Por Dr. José Aldair Morsch, 26 de outubro de 2021
Você sabia que a prostatite está entre as principais doenças que atingem os homens?
Ao lado do câncer de próstata e da hiperplasia prostática benigna, ela é uma das condições da glândula reprodutiva masculina que mais merecem atenção.
Segundo dados da UFRGS, a patologia tem prevalência média de 8,2% na população, sendo que 35% a 50% dos homens apresentarão seus sintomas em algum momento da vida.
Sendo assim, mesmo que o tema principal do Novembro Azul seja a prevenção do câncer, este também é um momento importante para discutirmos os riscos da prostatite.
Apesar de ter um tratamento relativamente simples, é fundamental garantir o diagnóstico precoce e adotar as medidas necessárias o mais cedo possível.
Isso porque, se não combatida, a doença pode evoluir para quadros graves, com complicações que vão deste a sépsis, até a retenção urinária e a formação de abcessos.
Mas afinal, o que é prostatite exatamente? Quais os seus tipos, causas, sintomas e fatores de risco? Como diagnosticar, tratar e prevenir essa condição?
Para que você mantenha sua saúde em dia e saiba todos os sinais de alerta, preparei este artigo completo sobre o assunto. Acompanhe.
O que é prostatite?
Em suma, a prostatite é caracterizada como uma inflamação da próstata. Durante o quadro, há um crescimento anormal da glândula reprodutiva masculina.
Quando ela ocorre, a passagem da urina é dificultada. Além disso, o homem sente desconfortos, dores e outros sintomas que explico adiante neste conteúdo.
Em grande parte dos casos, a prostatite está relacionada a infecções bacterianas. Contudo, ela pode ter outras causas. Nesses casos, acredita-se que ela esteja associada a microrganismos como fungos, vírus, entre outros, além de fatores gerados pelo próprio organismo.
Em geral, a doença atinge homens adultos. Inclusive, dependendo do tipo, ela ocorre naturalmente pelo avanço da idade. Em situações mais raras, pode atingir pré-adolescentes.
Veja nos próximos itens como são suas diferentes manifestações, o que provoca elas, os sintomas gerados, causas e outros detalhes de suma importância para entender a patologia.
Tipos comuns de prostatite
Agora que você já sabe o que é prostatite, vale mencionar que seus tipos são diversos e podem ter uma classificação complexa.
Elas incluem casos como prostatite bacteriana aguda e crônica, prostatite crônica não inflamatória ou prostatodinia, síndrome de dor pélvica e prostatite inflamatória assintomática.
Entretanto, para conhecer a patologia e prevenir-se contra ela, podemos condensar essa categorização em três tipos principais.
São eles: prostatite aguda, prostatite crônica e não bacteriana. Confira agora:
Prostatite aguda
A prostatite aguda é gerada por uma infecção bacteriana. Sua manifestação é repentina, febril e apresenta sintomas marcantes, especialmente no sistema urinário.
Nela, o homem sente dificuldades para esvaziar toda a urina. Além disso, sua febre pode ser acompanhada de tremores, calafrios e outros sintomas febris comuns, como dor de cabeça.
Trata-se de uma infecção generalizada
que, se evoluir, pode levar ao risco de septicemia (complicação
potencialmente fatal típica de quadros infecciosos agudos).
Outra consequência de sua evolução é o abscesso prostático. Dependendo de sua gravidade, ele pode exigir até mesmo tratamento cirúrgico.
Por conta da intensidade e dos riscos relacionados, é fundamental buscar por atendimento o quanto antes no pronto-socorro.
Prostatite crônica
Já a prostatite crônica, como o nome indica, tem uma evolução mais lenta. Ela caracteriza-se como uma infecção urinária e seu tratamento é mais difícil.
Além disso, pode ser resultado de um tratamento inadequado da prostatite aguda ou que não teve resposta aos antibióticos.
Esse quadro infeccioso tem recorrência duradoura por conta da permanência de bactérias no líquido produzido pela próstata.
Inclusive, ela gera o aumento no PSA, indicador recomendado para detectar o câncer de próstata. Nesse sentido, confunde-se muitas vezes o diagnóstico entre a prostatite e o câncer de próstata.
Ao passo que, outro fator que dificulta sua identificação é a variabilidade dos sintomas. Eles podem ser diversos e às vezes até inexistentes.
Em parte significativa dos casos, ocorre o aumento benigno da próstata. Com ele, há dificuldade para urinar, ardência e frequência aumentada. Também pode ocorrer dor ao ejacular.
Prostatite não bacteriana e prostatodinia
Por fim, há a prostatite não bacteriana e a prostatodinia, também chamada de síndrome da dor pélvica crônica.
Esses são os tipos mais recorrentes de prostatite. Marcados também pela inflamação na próstata, essa patologia porém, ocorre sem que o paciente tenha histórico de infecções bacterianas no trato urinário, por exemplo.
Em resumo, não há uma definição clara de suas causas. Por conta dos sintomas, muitos especialistas acreditam que elas estão ligadas a agentes como vírus, fungos ou outros microorganismos não identificados.
Porém, além de não ser prostatite bacteriana, os casos sequer podem ter origem infecciosa. Afinal, acredita-se que a própria urina possa afetar a próstata quando há refluxo da mesma, o que poderia favorecer a inflamação causada pelas duas doenças.
Quais são as causas da prostatite?
Nos tipos de prostatite bacteriana, a doença é originada por bactérias do trato urinário ou do intestino grosso. O agente mais comum é a Escherichia coli.
Contudo, como você pôde ver acima, muitas vezes as causas são diferentes. Além da presença de agentes infecciosos diversos e da possibilidade de refluxo da urina, há outras teorias.
Em primeiro lugar, podemos considerar o problema relacionado a atividade sexual. Nela, considera-se a probabilidade de a prostatite ser desencadeada pela inflamação da uretra, em um quadro conhecido como uretrite.
Também, conforme há a associação com doenças sexualmente transmissíveis. Condições como clamídia e a gonorreia poderiam desenvolver prostatite não bacteriana.
Ainda, discute-se a relação de fatores emocionais com a doença. Isso porque, quadros de ansiedade e estresse podem provocar espasmos do músculo do esfíncter.
Nessas situações, acredita-se que esses espasmos irritam a próstata e favorecem o retorno dos fluídos da uretra para a glândula prostática, o que irritaria seus tecidos interiores.
Também vale mencionar que a prostatite é mais observada em determinados grupos. Portanto, algumas situações podem estar relacionadas às suas causas.
Isso inclui homens com alguma anormalidade no trato urinário, que têm infecções frequentes de bexiga, que praticam sexo anal ou que desenvolveram hiperplasia prostática benigna.
Da mesma forma, a prostatite também pode desenvolver-se naqueles que foram submetidos a uma intervenção clínica que exige a inserção de um instrumento médico na uretra.
Principais sintomas da prostatite
Tal qual, descrevi nos tipos de prostatite, você pôde concluir que cada manifestação gera consequências diferentes no paciente acometido.
Entretanto, é importante ficar atento a alguns sinais. Isso porque, a prostatite tem sintomas considerados “clássicos”, e que indicam a necessidade de buscar por uma consulta médica.
Nesse sentido, esses indicadores de alerta são comuns a quase todos os homens que sofrem com a doença e incluem:
- Vontade excessiva de urinar;
- Dor ou ardência ao urinar;
- Secreção na uretra;
- Dor frequente nos músculos entre as pernas.
Na prostatite aguda, esses sintomas podem ser acompanhados de febre, dor na região abdominal e mal estar generalizado.
Por sua vez, a prostatite crônica ainda provoca dores na região lombar, dos testículos e períneo.
Fatores de risco da prostatite
Além das causas que apresentei anteriormente, a prostatite possui alguns fatores de risco comuns.
Novamente, eles podem variar de acordo com o tipo e a origem da doença. Entretanto, os mais recorrentes são:
- Presença de lesão na região da próstata;
- Ocorrência de trauma pélvico;
- Lesão prévia na uretra ou na bexiga;
- Patologias do sistema nervoso;
- Manter relações sexuais sem proteção;
- Fatores genéticos;
- Estresse, ansiedade e outras condições relacionadas;
- Desidratação;
- Inflamação do testículo, chamada de orquite.
Como é feito o diagnóstico de prostatite?
Assim que o paciente reconhecer algum dos sintomas, é fundamental buscar por um médico para obter o diagnóstico adequado.
Primeiramente, o clínico geral ou urologista irá analisar as queixas. Normalmente, os homens inicialmente apresentam dores ou dificuldades para urinar.
Em seguida, com a suspeita definida, é preciso confirmar o quadro. Para isso, são solicitados alguns exames de rotina para detectar a prostatite.
Em síntese, diferentes procedimentos podem ser realizados na bateria de exames. Os principais são:
- Hemograma;
- PSA;
- Coleta de urina;
- Fluxometria;
- Toque retal;
- Coleta de líquido prostático.
Dependendo da situação, ainda há a possibilidade de biópsia. Ela serve para confirmar a causa da inflamação e aumento da próstata.
Como tratar a prostatite?
Com o diagnóstico em mãos, o médico deve definir a melhor conduta para a condição do paciente.
A prostatite tem tratamento que varia de acordo com a causa da doença. Ele inclui possibilidades como:
- Antiinflamatório para prostatite: como a patologia gera a inflamação da uretra, os anti inflamatórios são utilizados para aliviar seus sintomas;
- Massagem da próstata: outra medida direcionada ao alívio dos sintomas, feita clinicamente pelo médico;
- Antibiótico para prostatite: é utilizado para combater as causas da doença quando ela é uma prostatite bacteriana;
- Bloqueadores alfa: é um tipo de remédio para prostatite que relaxa as fibras musculares e o colo da bexiga (região em que a próstata se une à bexiga);
- Suplementação: em muitos quadros, suplementos naturais contribuem para a melhoria do paciente. Eles incluem antioxidantes, zinco e vitaminas A, C e E.
Do mesmo modo é direito do paciente ser orientado sobre algumas medidas a serem adotadas no dia a dia. Isso porque, mudanças no estilo de vida ajudam no combate da prostatite.
Isso inclui o hábito de beber bastante água, realizar banho de assento quente, evitar longos períodos sentados e controlar o consumo de álcool, alimentos picantes e cafeína.
Sobretudo, vale citar que, quando há a infecção de bactérias ou suspeita de outros microrganismos, a prostatite é transmissível.
Assim, o médico precisa informar o paciente e alertar sobre a importância de conversar com as pessoas com quem ele tenha tido relações, pois a prostatite pode infectar a parceira e desencadear outras infecções nas mulheres.
Por fim, a automedicação
jamais deve ser considerada. Apenas os especialistas sabem quais são as
medidas adequadas para combater a doença. Do contrário, as
consequências podem ser mais graves do que a prostatite em si.
É possível prevenir a prostatite?
O combate da prostatite pode incluir diversas ações preventivas. Elas servem para minimizar seus fatores de risco e evitar que a doença tenha chances de se desenvolver.
Dessa forma, para os tipos infecciosos, é importante prezar por hábitos corretos de higiene. Eles eliminam a presença de microrganismos capazes de afetar o organismo do paciente.
Quanto à transmissibilidade pelo sexo, há a primordialidade em manter todas as relações protegidas. Em outras palavras, o uso da camisinha diminui os riscos de DSTs capazes de gerar inflamação na próstata.
Ainda há a questão do crescimento prostático favorecido pela idade. Por isso, todo homem deve manter consultas frequentes no urologista a partir dos 40 anos de idade.
Inclusive, ter um contato próximo e constante com o médico também ajuda a identificar e minimizar os riscos de outras condições, como o próprio câncer de próstata.
- Prática de exercícios;
- Alimentação saudável;
- Consumo de bastante água;
- Dieta rica em zinco;
- Realização de exames de rotina;
- Comer menos alimentos picantes;
- Reduzir o consumo de bebidas alcóolicas.
Conclusão
Neste artigo, você acompanhou as informações mais importantes sobre a prostatite. A doença está entre os principais riscos para a saúde dos homens, e merece atenção para que eventuais manifestações não evoluam para condições mais severas.
Os sintomas, que incluem dor ao urinar e desconfortos na região da próstata, muitas vezes a reversão ocorre com o uso de medicamentos. Contudo, complicações como abscessos, retenção urinária e sépsis reforçam a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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