Astrocitoma pilocítico ou grau 1
Cirurgia
O tratamento é cirúrgico, com altas chances de cura.
Astrocitoma de baixo grau ou grau 2 ou oligodendrogliomas de baixo grau ou grau 2
Cirurgia: craniotomia e remoção do tumor
O tratamento inicial também é cirúrgico. Diferentemente dos tumores de grau 1, no entanto, os de grau 2 são infiltrativos e podem formar depósitos microscópicos, além dos limites visíveis ao neurocirurgião.
O neurocirurgião deve ser experiente para ressecar o máximo possível de tumor, sem perder de vista a preservação das áreas vitais para as funções neurológicas. Algumas vezes, para diminuir os riscos de sequelas, a cirurgia é realizada com o paciente acordado (porém sem sentir dor) ou monitorado, com o objetivo de mapear e preservar as áreas nobres.
A principal limitação da cirurgia é que muitas vezes não é possível distinguir os limites entre o tumor e o tecido cerebral normal. Em algumas situações, nas quais as lesões se localizam em áreas muito delicadas do cérebro, a cirurgia se limita a colher um fragmento apenas para o diagnóstico.
Radioterapia
Na maioria dos casos, é indicado radioterapia complementar à cirurgia, principalmente quando a retirada de toda a massa tumoral não é possível ou quando ocorre recidiva. A técnica mais utilizada é a radioterapia externa conformacional. O tratamento tem a duração aproximada de seis semanas, com sessões de segunda a sexta-feira, uma vez ao dia, que duram aproximadamente 15 a 20 minutos. As técnicas evoluíram bastante na última década. Hoje é possível direcionar os raios com mais precisão, poupando os tecidos cerebrais saudáveis.
Outra técnica utilizada, porém, em situações excepcionais, é a radioterapia estereotáxica, que difere da anterior, porque a dose total é administrada de uma única vez ou em poucas sessões.
Quimioterapia
Essa forma de tratamento tem sido cada vez mais utilizada nos tumores de baixo grau, em particular quando a cirurgia não conseguiu eliminar a doença completamente e/ou em pacientes acima de 40 anos, devido a maior agressividade dos tumores a partir desta idade. Pode ser realizada com drogas de administração oral exclusiva (temozolomida) ou intravenosa associada a medicações orais (PCV – procarbazina, lomustina e vincristina), associadas ou não à radioterapia. Apesar dos tratamentos quimioterápicos serem relativamente bem tolerados, efeitos colaterais como diminuição da imunidade, anemia, diminuição das plaquetas, fadiga, alteração dos nervos, constipação intestinal e alteração do paladar podem ocorrer.
Astrocitoma grau 3 OU glioblastoma multiforme (grau 4) OU oligodendroglioma grau 3
Cirurgia
O tratamento inicial também é cirúrgico, como o descrito para os tumores de baixo grau. Tem por finalidade não só remover a maior quantidade possível de massa tumoral, mas também aliviar a pressão intracraniana causada pelo edema ao redor do tumor. Como esses tumores são difusos, ou seja, as células tumorais se infiltram entre o tecido cerebral normal, dificilmente a cirurgia consegue remover completamente a massa tumoral. Para complementar o tratamento nesses casos, há necessidade de radioterapia e quimioterapia. Quando os tumores se localizam em áreas muito delicadas do cérebro, a cirurgia se limita à biópsia.
Radioterapia
A radioterapia externa está indicada após cirurgia nestes casos, devido ao comportamento mais agressivo desses tumores. O tratamento é feito nos moldes descritos para os tumores de baixo grau, porém com uma maior dose, durante um período de três a seis semanas. A quimioterapia em geral é administrada em conjunto com a radioterapia.
Quimioterapia
Nos pacientes com tumores de alto grau, em particular os astrocitomas, o tratamento cirúrgico deve ser complementado com radioterapia externa e quimioterapia, com um medicamento chamado temozolomida. Essa combinação é o tratamento pós-cirúrgico (adjuvante) mais indicado. Deve ser iniciada poucos dias depois da cirurgia inicial.
A temozolomida é administrada por via oral, concomitantemente à radioterapia. É uma droga geralmente bem tolerada. Os efeitos colaterais são cansaço, náusea e prisão de ventre. Para pacientes com intolerância a temozolomida oral, pode-se usar a formulação intravenosa.
Nos pacientes que apresentaram boa resposta à radioterapia associada à temozolomida, a quimioterapia prossegue em ciclos de cinco dias, seguidos de 23 dias de intervalo, geralmente de 6 a 12 ciclos. O acompanhamento é feito com ressonâncias magnéticas periódicas.
Nos pacientes com oligodendrogliomas grau 3, o esquema mais utilizado de quimioterapia é uma combinação de medicações feitas por via endovenosa em associação a remédios orais (PCV – procarbazina, lomustina, e vincristina).
Terapêutica antiangiogênica
Quando o tumor desenvolve resistência à radioterapia e à temozolomida, podemos utilizar outras medicações. As estratégias mais promissoras são as que empregam agentes capazes de bloquear a formação de novos vasos sanguíneos, impedindo que as células tumorais recebam nutrientes e oxigênio através da circulação.
Pertence a essa categoria o bevacizumabe, droga geralmente administrada em combinação com o quimioterápico lomustina (via oral).
Terapia-alvo
Alterações nos genes BRAF e NTRK (chamadas de mutações) são raras em tumores cerebrais, mas, quando presentes, tratamentos específicos podem ser indicados, com altas taxas de resposta e controle de doença.
Atualização: Dra. Camilla Akemi Felizardo Yamada – CRM: 118.900
Oncologista Clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Apoio: Dra. Jéssica Ribeiro Gomes – CRM: 159784
Oncologista Clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Fevereiro 2022
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://vencerocancer.org.br
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