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domingo, 15 de maio de 2022

| Cardiologia | Insuficiência mitral: graus, sintomas e diretrizes médicas

 Por Dr. José Aldair Morsch, 13 de abril de 2022

 

 

Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin

 

 

A insuficiência mitral leve chega a ser comum e não exige tratamento.

No entanto, é indispensável monitorar o paciente porque a condição pode evoluir para quadros graves.

Nesses casos, o cardiologista deverá prescrever o tratamento adequado, a fim de evitar complicações como a fibrilação atrial e o edema pulmonar.

Se você quer aprofundar os conhecimentos sobre a insuficiência mitral, chegou ao lugar certo.

Avance na leitura deste artigo, em que vou apresentar detalhes sobre os graus da doença

Insuficiência mitral: o que é?

Insuficiência mitral é uma falha no funcionamento da válvula mitral que permite o refluxo de sangue do ventrículo para o átrio esquerdo.

Chamada também de regurgitação mitral, a condição pode prejudicar a circulação sanguínea quando em estágios avançados.

O mecanismo que leva à insuficiência mitral tem origem em anomalias anatômicas ou funcionais.

Lembrando que o músculo cardíaco é formado por 4 câmaras (2 átrios e 2 ventrículos) e 4 válvulas (aórtica, mitral, tricúspide e pulmonar).

A válvula mitral fica entre o átrio e o ventrículo esquerdo para garantir que o sangue flua numa única direção (do átrio para o ventrículo).

 

Quando há anormalidades em termos de formato, espessura ou tamanho, entre outros, essa estrutura acaba permitindo que o sangue retorne para o átrio esquerdo.

Graus de insuficiência mitral

A insuficiência mitral pode ser aguda ou crônica, descrevendo episódios isolados ou que permanecem por anos.

Sua classificação conforme a gravidade inclui 3 níveis e costuma ter relação com a forma crônica.

A seguir, falo sobre os graus atribuídos a essa condição.

Insuficiência mitral leve

A forma leve ou insuficiência mitral discreta costuma ser diagnosticada durante consultas e exames de rotina.

Ela é percebida a partir de sons incomuns na ausculta do miocárdio e/ou testes de imagem solicitados por outras razões.

Essa gradação não provoca sintomas nem representa risco ao paciente, dispensando qualquer abordagem terapêutica.

Insuficiência mitral moderada

Requer um monitoramento periódico e rigoroso para evitar complicações.

Quando ela atinge o grau moderado, desencadeia sintomas difusos como fadiga e dificuldade para realizar atividade física.

Contudo, não costuma interferir no dia a dia do paciente, que deve realizar exames como o ecocardiograma em intervalos semestrais.

Insuficiência mitral grave

Esse é o formato preocupante da patologia, com sintomas que prejudicam a rotina do doente.

Cansaço crônico após pequenos esforços, dispneia, tosse e inchaço nos membros inferiores são incômodos corriqueiros.

É necessário tratamento para reverter esse quadro.

Sintomas de insuficiência da válvula mitral

Geralmente, o grau leve não manifesta sintomas, enquanto o moderado desencadeia apenas sinais inespecíficos.

Já a gradação severa tende a provocar incômodos como:

  • Cansaço crônico que pode piorar com pequenos esforços físicos
  • Arritmias de padrão rápido (taquiarritmias)
  • Palpitações
  • Membros inferiores inchados
  • Dispneia
  • Tosse constante.

 

Causas de insuficiência mitral

Antes de falar sobre as causas, acho importante explicar que a condição pode ser primária ou secundária.

A forma primária descreve anomalias na própria válvula mitral, a exemplo de fendas congênitas e prolapso.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o prolapso da válvula mitral é a anormalidade valvar mais comum no mundo, atingindo entre 5% e 10% da população.

Infecções como a febre reumática e traumas que causem ferimentos na válvula mitral também podem desencadear a insuficiência mitral primária.

Já a secundária surge em decorrência de problemas que afetam o ventrículo esquerdo, fazendo com que ele aumente e impeça o fechamento da válvula mitral.

Infarto agudo do miocárdio (IAM) e miocardite (inflamação) estão entre as causas desse tipo de insuficiência mitral.

Mais raramente, o átrio esquerdo pode ser aumentado devido à fibrilação atrial, resultando também em insuficiência mitral.

Insuficiência da válvula mitral

Insuficiência mitral é uma falha no funcionamento da válvula mitral, que fica entre o átrio e o ventrículo esquerdo

Diretrizes para insuficiência mitral

A conduta médica na suspeita de insuficiência mitral deve seguir parâmetros como o Expert Consensus, divulgado pelo American College of Cardiology.

O documento descreve 4 etapas para investigação e tratamento da patologia:

  1. Avaliação clínica para verificar a existência de sintomas
  2. Identificação de insuficiência mitral primária ou secundária
  3. Análise da gravidade da patologia
  4. Prescrição de terapia e monitoramento do paciente.

 

Como é o diagnóstico?

O diagnóstico compreende as três primeiras etapas das diretrizes para regurgitação mitral.

A presença de sintomas na avaliação clínica indica estágio avançado – o que não quer dizer que pacientes assintomáticos dispensem tratamento.

Nesses casos, o médico deve solicitar exames como o teste ergométrico e ecocardiograma após esforço, a fim de verificar se há comprometimento funcional.

Esses procedimentos também colaboram para diferenciar a insuficiência primária da secundária e avaliar sua gravidade.

E o tratamento?

Como adiantei acima, não é necessário tratar doentes com grau leve de insuficiência mitral.

Eles devem apenas ser monitorados para observar o progresso da patologia.

Já as gradações moderada e severa pedem o uso de medicamentos para aliviar os sintomas, como vasodilatadores, diuréticos e anti-hipertensivos.

A condição grave exige reparo ou substituição da válvula mitral para que o paciente recupere sua capacidade funcional.

Geralmente, é indicada cirurgia invasiva (valvuloplastia), a fim de preservar a anatomia das estruturas.

Raramente o cardiologista prescreve procedimentos minimamente invasivos como o cateterismo.

Apoio da telemedicina

O monitoramento, diagnóstico e tratamento da insuficiência mitral são feitos com o suporte de exames cardiológicos.

As imagens e achados desses testes têm interpretação complexa, exigindo a análise de um cardiologista especializado na área de cada procedimento.

É por isso que muitos resultados acabam demorando para sair, uma vez que os especialistas in loco possuem uma série de atividades no dia a dia.

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Conclusão

A insuficiência mitral é uma condição que necessita de acompanhamento periódico.

Eletrocardiograma, ecocardiograma e outros exames são indispensáveis para seu diagnóstico e tratamento, mas nem sempre há cardiologistas disponíveis para interpretar esses testes.

 

 

 

 


obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla

https://telemedicinamorsch.com.br/blog/r

 

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