A insuficiência ou regurgitação tricúspide (IT) é uma lesão valvar relativamente comum, podendo ser classificada em primária, quando a lesão é no próprio aparelho valvar tricúspide, ou secundária, quando ocorre por dilatação do VD e/ou hipertensão pulmonar. As formas secundárias são disparadamente mais comuns (90% ou mais), em geral associadas à insuficiência cardíaca do lado esquerdo do coração. Das formas primárias, a lesão reumática e a degeneração/calcificação, são as mais prevalentes.
Um estudo holandês recente trouxe novas informações sobre a história natural da IT que podem ajudar a formular estratégias de acompanhamento e tratamento. O grupo selecionou pacientes com IT moderada a grave e retrospectivamente pegou ecocardiogramas antigos desses pacientes, com o objetivo de saber o tempo de evolução e os fatores associados. Pacientes pediátricos, com endocardite infecciosa e/ou cirurgia tricúspide foram excluídos.
Foram selecionados 1000 pacientes. 94,6% tinham IT secundária e apenas 5,4% a forma primária. A causa primária mais comum foi cabo de marcapasso E, das secundárias, 62% com doença valvar à esquerda e 22% com IC; menos de 2% tinham hipertensão pulmonar primária.
A seguir, os pacientes foram divididos em 4 grupos em função do tempo que levaram para evoluir de IT ausente/leve para IT moderada/grave:
- Grupo 1: < 1,3 anos
- Grupo 2: 1,3-4,7 anos
- Grupo 3: 4,8-9,0 anos
- Grupo 4: > 9,0 anos.
Após análise multivariada, os fatores preditores de evolução rápida para IT moderada/grave foram idade, presença de cabo de marcapasso, diâmetro do anel tricúspide, movimento sistólico da valva tricúspide, cirurgia valvar à esquerda e IT leve no eco basal (vs IT ausente). Outro dado é que quanto mais rápida a evolução para IT moderada/grave, menos a sobrevida. Esse conjunto de informações traz a primeira dica prática: pacientes com tais fatores de risco devem ser monitorados a intervalos menores pois têm maior risco de piorar a IT e pior sobrevida.
Outros fatores correlacionados com mortalidade nos pacientes com IT foram idade, movimento sistólico da valva tricúspide, pressão sistólica do VD e fração de ejeção do VE (ou seja, se associada com IC tem pior prognóstico).
Referências:
Development of Significant Tricuspid Regurgitation Over Time and Prognostic Implications: New Insights Into Natural History. Eur Heart J 2018;39:3574-3581.
http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2017/05_DIRETRIZ_VALVOPATIAS.pdf
Autor(a):
Ronaldo Gismondi
Editor-chefe médico da PEBMED ⦁ Pós-doutorado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ⦁ Coordenador da Cardiologia do Niterói D’Or ⦁ Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) ...
Veja mais em - Portal PEBMED: https://pebmed.com.br/insuficiencia-tricuspide-veja-novidades-sobre-evolucao-e-prognostico/?utm_source=artigoportal&utm_medium=copytext
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://pebmed.com.br/insuficiencia-tricuspide-veja-novidades-sobre-evolucao-e-prognostico/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Vc é muito importante para mim, gostaria muito de saber quem é vc, e sua opinião sobre o meu blog,
bjs, Carla