efeitos colaterais?
- Como o tratamento afetará minha rotina diária?
- Existem estudos clínicos que eu poderia participar agora?
Durante o tratamento
- Como saberemos se o tratamento está respondendo?
- Como posso gerenciar os efeitos colaterais?
- Quais sinais e sintomas ou efeitos colaterais devo informa-lo imediatamente?
- Como posso entrar em contato com você a noite, feriados e finais de semana?
- Preciso mudar minha alimentação durante o tratamento?
- Podemos falar em cura para o meu tipo de câncer?
- Quais são as chances de recidiva da doença?
- Após o término do tratamento será necessário algum tipo de acompanhamento?
Após o tratamento
- Existe algum limite do que eu posso fazer?
- Quais sinais e sintomas devo estar atento?
- Que tipo de atividade física posso fazer agora?
- Poderei voltar a realizar minhas atividades normalmente?
- Com que frequência terei de fazer exames e testes de acompanhamento?
- Com que frequência devo fazer as consultas de retorno?
- Em quais situações eu devo ligar para você?
- Quais são as chances deste tumor voltar?
- Quais são as chances de uma metástase?
- Que serviços de apoio estão disponíveis para mim? Para minha família?
É muito importante perguntar e esclarecer todas suas dúvidas, a informação é um direito seu!
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 10/02/2016, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Acompanhamento após Tratamento do Câncer de Estômago
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 24/05/2014 - Data de atualização: 01/09/2020
Para alguns pacientes com câncer de estômago, o tratamento pode remover ou destruir o câncer, mas chegar ao fim do tratamento pode ser estressante. Ao mesmo tempo em que o paciente se sente aliviado com o término do tratamento, fica a preocupação de uma recidiva ou metástase. Este é um sentimento muito comum para a maioria das pessoas que tiveram câncer de estômago.
Em outros pacientes, o câncer pode não desaparecer completamente. Esses pacientes continuarão realizando tratamentos regulares com quimioterapia, terapia alvo ou outras terapias para tentar manter a doença sob controle.
A vida após o câncer significa voltar a realizar suas atividades e também fazer novas escolhas.
Cuidados no acompanhamento
Quando o tratamento termina, os médicos irão acompanhá-lo de perto por alguns anos. Por isso é muito importante comparecer a todas as consultas de acompanhamento. Nestas consultas o médico sempre o examinará, conversará com você sobre qualquer sintoma que tenha apresentado, poderá pedir alguns exames de laboratório ou de imagens para acompanhamento e reestadiamento da doença. Suas visitas ao médico são um bom momento para fazer perguntas e falar sobre quaisquer alterações ou problemas que você perceba ou preocupações que você possa apresentar.
Se você fez uma cirurgia, seu médico pode sugerir que você consulte um nutricionista, para ajudá-lo a se adaptar às mudanças em seus hábitos alimentares.
Os pacientes que fizeram a cirurgia - especialmente se tiveram a parte superior do estômago removida (gastrectomia parcial ou total), provavelmente precisarão fazer acompanhamento dos níveis de vitaminas no sangue regularmente e podem precisar de suplementos vitamínicos, o que pode incluir injeções de B12.
Nutrição
Comer bem pode ser difícil para qualquer pessoa e pode se tornar mais difícil durante o tratamento do câncer. Isso é especialmente verdadeiro para tumores que afetam o trato digestivo, como o câncer de estômago. O câncer ou seu tratamento podem afetar a forma como você se alimenta e absorve os alimentos. As náuseas podem ser um problema durante e após alguns tratamentos e podem levar o paciente a perder o apetite e peso.
Se você perdeu ou está perdendo peso, ou se está tendo problemas para se alimentar, faça o melhor que puder. Coma o que mais lhe agrada. Coma o que puder e quando puder. Você pode considerar que seja útil comer pequenas porções a cada 2 a 3 horas até se sentir melhor. Nesse momento, não é hora de restringir sua dieta. Lembre-se de que esses problemas geralmente melhoram com o tempo. Seu médico pode encaminhá-lo a um nutricionista, que o orientará sobre como combater alguns dos efeitos colaterais do seu tratamento.
Se parte ou todo seu estômago foi removido, você pode precisar comer pequenas quantidades de alimento com mais frequência. Seu médico ou nutricionista ajustará sua dieta se você estiver tendo problemas para comer.
Alguns pacientes com câncer de estômago têm problemas com náuseas, diarreia, sudorese e rubor após comer (síndrome de dumping). Quando parte ou todo o estômago é removido, o alimento digerido passa rapidamente para o intestino, provocando esses sintomas após a ingestão. Esses sintomas geralmente melhoram com o tempo.
Alguns pacientes precisam de suplementos nutricionais para garantir que recebem a nutrição necessária. Alguns pacientes podem precisar de uma sonda de alimentação (sonda de jejunostomia ou sonda J), que é inserido no intestino delgado e permite que a nutrição seja colocada diretamente no intestino delgado para prevenir a perda de peso e melhorar a nutrição. Com menos frequência, a sonda pode ser colocada na parte inferior do estômago (sonda de gastrostomia ou sonda G).
Registros médicos
Eventualmente em algum momento após o diagnóstico e tratamento do câncer de estômago, você pode consultar outro médico, que desconheça totalmente seu histórico clínico. É importante que você seja capaz de informar ao novo médico os detalhes do diagnóstico e do tratamento. Verifique se você tem a seu alcance, informações como:
- Cópia do laudo de patologia e de qualquer biópsia ou cirurgia.
- Cópia do relatório de alta hospitalar.
- Cópia do relatório do tratamento radioterápico.
- Cópia do relatório quimioterápico, imunoterápico e terapia alvo incluindo medicamentos utilizados, doses, e tempo do tratamento.
- Exames de imagem.
O médico pode querer manter cópias dessas informações, não se esqueça de sempre manter cópias de tudo com você!
Como diminuir o risco do câncer progredir ou recidivar?
Permanecer tão saudável quanto possível é mais importante do que nunca após o tratamento do câncer de estômago. Parar de fumar e manter uma alimentação saudável pode ajudá-lo a reduzir o risco da recidiva e a protegê-lo de outros problemas de saúde.
O consumo de tabaco está claramente relacionado ao câncer de estômago, então não fumar ajuda a reduzir esse risco. Não fumar ajudará a melhorar seu apetite e seu estado geral de saúde, além de reduzir a chance de desenvolver outros tipos de câncer e doenças respiratórias.
Suplementos dietéticos
Até o momento, nenhum suplemento dietético, incluindo vitaminas, minerais e produtos à base de plantas, mostrou diminuir o risco da progressão ou recidiva do câncer de estômago. Isso não significa que nenhum suplemento ajudará, mas é importante saber que nenhum suplemento é eficaz.
Se você está pensando em tomar qualquer tipo de suplemento nutricional, converse antes com seu médico, para decidir quais você pode usar com segurança, evitando aqueles que possam ser prejudiciais.
Se o câncer voltar?
Se o câncer recidivar em algum momento, suas opções de tratamento dependerão da localização da recidiva, de quais tratamentos já foram realizados e de seu estado geral de saúde.
Risco de um segundo câncer após o tratamento
Pacientes que tiveram e sobreviventes de câncer de estômago têm um maior risco de ter outros tipos de câncer.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 09/06/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
Segundo Câncer após o Câncer de Estômago
- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 30/08/2017 - Data de atualização: 30/08/2017
Os ex-pacientes de câncer de estômago podem ser acometidos por uma série
de problemas de saúde, mas muitas vezes a sua maior preocupação é
enfrentar o câncer novamente. Se o câncer volta após o tratamento é
chamado de "recidiva”. Mas alguns ex-pacientes de câncer podem
desenvolver um novo câncer. Isso é chamado de "segundo câncer
primário".
Infelizmente, ter sido tratado contra o câncer de estômago não significa
que você não pode ter um novo câncer. Na verdade, pacientes que tiveram
câncer de estômago podem ter os mesmos tipos de câncer que outras
pessoas.
Os ex-pacientes de câncer de estômago podem ter qualquer tipo de segundo
câncer, mas têm um risco aumentado para câncer de tireoide e intestino
delgado.
Acompanhamento após Tratamento
Após o término do tratamento para o câncer de estômago, você ainda deve
consultar seu médico regularmente para procurar sinais de possíveis
recidivas ou disseminação da doença.
Os ex-pacientes de câncer de estômago devem seguir as recomendações para
a detecção precoce da doença e evitar o tabagismo. Fumar pode aumentar o
risco de muitos outros tipos de câncer.
Para ajudar a manter a boa saúde, os ex-pacientes também devem:
- Atingir e manter um peso saudável.
- Adotar um estilo de vida fisicamente ativo.
- Consumir uma dieta saudável, com ênfase em alimentos de origem vegetal.
- Evitar ou limitar o consumo de álcool a uma dose diária para mulheres ou 2 para homens.
Essas ações também podem reduzir o risco de alguns tipos de câncer
Fonte: American Cancer Society (10/02/2016)
Novidades no Tratamento do Câncer de Estômago
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- - Data de cadastro: 24/05/2014 - Data de atualização: 01/09/2020
Muitas pesquisas sobre câncer de estômago estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro, promovendo grandes avanços em prevenção e tratamentos.
- Fatores de risco
Dieta. As pesquisas têm mostrado claramente que diferenças na dieta alimentar são fatores importantes para explicar as variações no risco de câncer de estômago em todo o mundo. Dietas ricas em carnes e pobres em frutas e vegetais são associadas a um maior risco.
Infecção por Helicobacter pylori. Estudos recentes mostraram que certos tipos de H. pylori estão fortemente associados ao câncer de estômago. Algumas características herdadas relacionadas com os grupos sanguíneos também podem afetar pessoas com H. pylori de desenvolver a doença. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para determinar a forma de usar essa informação e avaliar quem tem maior probabilidade de desenvolver câncer de estômago. Pesquisas recentes concluíram que uma dieta saudável é especialmente importante para reduzir o risco de câncer de estômago em pessoas portadoras de H. pylori.
- Quimioprevenção
Quimioprevenção é o uso de substâncias químicas naturais ou sintéticas para diminuir o risco de câncer. Alguns produtos químicos podem ser úteis na prevenção do câncer de estômago:
Antioxidantes. Muitos fatores carcinogênicos induzem as células a formar um radical livre. Os radicais livres podem danificar partes importantes das células, como os genes. Dependendo da gravidade do dano, as células podem morrer ou se tornarem cancerígenas. Os antioxidantes são um grupo de nutrientes e produtos químicos que podem destruir os radicais livres. Esses nutrientes incluem a vitamina C, betacaroteno, vitamina E e o selênio mineral. Até agora os estudos que analisaram o uso de suplementos alimentares para reduzir o risco de câncer de estômago tiveram resultados mistos. Existe alguma evidência de que as combinações de suplementos antioxidantes podem reduzir o risco de câncer de estômago em pessoas com má nutrição. Entretanto, mais pesquisas são necessárias.
Antibióticos. Estão em andamento estudos para avaliar se o tratamento antibiótico de pessoas cronicamente infectadas pelo H. pylori ajudará a prevenir o câncer de estômago. Alguns estudos descobriram que o tratamento dessa infecção pode prevenir lesões pré-cancerígenas no estômago, mas ainda são necessários mais estudos. Embora, na verdade, não seja uma quimioprevenção, os antibióticos podem prevenir o câncer de estômago e em alguns casos a recidiva. Os pesquisadores demonstraram que os antibióticos podem reduzir o risco de recidiva em outra parte do estômago em pacientes que foram tratados com ressecção endoscópica da mucosa para estágios iniciais do câncer de estômago. Infelizmente, os tumores de estômago são frequentemente diagnosticados em estágios avançados, por isso não está clara a utilidade desse tratamento.
Medicamentos antiinflamatórios não esteroides. Alguns estudos mostraram que pacientes que usam medicamentos antiinflamatórios não esteroides, como ácido acetil salicílico ou ibuprofeno podem ter um menor risco de câncer de estômago. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para definir melhor essa ligação. Enquanto isso, os médicos não recomendam o uso desses medicamentos apenas com a intenção de diminuir o risco de câncer, pois eles podem provocar importantes efeitos colaterais em alguns pacientes.
- Estadiamento
Biópsia do linfonodo sentinela. Os médicos estão tentando identificar a disseminação da doença para os linfonodos utilizando a biópsia do linfonodo sentinela, que se mostrou muito bem sucedida em melanoma e câncer de mama. Durante a cirurgia os gânglios linfáticos são removidos para verificar a disseminação da doença. Em vez de remover os linfonodos, a biópsia do linfonodo sentinela pode ser usada para remover apenas o linfonodo mais provável de conter a doença. Nessa técnica um corante azul contendo um marcador radioativo é injetado no tumor e drena para os gânglios linfáticos. Em seguida, durante a cirurgia, os linfonodos marcados são identificados e removidos. Esses são os linfonodos com maior probabilidade de conter a doença disseminada. Se esses linfonodos não contêm o câncer, não precisam ser removidos. Entretanto, mais estudos são necessários para seu uso generalizado em câncer de estômago.
- Quimioterapia
Alguns estudos estão testando novas maneiras de combinar tratamentos conhecidos para uso contra o câncer de estômago ou outros tipos de câncer.
Novos medicamentos quimioterápicos também estão sendo estudados. Por exemplo, S-1 é um quimioterápico oral, relacionado com o 5-FU. Novas formas de administrar a químio estão sendo estudadas. Por exemplo, a infusão de quimioterápicos diretamente no abdome (quimioterapia intraperitoneal) está sendo avaliada para ver se oferece melhores resultados com menos efeitos colaterais.
Outros estudos estão investigando as melhores formas de combinar a quimioterapia com a radioterapia, terapia alvo ou imunoterapia. Também está sendo estudado se é possível melhorar os resultados da cirurgia, adicionando quimioterapia e/ou radioterapia antes ou após a cirurgia. Alguns estudos também estão avaliando os benefícios do uso da administração da quimioterapia durante a cirurgia. Vários estudos clínicos dessas abordagens estão em andamento.
- Terapia alvo
Os medicamentos quimioterápicos agem sobre as células que se dividem rapidamente, razão pela qual são eficazes contra as células cancerígenas. Mas existem outros aspectos das células cancerígenas que as tornam diferentes das células normais. Nos últimos anos, os pesquisadores têm desenvolvido novas terapias alvo para explorar essas diferenças, com menos efeitos colaterais. Os medicamentos alvo às vezes funcionam quando os quimioterápicos convencionais não estão respondendo e com menos efeitos colaterais.
Medicamentos que bloqueiam HER2. Alguns tipos de câncer de estômago têm a proteína HER2 na superfície de suas células, ajudando seu desenvolvimento. Os medicamentos que têm como alvo essa proteína são usados no tratamento desses cânceres. O trastuzumabe, já está aprovado para uso contra o câncer de estômago avançado. Outros medicamentos que têm como alvo o HER2, como lapatinibe, pertuzumabe e trastuzumabe emtansina estão sendo estudados em ensaios clínicos.
Medicamentos que bloqueiam EGFR. A EGFR é uma proteína encontrada em algumas células de câncer de estômago que ajuda no seu desenvolvimento. O panitumumab é um medicamento que tem como alvo o EGFR e está sendo testado contra o câncer de estômago. Esse medicamento já está aprovado para uso contra alguns outros tipos de câncer.
Outras terapia alvo. Outros medicamentos atingem diferentes partes de células cancerígenas. Por exemplo, outra terapia alvo em estudo para o tratamento do câncer de estômago é o apatinibe.
A maior parte das pesquisas nesta área está voltada às combinações das terapias alvo com a químio ou entre si.
- Imunoterapia
A imunoterapia é uma abordagem que usa medicamentos para ajudar o sistema imunológico a lutar contra o câncer.
O pembrolizumabe é o primeiro agente imunoterápico aprovado para tratamento do câncer de estômago em pacientes cujo tratamento não respondeu ou parou de responder. É um inibidor do controle imunológico que tem como alvo a PD-L1, uma proteína encontrada em algumas células cancerígenas do estômago.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 14/12/2017, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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abs
Carla
www.oncoguia.org.br
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