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domingo, 26 de dezembro de 2021

O RISCO DE PERDA DO FAMILIAR

 A demência, com algumas exceções como por exemplo a pseudodemência (provocada pela depressão), é uma doença de evolução irreversível, e o seu início pode passar despercebido se os sintomas forem erradamente atribuídos á idade.

Alguns dos sintomas da demência são a perda de memória e das referências espaciais e temporais, e essa é a razão porque a pessoa pode não se lembrar da hora do dia ou direção de casa e ficar desorientada e perder-se mesmo em lugares familiares.

Quando o cuidador e o seu familiar saem de casa para um passeio ou para viajar, a atenção deve ser ainda maior. Mesmo nos estágios iniciais da doença é comum as pessoas com demência perderem-se. Se a pessoa paciente tiver que fazer uma viagem, esse momento deve ser bem planificado pela família cuidadora. 

Sinais que a pessoa com demência corre o risco do se perder:

·       Regressar mais tarde do que o habitual de uma viagem de automóvel ou de uma caminhada com o trajeto bem conhecido;

·       Esquecer-se do caminho para lugares familiares;

·       Conversar sobre a necessidade de cumprir obrigações do seu passado como por exemplo ir trabalhar, estando já na reforma;

·       Tentar ou querer "ir para casa", mesmo que esteja em casa;

·       Estar inquieto, deambular ou fazer movimentos repetitivos;

·       Ter dificuldade em localizar lugares familiares dentro de casa como a casa de banho, o quarto ou a sala de jantar;

·       Perguntar por amigos e familiares do passado que já faleceram;

·       Agir como se estivesse a realizar uma tarefa sem no entanto fazer nada, como por exemplo mover-se á volta de vasos de plantas sem plantar;

·       Ficar nervoso ou ansioso em áreas lotadas de gente como centros comerciais ou restaurantes.

Como evitar que o familiar se perca:

Se a pessoa tiver capacidade de mobilidade, existe o risco de se perder a qualquer momento mesmo que o cuidador seja diligente. Para diminuir essa possibilidade devem ser colocadas em prática as seguintes estratégias:

·       Criar rotinas nas atividades diárias;  

·       Criar um plano diário de atividades;

·       Identificar os momentos do dia em que a deambulação ocorre e planificar atividades para essas alturas para reduzir ansiedade, agitação e inquietação;

·       Tranquilizar o familiar se ele se sentir desorientado. Se ele quiser "ir para casa" ou "ir para o trabalho", use a comunicação focada na validação, ou seja, não o corrija. Diga por exemplo, "vamos ficar aqui esta noite. Estamos seguros e vamos estar juntos. Vamos amanhã para casa depois de descansarmos bem esta noite.”;

·       Certificar que as necessidades básicas estão atendidas. A pessoa precisa de ir ao quarto de banho? Será que está com sede ou com fome?

·       Evitar lugares movimentados como centros comerciais que possam provocar confusão e desorientação;

·       Colocar as fechaduras fora da visão ou num sítio alto ou baixo das portas;

·       Instalar parafusos deslizantes nas portas;

·       Instalar dispositivos que avisem quando uma porta ou janela é aberta. Eles podem ser simples como um sino colocado na parte de cima de uma porta, ou sofisticados como um sistema eletrónico de alarme.

·       Supervisionar. Não se deve deixar uma pessoa com demência em ambientes novos sem supervisão. Nunca a deixe só em casa ou no carro.

·       Esconder as chaves do carro se a pessoa já não tiver capacidade para conduzir; se a pessoa for ainda capaz de conduzir (mediante decisão médica), considere usar um dispositivo GPS para a eventualidade de ele se perder.

·       Considerar a possibilidade de usar um dispositivo GPS (ex: no relógio) para localizar a pessoa caso ela se perca.

Outras medidas a tomar pelo cuidador:

O stress por que passam as famílias quando uma pessoa com demência se perde é muito grande. É importante que se tenha um plano para se saber o que fazer em caso de emergência. Seguem-se algumas sugestões:

·       Criar uma lista de contatos de pessoas a quem se possa pedir ajuda;

·       Pedir aos vizinhos, amigos e familiares para avisarem se virem o seu familiar só na rua.

·       Ter sempre uma foto recente do familiar e informações médicas atualizadas para fornecer à polícia em caso de necessidade;

·       Conhecer bem o bairro de residência. Identificar bem as áreas perigosas perto de casa, como zonas com água, estradas com muito trânsito, etc.;

·       Ter uma lista de lugares para onde a pessoa possa ter ido, como locais de trabalho no passado, lares ou centros de dia que já tivesse frequentado, locais de culto religioso ou um restaurante;

·       Colocar no familiar alguma forma de identificação com um contacto telefónico;

O que fazer no caso de o familiar se perder:

·       Procurar o familiar na área onde se perdeu por um tempo não superior a 15 minutos; ligar de seguida para o número das urgências e informar a polícia que uma pessoa com demência ou com a doença de Alzheimer está desaparecida;

·       Começar imediatamente os esforços de busca e resgate. Cerca de noventa por cento das pessoas que se perdem são encontradas num raio de 1,5 km do local onde desapareceram;

·       Ter em conta se o indivíduo é destro ou canhoto, porque o familiar provavelmente irá seguir a direção da mão dominante.



 Fontes:

https://www.alz.org/care/alzheimers-dementia-wandering.asp#who 

Alzheimer´s net

CRE Alzheimer

By Fernando Delfim Braga e Couto de Azevedo





obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla 

https://www.cuidador.pt/



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