2 de agosto de 2021
Por ser um exame de fácil acesso e realizado com frequência, os resultados podem levantar a suspeita desse câncer
Em alguns casos, há como detectar linfoma no hemograma e isso pode auxiliar a chegar no diagnóstico. Mas, não é sempre que esse câncer causa alterações no sangue e somente esse exame não é o suficiente para identificar, com certeza, a doença. Esse teste também tem relevância durante o tratamento oncológico, uma vez que ajuda na análise do quadro geral do paciente e oferece informações para possíveis ajustes na terapia.
O Dr. Marcelo Bellesso, hematologista e coordenador na área de linfomas da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, ressalta, em primeiro lugar, a importância de entender que chama-se de “linfoma” uma doença caracterizada pela proliferação de linfócitos (um tipo de leucócito) anormais. Entretanto, na verdade, se trata de um conjunto de cânceres extremamente diferentes entre si. Por isso, há a divisão entre linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin e, cada uma dessas categorias, é dividida em subtipos.
Esses linfócitos, causadores do linfoma, são células tumorais anormais e semelhantes entre si. Assim, esses variados grupos de células, que dão origem aos diversos subtipos de linfomas, podem invadir os linfonodos, causando seu aumento, originando as populares ínguas, ou qualquer outro tecido do nosso corpo.
Quando o linfoma altera o hemograma?
“O hemograma é um exame que avalia a contagem de células sanguíneas e a sua forma, como também a concentração de hemoglobina. As alterações ocorrem quando as células tumorais invadem a medula óssea – nossa “fábrica” de células sanguíneas – promovendo diminuição da produção das mesmas”, o Dr. Bellesso explica.
Ele complementa contando que outra possível situação na qual o linfoma altera o hemograma é quando os linfócitos anormais invadem o sangue.
Como detectar linfoma no hemograma
De acordo com o hematologista, devido às infiltrações, o hemograma pode indicar:
- Anemia (redução dos glóbulos vermelhos e da concentração de hemoglobina).
- Aumento ou diminuição da contagem absoluta de leucócitos.
- Plaquetopenia (baixa contagem de plaquetas).
- Presença de linfócitos anômalos.
Mas, nem sempre essas alterações estão presentes e, quando estão, somente esses resultados não são suficientes para realizar o diagnóstico de linfoma. Isso acontece porque, essas variações, principalmente dos glóbulos vermelhos, leucócitos e plaquetas, não são exclusivas desse câncer. Ou seja, podem acontecer em outras situações, inclusive de doenças benignas. Já os linfócitos anômalos podem aumentar a suspeita dessa neoplasia maligna, mas também não são o suficiente para identificá-la.
“O diagnóstico é feito por biópsia com imuno-histoquímica do tecido suspeito (linfonodo aumentado) ou, quando as células circulam no sangue podemos utilizar um exame chamado imunofenotipagem por citometria de fluxo”, o Dr. Bellesso esclarece.
Ele ainda salienta que nada substitui a entrevista médica, quando o paciente conta todos os sintomas para o médico e passa por uma avaliação física. Essa é a única forma de obter um conjunto de informações e direcionar quais exames fazer para confirmar ou descartar o linfoma.
Hemograma de paciente com linfoma
Depois de já ter recebido o diagnóstico e iniciado o tratamento, o paciente de linfoma necessita realizar esse exame. Ele é essencial para fazer o acompanhamento do quadro geral da pessoa, bem como para indicar terapia de suporte e ajustes de doses das drogas.
“O hemograma é como uma fotografia que registra o instante frente a um cenário de oscilação quando tratamos um paciente com linfoma. Muitos protocolos de quimioterapia são intensos e alteram a produção de células sanguíneas, sendo necessária a monitorização para checar se há anemia e/ou queda da imunidade com a baixa contagem de neutrófilos e/ou contagem baixa de plaquetas”, o médico informa.
Assim, é possível evitar que a pessoa desenvolva, por exemplo, uma neutropenia e tenha um maior risco de contrair uma infecção ou uma anemia que a impossibilite de continuar o tratamento.
Quanto à frequência na qual o hemograma deve ser realizado, o Dr. Marcelo Bellesso fala que varia de acordo com o protocolo de tratamento e questões de cada paciente.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://revista.abrale.org.br/
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