Diabetes e Alimentação na Escola... o que é fundamental saber?

Segundo a Sociedade brasileira de diabetes (2017-2018) A orientação nutricional para pessoas com diabetes tem como alicerce uma alimentação variada e equilibrada cujo foco é atender às necessidades nutricionais em todas as fases da vida. Tem como objetivos, ainda, manutenção/obtenção de peso saudável, alcance das metas de controle da glicemia (tanto em jejum como pré e pós-refeição). A ingestão alimentar deve seguir recomendações semelhantes àquelas definidas para a população geral, considerando-se todas as faixas etárias.

Não há alimentos proibidos para pessoas com diabetes, mas sim, uma orientação que visa consciência e equilíbrio alimentar, evitando excessos ou combinações de alimentos que possam prejudicar o controle da glicemia.

Atualmente a terapia de contagem de carboidratos permite maior liberdade e variedade alimentar com a possibilidade de prever o impacto do consumo dos alimentos na glicemia após a ingestão e realizar a ação permita a manutenção e controle glicêmico aceitável.

A Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009 dispõem sobre alimentação diferenciada para os alunos que necessitem de atenção nutricional individualizada em virtude de estado ou de condição de saúde específica, onde será elaborado cardápio especial com base em recomendações médicas e nutricionais, avaliação nutricional e demandas nutricionais diferenciadas.

No entanto, vale ressaltar que, as recomendações nutricionais são as mesmas e para toda a população (Alimentação saudável que respeite a regionalidade do consumo alimentar, que priorize alimentos frescos, fontes de proteínas, carboidratos, gorduras e fibras de maneira equilibrada, que ofereça frutas, verduras e legumes de época, que evite a oferta de alimentos processados e ultraprocessados, bem como alimentos ricos em açúcares e gorduras). Sendo assim, alimentos e bebidas prontas, industrializadas, açucaradas, combinações de alimentos ricas em carboidratos simples e alimentos ricos em sódio e gorduras devem ser evitados por todos os alunos, não apenas os que tem diabetes. Todos devem ter uma alimentação mais saudável na escola e na vida.

O que os alunos com DM1 precisam ter de diferenciado ao se alimentarem é o conhecimento do valor de sua glicemia antes e após a refeição (para saber se já está alterada e precisa de correção ou se esta ok e a insulina que será necessário administrar será apenas para os gramas de carboidrato que o aluno irá consumir naquele momento), e a quantidade de carboidratos ingeridas.

Feito essa verificação e contagem de carboidratos, fica mais previsível e seguro o controle glicêmico.

CONHEÇA O APP OFICIAL CONTAGEM DE CARBOIDRATOS

http://www.diabetes.org.br/publico/baixe-agora-o-app-oficial-de-contagem-de-carboidrato-da-sbd

SBD

Manual de Contagem de Carboidratos para Pessoas Com Diabetes SBD

CLIQUE E BAIXE

http://www.diabetes.org.br/publico/images/manual-de-contagem-de-carboidrato2016.pdf

Quem faz a contagem de carboidratos para o aluno?

Os pais geralmente são os que aprendem primeiro a contagem de carboidratos e ensinam aos filhos assim que possível. Eles podem enviar o lanche para a escola com os gramas de carboidratos já contabilizados e a informação da dose de insulina que deverá ser administrada na hora do lanche. Caso o aluno se alimente de refeição adquirida na escola, será necessário conhecer as porções de alimentos servidas e a verificação da quantidade de carboidratos. Isso pode ser feito por alguém na escola consultando tabelas ou o aplicativo de contagem de carboidratos da Sociedade Brasileira de Diabetes. (Coloquei aqui na página pra quem quiser baixar e conhecer - e usar muito).

IMPORTANTE: A aceitação alimentar de crianças geralmente é muito imprevisível. Como nutricionista, eu oriento que a insulina seja aplicada logo após o consumo alimentar pois caso a dose de insulina calculada seja aplicada ao iniciar a refeição e a criança não queira comer tudo o que foi servido e contabilizado, ela poderá ter uma HIPOGLICEMIA, uma vez que a dose administrada terá sido superior e não proporcional ao consumo alimentar real dela.

O Centro de Referência e Diabetes da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), recomenda que pacientes com DM1 em terapia intensiva monitorem a glicemia cinco vezes ao dia (antes do café, do almoço e do jantar, ao deitar e 2 horas após uma refeição, variável a cada dia) para certificar-se que a dose de insulina administrada foi adequada se ainda é necessário mais algum tipo de ajuste ou correção.

Professor, tenha sempre na escola um Kit Hipoglicemia (um recipiente com balas moles, açúcar, suco com açúcar)

Em caso de hipoglicemia (quando o nível de açúcar no sangue está baixo - menor que 70mg/dL) se o aluno estiver consciente e capaz de ingerir algo, a maneira mais indicada de trazer a glicemia à normalidade é seguir a REGRA DOS 15:

• Consumindo 15g de carboidrato de rápida absorção (ex: 150ml de refrigerante convencional ou suco com açúcar, ou um copo com água e 1 colher de sopa de açúcar)

• Esperar 15 minutos e fazer o teste de ponta-de-dedo para verificar a glicemia.

• Se ainda estiver baixo será preciso  repetir o procedimento (consumir mais 15g de carboidratos e medir novamente 15 minutos depois).

• Quando a glicemia está muito baixa (em torno de 50mg/dLou menos) o aluno deve consumir 30g de carboidratos e depois de 15 minutos fazer o teste para checar.

*Para corrigir hipoglicemia não é indicado consumir chocolates ou alimentos com gordura porque esses demoram mais para fazer a glicemia aumentar e normalizar.

Caso o aluno não tenha condições de engolir o liquido com açúcar, deve-se massagear a parte interna da boca entre a bochecha e os dentes com um poco de açúcar e tentar dissolver esse açúcar com a saliva que estiver na boca do aluno. Aguardar mais alguns minutos e medir novamente.

Se a o aluno perder a consciência, deve-se levá-lo ao pronto socorro imediatamente

Em atividades e festinhas na escola, o que fazer?

Quando a escola tem por prática oferecer doces como presentes, lembrancinhas, ou quando as festas tem uma oferta de itens que se consumidos de forma indiscriminada podem oferecer comprometimento do controle da glicemia de quem DM1, a conversa com os pais explicando e alertando será importante. Não é necessário oferecer um doce Zero açúcar mas sim pensar em opções melhores de oferta, sem excessos, para todos.

Se o aluno já tiver capacidade de escolher e consciência do consumo alimentar dele sobre a glicemia, o apoio e incentivo ao equilíbrio valerá mais do que a restrição. Quando o aluno não tem essa capacidade, a missão de oferecer os doces/salgados com os carboidratos já contabilizados de acordo com o equilíbrio de glicemia esperado será de quem oferecer os alimentos.

obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla

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