Equipe Oncoguia- Data de cadastro: 05/06/2015 - Data de atualização: 26/06/2018
Muitas pesquisas sobre linfoma de Hodgkin estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro, promovendo grandes avanços nas causas da doença e como melhorar os tratamentos:
- Exames de Imagem
A tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) e combinações de PET scan com a tomografia computadorizada (PET/CT) são considerados muito úteis na determinação da extensão do linfoma de Hodgkin e na avaliação da eficácia do tratamento. O PET scan é comumente usado no início do tratamento para ajudar a definir o tipo de terapia a ser administrado.
- Tipo de Tratamento
Em geral, as taxas de cura para o linfoma de Hodgkin são altas, mas os efeitos colaterais do tratamento de longo prazo são uma questão importante. Uma área ativa da pesquisa é dirigida ao aprendizado de quais pacientes podem ser tratados com terapia mais leve e quais necessitam de um tratamento mais agressivo.
Alguns estudos estão buscando que tratamentos menos tóxicos, com menos efeitos colaterais graves de longo prazo, podem curar muitos pacientes. Novas combinações de quimioterápicos com até 10 diferentes drogas estão sendo estudadas. O raciocínio dessa abordagem é que, apesar de uma quantidade maior de medicamentos, a dose de cada uma é menor, o que leva a menos efeitos colaterais. Outra abordagem é usar drogas direcionadas às células do linfoma de Hodgkin, ao contrário dos medicamentos quimioterápicos.
O mesmo é válido para a radioterapia. Os pesquisadores estão avaliando quais pacientes, especialmente crianças, podem receber o tratamento com menos dose de radiação, ou mesmo sem radioterapia. Os pesquisadores também estão estudando se novas formas de radioterapia, como a radioterapia de intensidade modulada (IMRT) e terapia com prótons, pode ser útil para o linfoma de Hodgkin. Estas abordagens concentram a radiação precisamente sobre os tumores, o que limita as doses nos tecidos adjacentes normais.
- Quimioterapia
Novos medicamentos e combinações quimioterápicas estão sendo estudadas em pacientes com Linfoma de Hodgkin. Alguns medicamentos, como vinorelbina, idarrubicina, bendamustina, e gemcitabina, já em uso no tratamento de outros tipos de câncer, agora estão se mostrando promissores contra o linfoma de Hodgkin. Estudos estão em andamento para ver se esses medicamentos podem ser mais eficazes que os atualmente em uso.
- Terapia Alvo
Novas terapias alvo que agem de forma diferente dos medicamentos quimioterápicos convencionais também estão sendo estudados. Algumas terapias alvo se mostraram promissoras contra o linfoma de Hodgkin nos estudos iniciais, como:
- Inibidores da fosfatidilinositol 3 quinase (PI3K), como idelalisib e INCB040093.
- Inibidores da Janus quinase (JAK), como o ruxolitinibe.
- Inibidores de mTOR, como sirolimus, temsirolimus e everolimus.
- Inibidores da histona desacetilase (HDAC), como panobinostate e vorinostat.
Algumas novas terapias alvo estão sendo estudadas em combinações, na esperança de serem mais eficazes quando administradas em conjunto. Outras terapias alvo também estão sendo estudadas.
- Imunoterapia (Incluindo Anticorpos Monoclonais)
A imunoterapia é um tipo de terapia sistêmica que usa medicamentos que estimulam o sistema imunológico a destruir as células cancerígenas de forma eficaz. Nos últimos anos, novas formas de imunoterapia têm se mostrado úteis contra vários tipos de câncer, incluindo o linfoma de Hodgkin.
- Inibidores do Controle Imunológico
As células do sistema imunológico normalmente têm proteínas que atuam como pontos de controle para evitar que o sistema imunológico ataque outras células saudáveis no organismo. Assim, o sistema imune estaria programado apenas para atacar células alheias ao corpo, ou células anormais, como as cancerígenas. As células cancerígenas por sua vez apresentam em sua superfície determinadas proteínas se utilizam dos pontos de controle dos linfócitos, e acabam bloqueando as células imunes e impedindo que estas ataquem o tumor.
Imunoterapia moderna interfere neste mecanismo de bloqueio, ao impedir que as proteínas do tumor se liguem aos pontos de controle. Em inglês, são chamados de check point inhibitors, ou bloqueadores dos pontos de controle. Esses medicamentos se mostraram úteis contra muitos tipos de câncer nos últimos anos.
Alguns medicamentos, como nivolumab e pembrolizumab bloqueiam esses pontos de controle, impulsionando uma resposta imunológica contra as células cancerígenas. Esses medicamentos se mostraram promissores contra o linfoma de Hodgkin, mesmo para pacientes que já fizeram outros tratamentos. Esses medicamentos estão aprovados para uso contra o linfoma de Hodgkin depois que outros tratamentos já foram tentados, e vários outros inibidores do ponto de controle também estão sendo estudados.
- Terapia de Células T do Receptor Antígeno Quimérico (CAR)
Neste tratamento, as células T são removidas do sangue do paciente e alteradas em laboratório para ter receptores específicos denominados receptores de antígenos quiméricos (CARs) em sua superfície. Esses receptores podem se ligar as proteínas na superfície das células do linfoma. As células T são então multiplicadas no laboratório e devolvidas ao paciente, onde procuram as células do linfoma, atacando o sistema imunológico do paciente.
Esta técnica mostrou resultados promissores nos ensaios clínicos iniciais contra alguns linfomas de Hodgkin. Os pesquisadores ainda estão aprimorando a forma de produção das células T e buscando as melhores formas de usá-las. Atualmente, essa terapia está disponível apenas em ensaios clínicos.
- Anticorpos Monoclonais
Os anticorpos monoclonais são proteínas, normalmente produzidas pelo sistema imunológico para ajudar a combater infecções. Cada anticorpo é concebido para só atacar um alvo específico. Alguns podem destruir as células cancerígenas por si mesmas. Outros têm moléculas radioativas ou venenos celulares ligados a eles, que ajudam a destruir as células cancerígenas. Uma vantagem destes medicamentos é que, em geral, têm como alvo as células do linfoma, com menos efeitos colaterais do que os medicamentos quimioterápicos convencionais. Eles podem ser usados sozinhos ou em combinação com a quimioterapia.
Alguns anticorpos monoclonais, como vedotin brentuximabe e rituximab, já estão em uso no tratamento do linfoma de Hodgkin. Atualmente, os pesquisadores estão avaliando se esses medicamentos podem ser úteis em outras situações. Por exemplo, brentuximabe está em estudo para verificar se pode ser útil no início do tratamento. Outros estudos estão avaliando se o rituximab pode ajudar no tratamento de formas clássicas do linfoma de Hodgkin, bem como no tipo predominantemente nodular.
Atualmente, muitos anticorpos monoclonais estão em estudo para uso no tratamento do linfoma de Hodgkin.
Fonte: American Cancer Society (28/03/2017)
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