Publicado em: 18/05/2023
Revisado em: 19/05/2023
A H. pylori pode criar um ambiente inflamatório no estômago. A longo prazo, isso pode levar aumentar o risco de câncer no estômago.
A H. pylori é uma bactéria que se instala no estômago humano e por lá pode viver anos, sem causar sintomas ou problemas ao seu hospedeiro.
A previsão é que mais de 50% da população mundial esteja infectada pela bactéria, que normalmente é contraída nos primeiros anos de vida, por meio de alimentos mal higienizados ou água contaminada.
Tanto é que muita gente nem sabe que tem a bactéria e só descobre depois de uma endoscopia ou um exame de fezes, por exemplo.
Acontece que essa bactéria não tem nada de inofensiva. Isso porque ela é responsável por causar processos inflamatórios como gastrite, úlcera péptica e azia, além de ser um fator de risco muito importante para câncer gástrico.
H.pylori e o risco de câncer de estômago
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a H. pylori é classificada como um agente cancerígeno. Mas isso não quer dizer que quem tem a bactéria no estômago vai necessariamente desenvolver câncer no futuro.
Segundo o dr. Felipe Coimbra, líder do Centro de Referência em Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C Camargo Cancer Center, essa bactéria é responsável por dois tipos de tumores gástricos: linfoma do tipo Malt e adenocarcinoma gástrico, responsável por 90% dos casos de tumores na região.
“A bactéria H.pylori é extremamente comum na população e um dos principais fatores de risco para tumores gástricos, mas a minoria vai evoluir para um câncer, somente de 1% a 3%. Mas nos achados clínicos mundiais, em mais de 80% de todos os pacientes diagnosticados com adenocarcinoma, a bactéria está presente. Por isso que aqui no Brasil a recomendação é: ‘achou, tem que tratar’”, explica o médico.
Nesses casos, o protocolo é tratar o paciente com dois tipos de antibióticos, mais uma associação de inibidores de próton, mesmo que ele seja assintomático. O tratamento dura 14 dias. Um mês após o fim do tratamento, é recomendado repetir os exames para checar se a H. pylori foi eliminada do organismo. No entanto, de acordo com o médico, há sociedades médicas de outros países que preconizam tratar somente os casos sintomáticos.
Vale lembrar que, apesar de a
bactéria ser um dos fatores de risco mais preponderantes para tumores
gástricos, é importante levar em consideração outros fatores que
aumentam o risco de câncer no futuro, como: alimentos ultraprocessados (salsicha, salames, presunto), sedentarismo e tabagismo.
Como a bactéria causa um câncer?
Você deve estar se perguntando: como uma bactéria pode causar um câncer? É claro que isso não ocorre da noite para o dia.
Essa bactéria, conforme explica o dr. Coimbra, produz algumas enzimas e toxinas que criam um ambiente favorável para que ela consiga permanecer ali por muito tempo (lembrando que muitas pessoas adquirem a bactéria na infância). Só que isso gera um processo inflamatório persistente no estômago, e um dos primeiros sinais costuma ser azia e gastrite.
“Essas enzimas interagem com as proteínas da célula do estômago, levando à desregulação celular e uma inflamação crônica, prolongada. Se não for tratada, essa toxina pode induzir múltiplas atividades celulares, mutações que podem ocasionar um câncer “, finaliza.
Prevenção básica que está a seu alcance:
- Lave as mãos antes de comer e após ir ao banheiro;
- Higienize bem os alimentos, inclusive frutas, verduras e legumes crus com cloro;
- Evite comer em ambientes com pouca higienização;
- Ao comer na rua, dê preferência a vegetais cozidos;
- Não compartilhe copos, pratos e talheres com outras pessoas.
FONTE: https://drauziovarella.uol.com.br/
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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