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domingo, 20 de novembro de 2022

Câncer de Estômago II

 

  • Doença localizada

    O câncer de estômago é considerado localizado quando está restrito ao órgão e aos gânglios linfáticos ao redor. Neste caso, o principal tratamento é a cirurgia. Durante o procedimento, o cirurgião primeiramente faz um exame visual do interior da cavidade abdominal, para verificar se não há disseminação do tumor que não foi constatada nos exames pré-operatórios. A decisão de retirar todo o estômago ou apenas parte dele depende de fatores como a localização específica do tumor, a extensão da lesão e o subtipo de câncer. Em algumas situações, como quando o tumor invade a artéria aorta, a cirurgia pode não ser possível.

    A realização da quimioterapia, antes e/ou após a cirurgia, em geral, aumenta as chances de cura (exceto nos tumores mais iniciais). Em casos selecionados, também pode ser necessário o tratamento com radioterapia após a cirurgia.

    Câncer inoperável ou metastático

    Nas situações em que não é possível retirar o tumor com cirurgia ou em que há metástases (câncer espalhado para outros órgãos), o tratamento é paliativo. As metástases do câncer gástrico em geral estão localizadas no peritônio (membrana que recobre os órgãos digestivos e a parede interna da cavidade abdominal), fígado, pulmões, ossos, gânglios linfáticos distantes do estômago, cérebro e glândula adrenal.

    O objetivo do tratamento paliativo é aliviar ou evitar sintomas, melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida. A escolha do tipo de tratamento paliativo depende dos sintomas presentes, da extensão do tumor e, principalmente, das condições físicas do paciente.

    O sangramento tumoral em geral é de pequena quantidade e crônico, mas, em alguns casos, pode ser mais agudo. A avaliação médica define o tratamento necessário para cada paciente, que pode incluir: observação, medicamentos, transfusões sanguíneas, procedimentos endoscópicos ou vasculares (embolização para cessar o sangramento), cirurgia ou radioterapia paliativa.

    Outros sintomas frequentes são náuseas, vômitos, caquexia e a obstrução do trânsito intestinal. Em casos mais brandos, modificações de dieta e o uso de medicamentos podem aliviar. Em outras situações, a depender da causa da obstrução e das condições físicas do paciente, a melhora pode ocorrer com quimioterapia, radioterapia, procedimentos endoscópicos ou cirúrgicos. A colocação de um cateter pelo nariz até o estômago para fazer a descompressão gástrica e a drenagem de secreção, ou mesmo a sedação paliativa, podem ser necessários em quadros clínicos mais graves.

    A quimioterapia paliativa pode, em alguns casos, prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. É importante que esse tratamento seja feito de forma simultânea ao controle dos sintomas (medidas para controle de dor, sangramento, vômitos, etc.) e do suporte psicossocial ao paciente e familiares.

    Linfoma gástrico

    O tratamento, que depende do tipo de linfoma e da extensão da doença, pode incluir uma ou mais das seguintes modalidades: tratamento da infecção pela H. pylori; cirurgia; radioterapia; quimioterapia; anticorpo contra linfócitos B.

    GIST

    O tratamento pode incluir cirurgia e uso de medicamentos via oral.

    Cirurgia para Câncer de Estômago

    • Equipe Oncoguia
    • - Data de cadastro: 24/05/2014 - Data de atualização: 01/09/2020

    A cirurgia é parte do tratamento para diversos estágios do câncer de estômago, sempre que puder ser realizada. Se um paciente se encontra em estágio 0, I, II ou III e com condições físicas suficientes, a cirurgia, muitas vezes, junto com outros tratamentos, oferece a única chance real de cura.  

    A cirurgia pode ser realizada para retirar o tumor e parte ou a totalidade do estômago e alguns linfonodos próximos, dependendo do tipo e estadiamento da doença. O cirurgião  tentará preservar o máximo possível do estômago sem doença. Algumas vezes outros órgãos também precisam ser retirados.

    Mesmo quando o câncer está em estágio avançado para ser completamente removido, a cirurgia é indicada pois previne, por exemplo, hemorragias do tumor ou a obstrução do estômago pelo crescimento do tumor. Este tipo de cirurgia é chamado de cirurgia paliativa, isto é, alivia os sintomas, mas não se espera que cure a doença.

    O tipo de cirurgia geralmente depende da parte do estômago envolvida e do comprometimento dos tecidos adjacentes. Diferentes tipos de cirurgia podem ser usados para tratar o câncer de estômago, como:

    • Ressecção endoscópica da mucosa. Esse procedimento é realizado apenas para alguns tipos de câncer de estômago em estágio muito inicial, onde a chance de disseminação para os linfonodos é muito pequena. Nesse procedimento, o tumor é removido com o auxílio do endoscópio, que é inserido pela garganta até o estômago. Os instrumentos cirúrgicos necessários para retirar o tumor e parte do estômago são introduzidos através do endoscópio.
       
    • Gastrectomia subtotal. Essa cirurgia é frequentemente indicada se o câncer está localizado na porção inferior do estômago, em algumas circunstâncias pode ser realizada para cânceres que estão apenas na parte superior do estômago. O procedimento consiste em remover apenas uma parte do estômago, ocasionalmente, junto com uma parte do esôfago ou a primeira parte do intestino delgado (duodeno). A parte restante do estômago é então religada. O omento, camada de tecido adiposo que reveste o estômago e intestinos, é removida, bem como os linfonodos adjacentes, e, possivelmente, o baço e, se for o caso, partes de outros órgãos próximos. A alimentação se torna mais fácil se apenas uma parte do estômago é removida em vez de todo o órgão.
       
    • Gastrectomia total. Essa cirurgia é realizada quando o câncer se disseminou por todo o estômago. É também indicada se a doença está localizada na parte superior do estômago, próximo do esôfago. Na gastrectomia total, é removido todo o estômago, linfonodos próximos e o omento, podendo incluir, ainda, a remoção do baço e partes do esôfago, intestino, pâncreas e outros órgãos adjacentes. A extremidade do esôfago é então ligada a uma parte do intestino delgado, criando um espaço para o alimento ser armazenado antes de descer para o trato intestinal. Os pacientes que tiveram seu estômago removido só podem ingerir pequenas quantidades de alimento de cada vez, por isso devem comer várias vezes por dia. A maioria das gastrectomias subtotais e totais são realizadas através de uma grande incisão no abdome. Estão em andamento estudos para o uso da cirurgia laparoscópica para esses procedimentos.


    Sonda de alimentação

    Alguns pacientes têm dificuldade para alimentar-se após a cirurgia do estômago. Muitas vezes, a continuidade do tratamento com quimioterapia e radioterapia pode agravar esse problema. Para ajudar, uma sonda pode ser colocada no intestino através da parede abdominal no momento da gastrectomia. A extremidade desta sonda, denominada sonda de jejunostomia ou sonda J, permanece do lado de fora da pele do abdome. Dessa forma, a nutrição líquida pode ser administrada diretamente no intestino para prevenir e tratar a desnutrição.

    Retirada dos linfonodos

    Em qualquer tipo de gastrectomia total ou subtotal, os linfonodos próximos são removidos. A remoção dos linfonodos é uma parte muito importante da cirurgia. Muitos médicos consideram que o sucesso da cirurgia está diretamente relacionado à forma como os linfonodos são removidos.

    Cirurgia paliativa para tumores irressecáveis

    Para pacientes com câncer de estômago inoperáveis, a cirurgia pode ser realizada para controlar a doença e prevenir ou aliviar os sintomas ou outras possíveis complicações:

    • Gastrectomia subtotal. Os pacientes com condições clínicas suficiente para a cirurgia têm parte do estômago retirada para tratar problemas, como sangramento, dor ou obstrução gástrica, mesmo que não cure a doença. Como o objetivo deste procedimento não é curativo, os linfonodos próximos e partes de outros órgãos normalmente não são removidos.
       
    • Gastrojejusnostomia. Tumores localizados na parte inferior do estômago podem eventualmente crescer o suficiente para bloquear a saída dos alimentos do estômago. Para os pacientes com condições clínicas suficiente para a cirurgia, uma opção para prevenir ou tratar essa obstrução, é contornar a parte inferior do estômago. Isso é feito fixando parte do intestino delgado (jejuno) na parte superior do estômago, permitindo que o alimento saia do estômago por essa nova ligação.
       
    • Ablação tumoral endoscópica. No caso de pacientes sem condições clínicas suficientes para a cirurgia, pode ser inserido um endoscópio para guiar um feixe de laser para destruir partes do tumor. Isso pode ser feito para parar sangramentos ou aliviar uma obstrução, sem cirurgia.
       
    • Colocação de cateter. Outra opção para evitar uma obstrução gástrica é a colocação de uma sonda, com auxílio de um endoscópio. Isso manterá a passagem aberta permitindo a saída do alimento. Para tumores localizados na parte superior do estômago, a sonda é colocada na junção do esôfago com o estômago. E para tumores na parte inferior do estômago, a sonda é colocada na junção do estômago com o intestino delgado.
       
    • Posicionamento da sonda de alimentação. Alguns pacientes não conseguem se alimentar o suficiente para obter uma nutrição adequada. Nestes casos, uma pequena cirurgia pode ser realizada para colocação da sonda de alimentação na parte distal do estômago ou no intestino delgado, através da pele do abdome. A nutrição líquida poderá ser inserida diretamente pela sonda.

    Possíveis complicações e efeitos colaterais

    A cirurgia para câncer de estômago é delicada e podem ocorrer complicações, como sangramento cirúrgico, coágulos sanguíneos e lesões aos órgãos próximos, durante o procedimento. Raramente, as novas ligações efetuadas entre as extremidades do estômago ou do esôfago e o intestino delgado podem vazar.

    Você não poderá comer ou beber nada por alguns dias após a gastrectomia total ou subtotal, para dar tempo ao trato digestivo de se restabelecer. Também para o médico se certificar de que não existe vazamentos decorrentes da cirurgia.

    Após a recuperação da cirurgia alguns efeitos colaterais podem surgir, como náuseas, azia, dor abdominal e diarreia, especialmente após as refeições. Esses efeitos colaterais resultam do fato de que uma vez que parte ou totalidade do estômago é removida, o alimento entra no intestino muito rapidamente após a ingestão. Esses efeitos colaterais, melhoram com o tempo, mas em alguns pacientes podem perdurar por um longo período. Seu médico pode prescrever medicamentos para aliviar os sintomas desses efeitos colaterais.

    Muitas vezes, é necessário fazer alterações na dieta do paciente após a gastrectomia parcial ou total. Mas, a maior mudança é que o paciente terá que fazer refeições menores e mais frequentes. A quantidade de estômago removida afetará o quanto será necessário alterar os hábitos alimentares.

    O estômago ajuda o organismo a absorver algumas vitaminas, então se partes do estômago foram removidas, o médico prescreverá suplementos vitamínicos.  

    Antes da cirurgia, pergunte ao cirurgião quanto do estômago ele tem a intenção de remover. Alguns cirurgiões tentam preservar o máximo possível do estômago para permitir aos pacientes uma alimentação o mais normal possível. A desvantagem é que existe mais chances de uma recidiva da doença.

    Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 15/12/2017, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

     


     

    Quimioterapia para Câncer de Estômago

    • Equipe Oncoguia
    • - Data de cadastro: 24/05/2014 - Data de atualização: 01/09/2020

    A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. Por ser um tratamento sistêmico, a quimioterapia atinge não somente as células cancerígenas senão também as células sadias do organismo. De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa ou por via oral.

    A quimioterapia pode ser administrada em diferentes momentos para tratar o câncer de estômago:

    • Quimioterapia neoadjuvante. É realizada antes da cirurgia com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor e, eventualmente, tornar a cirurgia mais fácil. Também pode ajudar a manter o paciente mais tempo livre da doença, permitindo uma sobrevida maior. Para alguns estágios do câncer de estômago, a quimioterapia neoadjuvante é uma das opções do tratamento padrão. Pode ser administrada novamente após a cirurgia.
    • Quimioterapia adjuvante. É realizada após a cirurgia para destruir as células cancerígenas remanescentes. Isso pode ajudar a evitar uma recidiva da doença. Em alguns casos a quimioterapia é administrada junto com a radioterapia após a cirurgia, essa combinação é denominada quimioirradiação. Isto pode ser especialmente útil para os tumores que não podem ser completamente removidos cirurgicamente.
    • Quimioterapia para câncer avançado. A quimioterapia também pode ser administrada como o principal tratamento do câncer de estômago que se disseminou para outros órgãos. Esse tratamento pode retardar a evolução da doença, o que pode aliviar os sintomas de alguns pacientes e aumentar a sobrevida.

    A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura em geral algumas semanas.

    Os medicamentos mais frequentemente usados para tratar o câncer de estômago são:

    • 5-FU, muitas vezes administrado junto com ácido folínico.
    • Capecitabina.
    • Carboplatina.
    • Cisplatina.
    • Docetaxel.
    • Epirubicina.
    • Irinotecano.
    • Oxaliplatina.
    • Paclitaxel.
    • Trifluridina e tipiracil, um medicamento combinado em forma oral.

    Dependendo do estágio da doença, estado geral do paciente e se a quimioterapia é combinada com a radioterapia, esses medicamentos podem ser administrados isoladamente ou associados a outros tipos de quimioterápicos ou terapias alvo.

    Algumas das combinações de medicamentos mais comumente usadas ​​quando a cirurgia é planejada incluem:

    • ECF (epirrubicina, cisplatina e 5-FU), que pode ser administrada antes e após a cirurgia.
    • Docetaxel ou paclitaxel mais 5-FU ou capecitabina, combinada com radioterapia antes da cirurgia.
    • Cisplatina mais 5-FU ou capecitabina, combinada com a radioterapia como tratamento antes da cirurgia.
    • Paclitaxel e carboplatina, combinados com radioterapia como tratamento antes de cirurgia.

    Quando a quimioterapia é administrada junto com a radioterapia após a cirurgia, um único medicamento, o 5-FU ou a capecitabina pode ser administrada.

    Para o tratamento do câncer de estômago avançado, a combinação ECF pode ser utilizada, mas outras combinações também podem ser úteis, como:

    • DCF (docetaxel, cisplatina e 5-FU).
    • Irinotecano mais cisplatina.
    • Irinotecano mais  5-FU ou capecitabina.
    • Oxaliplatina mais 5-FU ou capecitabina.
    • Trifluridina e tipiracil, um medicamento combinado em oral.

    Muitos médicos preferem usar combinações de dois medicamentos quimioterápicos para tratar o câncer de estômago avançado. Combinações de três medicamentos podem ter mais efeitos colaterais, por isso eles são normalmente reservados para os pacientes que estão em muito bom estado de saúde geral e que podem ser acompanhados de perto pelo seu médico.

    Possíveis efeitos colaterais

    Os medicamentos quimioterápicos atacam as células que se dividem rapidamente, razão pela qual agem sobre as células cancerígenas. Mas outras células no corpo, como as da medula óssea, revestimento da boca, dos intestinos e os folículos pilosos, também se dividem rapidamente, e são susceptíveis de serem afetadas pela quimioterapia, o que pode provocar efeitos colaterais.

    Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo de medicamento, da dose administrada e do tempo de tratamento. Os efeitos colaterais mais comuns incluem:

    • Náuseas e vômitos.
    • Perda de apetite.
    • Perda de cabelo.
    • Diarreia.
    • Feridas na boca.
    • Infecções, pela diminuição dos glóbulos brancos.
    • Hemorragias ou hematomas, pela diminuição das plaquetas.
    • Fadiga, pela diminuição dos glóbulos vermelhos.

    No entanto, estes efeitos colaterais são geralmente de curto prazo e tendem a desaparecer com o término do tratamento. Converse com seu médico sobre os efeitos que você está apresentando, pois, muitas vezes, pode ser necessária a prescrição de medicamentos para ajudar aliviar esses efeitos colaterais.

    Alguns medicamentos quimioterápicos têm efeitos colaterais específicos. Você deve receber informações específicas sobre cada medicamento que você vai receber durante o tratamento, procure revisar essas informações antes de iniciar o tratamento.

    Neuropatia. Cisplatina, oxaliplatina, docetaxel e paclitaxel podem apresentar efeitos neurológicos o que pode levar a sintomas, principalmente nas mãos e pés, como dor, queimação ou formigamento, sensibilidade ao frio ou calor e fraqueza. Na maioria dos casos, isso desaparece quando o tratamento é interrompido, mas, em alguns pacientes, podem ser de longa duração. A oxaliplatina também pode afetar os nervos da garganta, provocando uma dor que piora ao tentar comer ou beber alimentos frios. Essa dor pode dificultar a deglutição ou mesmo a respiração, e pode durar até alguns dias após o término do tratamento.

    Problemas cardíacos. A doxorrubicina, epirrubicina e alguns outros medicamentos podem provocar danos permanentes ao coração se utilizados por um longo período de tempo ou em doses elevadas. Por essa razão, os médicos controlam cuidadosamente as doses e realizam exames cardíacos, como ecocardiograma ou angiografia por radionuclídeos (varredura MUGA) para monitorar a função cardíaca. O tratamento com esses medicamentos é interrompido ao primeiro sinal de danos no coração.

    Síndrome mão-pé. Essa síndrome pode ocorrer durante o tratamento com capecitabina ou 5-FU, quando administrado como uma infusão. Geralmente começa como vermelhidão nas mãos e nos pés, que pode progredir para dor e sensibilidade nas palmas das mãos e plantas dos pés. Caso piore, pode acontecer formação de bolhas ou descamação da pele, levando a feridas abertas. Não existe tratamento específico, embora alguns cremes possam ajudar. Esses sintomas melhoram gradualmente quando a dose do medicamento é diminuída ou o tratamento interrompido. A melhor maneira de prevenir a síndrome mão-pé severa é informar seu médico assim que os sintomas iniciais aparecem, de modo que a dose de medicamento possa ser alterada.


    Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.


    Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 27/02/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

     


    Terapia Alvo para Câncer de Estômago

    • Equipe Oncoguia
    • - Data de cadastro: 24/05/2014 - Data de atualização: 01/09/2020

    A terapia alvo é um tipo de tratamento que usa drogas ou outras substâncias para identificar e atacar especificamente às células cancerígenas, provocando pouco dano às células normais. Esses medicamentos podem ser eficazes no tratamento dos cânceres de estômago, principalmente quando estes não respondem aos quimioterápicos convencionais.

    Trastuzumabe

    Cerca de 20% dos pacientes com câncer de estômago têm uma proteína de promoção do crescimento chamada HER2 na superfície das células cancerígenas. Os tumores com níveis aumentados de HER2 são denominados HER2 positivos.

    O trastuzumabe é um anticorpo monoclonal, uma versão artificial de uma proteína muito específica do sistema imunológico, que tem como alvo a proteína HER2. Em pacientes com tumores de cânceres HER2 positivo, a administração de trastuzumabe associado à quimioterapia pode ajudar nos casos de doença avançada.

    Este medicamento só age se as células cancerígenas tiverem muito HER2, por essa razão as amostras do tumor devem ser analisadas para sua presença antes de iniciar o tratamento. O trastuzumabe não é administrado em pacientes HER2 negativos.

    O trastuzumabe é administrado por via intravenosa a cada 2 ou 3 semanas junto com a quimioterapia. O melhor intervalo de tempo ainda está em estudo.

    Os efeitos colaterais do trastuzumabe podem incluir febre, calafrios, fraqueza, náuseas, vômitos, tosse, diarreia e dor de cabeça. Esses efeitos ocorrem com menos frequência após a primeira dose. Este medicamento raramente provoca problemas cardíacos. O risco de um dano cardíaco é aumentado se o trastuzumabe é administrado com determinados medicamentos quimioterápicos denominados antraciclinas, como a epirrubicina ou doxorrubicina.

    Ramucirumabe

    Para que os cânceres cresçam e se disseminem, precisam criar novos vasos sanguíneos para que os tumores obtenham sangue e nutrientes. Uma das proteínas que indica ao corpo para produzir mais vasos sanguíneos é a VEGF. O ramucirumabe é um anticorpo monoclonal que se liga a um receptor VEGF, impedindo a formação de mais vasos sanguíneos. Isso pode ajudar a retardar ou bloquear o crescimento e a disseminação da doença.

    Na maioria das vezes, o ramucirumabe é usado no tratamento do câncer de estômago avançado depois que outro medicamento deixou de responder.

    O ramucirumabe é administrado por via intravenosa, a cada 2 semanas.

    Os efeitos colaterais mais frequentes do ramucirumabe são hipertensão arterial, dor de cabeça e diarreia. Os efeitos colaterais raros, mas possivelmente severos incluem formação de coágulos sanguíneos, hemorragias, perfuração gástrica ou intestinal e problemas de cicatrização. Se o estômago ou o intestino sofrem perfuração, isso pode levar a uma infecção grave e ser necessária uma cirurgia para corrigir o problema.

    Outras terapias alvo

    Outros medicamentos alvo estão sendo estudados contra o câncer de estômago. Alguns deles também têm como alvo a proteína HER2, enquanto outros têm alvos diferentes.

    Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.

    Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.

    Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 15/12/2017, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

     

    Imunoterapia para Câncer de Estômago

    • Equipe Oncoguia
    • - Data de cadastro: 01/09/2020 - Data de atualização: 01/09/2020

     

    Imunoterapia é o uso de medicamentos para estimular o sistema imunológico de uma pessoa a reconhecer e destruir as células cancerígenas de forma eficaz. A imunoterapia pode ser usada para tratar pacientes com câncer de estômago.

    Inibidores do controle imunológico

    Uma função importante do sistema imunológico consiste na sua capacidade de atacar as células normais e anormais do corpo. Para fazer isso, ele usa pontos de verificação – as chamadas moléculas de controle imunológico em células imunológicas que precisam ser ativadas (ou desativadas) para iniciar uma resposta imunológica. As células cancerígenas, às vezes, usam esses pontos de controle para evitar serem atacadas pelo sistema imunológico. Os medicamentos imunoterápicos modernos têm como alvo esses pontos de controle, reestabelecendo a atividade destas células da imunidade no combate às células cancerígenas. Esses medicamentos se mostraram úteis contra muitos tipos de câncer nos últimos anos.

    Pembrolizumabe.  O pembrolizumabe tem como alvo a PD-1, uma proteína de ponto de verificação nas células T (um tipo específico de célula do sistema imunológico), que normalmente impede que essas células ataquem outras células do corpo. Ao bloquear a PD-1, esses medicamentos estimulam a resposta imunológica contra as células cancerígenas. Isso pode diminuir o tamanho de alguns tumores ou retardar seu crescimento.

    Esse medicamento pode ser usado em pacientes com câncer de estômago avançado que já fizeram pelo menos dois tratamentos, incluindo a quimioterapia.

    O pembrolizumabe é administrado por infusão intravenosa, normalmente a cada 3 semanas.

    Possíveis efeitos colaterais

    Os possíveis efeitos colaterais desse medicamento podem incluir:

    • Fadiga.
    • Febre.
    • Tosse.
    • Náusea.
    • Coceira.
    • Erupção cutânea.
    • Perda de apetite.
    • Dores musculares ou articulares.
    • Falta de ar.
    • Constipação ou diarreia.

    Outros efeitos colaterais importantes podem ocorrer com menos frequência:

    Reação à infusão. Alguns pacientes podem ter reação à infusão enquanto recebem o medicamento, similar a uma reação alérgica, o que pode incluir febre, calafrios, rubor facial, erupções cutâneas, coceira, tontura e problemas respiratórios.

    Reação autoimune. Esse medicamento age basicamente removendo uma das proteções que impede o sistema imunológico de atacar outras partes do corpo. Isso eventualmente pode levar a problemas sérios nos pulmões, intestinos, fígado, glândulas produtoras de hormônios, rins ou outros órgãos.

    É importante comunicar, imediatamente quaisquer novos efeitos colaterais ao seu médico. O tratamento pode precisar ser interrompido e você receber altas doses de corticosteroides para suprimir o sistema imunológico.


    Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.


    Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 15/12/2017, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

     

     

    Radioterapia para Câncer de Estômago

    • Equipe Oncoguia
    • - Data de cadastro: 24/05/2014 - Data de atualização: 01/09/2020
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    O tratamento radioterápico usa radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor.

    A radioterapia pode ser utilizada em momentos diferentes no tratamento do câncer de estômago:

    • Antes da cirurgia. A radioterapia pode ser realizada junto com a quimioterapia para tentar diminuir o tamanho do tumor e tornar a cirurgia mais viável.
    • Após a cirurgia. A radioterapia é realizada para destruir células cancerígenas remanescentes da cirurgia. A radioterapia quando combinada com medicamentos quimioterápicos, como o 5-FU pode retardar ou impedir a recidiva da doença após a cirurgia, aumentando a sobrevida do paciente.
    • Para aliviar sintomas. A radioterapia também pode ser utilizada para retardar o crescimento e aliviar os sintomas do câncer de estômago avançado, como dor, hemorragia e problemas alimentares.

    A radioterapia externa é o tipo mais frequente para tratar o câncer de estômago. Este tratamento consiste em irradiar o órgão alvo com doses fracionadas. São utilizadas técnicas especiais de radiação de feixe externo, como radioterapia conformacional tridimensional (RT-3D) e radioterapia de intensidade modulada (IMRT). O tratamento é realizado cinco vezes na semana, durante várias semanas.

    Os efeitos colaterais da radioterapia para câncer de estômago podem incluir:

    • Alterações na pele.
    • Náuseas e vômitos.
    • Diarreia.
    • Fadiga.
    • Diminuição das células sanguíneas.

    Estes efeitos geralmente desaparecem dentro de algumas semanas após o término do tratamento. Quando a radioterapia é administrada simultaneamente com a quimioterapia, os efeitos colaterais são muitas vezes mais intensos. Converse com seu médico caso tenha qualquer um desses efeitos.

    A radioterapia também pode danificar órgãos adjacentes que são expostos à radiação. Isto pode levar a alguns problemas, como lesões cardíacas ou pulmonares, ou aumentar o risco de um novo câncer mais tarde. Os médicos fazem de tudo para evitar que isso ocorra, programando para que a dose de radiação seja liberada no órgão alvo, controlando cuidadosamente o direcionamento dos feixes de radiação e protegendo determinadas partes do corpo durante o tratamento.

    Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 15/12/2017, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia  
     
     





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    abs

    Carla 

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    https://www.gov.br/inca/pt-br

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