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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

CÂNCER: Dia Mundial do Mieloma Múltiplo (5/09); Mieloma múltiplo: conhecer para combater - TRATAMENTOS

 ABRALE - Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia

Última atualização em 4 de abril de 2024

 

 

Mieloma Múltiplo tem cura?

Com os avanços da ciência, hoje existem importantes opções para o tratamento do mieloma múltiplo, que possibilitam ao paciente viver bem e com qualidade. Veja quais são, entenda como eles agem no organismo, e informe-se sobre os possíveis efeitos colaterais:

 

 

Quimioterapia para Mieloma Múltiplo

 

Este é o tratamento mais comum. Vários medicamentos extremamente potentes no combate ao câncer são utilizados com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes. Sua administração é feita em ciclos, com um período de tratamento, seguido por um período de descanso, para permitir ao corpo um momento de recuperação. O uso de cateteres é necessário.


Efeitos da quimioterapia no organismo

Alguns efeitos colaterais podem surgir, como enjoo, diarreia, obstipação (intestino preso), alteração no paladar, boca seca e feridas na boca (mucosite). Mas existem medicamentos que podem amenizá-los. A queda de cabelo também costuma acontecer, pois a quimioterapia atinge as células malignas e as saudáveis, em especial as que se multiplicam com mais rapidez, como os folículos pilosos, responsáveis pelo crescimento dos cabelos.

Nessa fase, busque por alternativas como lenços, bonés ou perucas, caso se sinta mais à vontade. A imunidade baixa, comum a esta fase do tratamento, pode facilitar o surgimento das infecções. A febre é o aviso de que um processo infeccioso está começando, então não deixe de avisar seu médico.


Dentre os principais quimioterápicos utilizados para o tratamento do Mieloma Múltiplo, estão:

  • Ciclofosfamida
  • Cisplatina
  • Doxorrubicina
  • Doxorrubicina lipossomal
  • Etoposide
  • Melfalano
  • Vincristina

 

O que são imunomoduladores?

imunomoduladores
Imunomoduladores

Os medicamentos imunomoduladores têm por objetivo atuar diretamente no sistema imunológico do paciente, conferindo aumento de resposta contra vírus, bactérias, fungos, dentre outros invasores. Dentre eles , são utilizados:


Talidomida

O  uso feste medicamento para o tratamento de mieloma múltiplo é ainda bastante polêmico por causar deformações genéticas nos fetos. Dentre os efeitos colaterais estão sonolência, fadiga, constipação (intestino preso) e neuropatia (fraqueza, dormência e dor principalmente nas mãos e nos pés).


Lenalidomida

Este medicamento é utilizado em combinação com a Dexametasona em pacientes de mieloma múltiplo recidivados, e que já tenham recebido ao menos um protocolo de tratamento.

A Lenalidomida está indicada em terapia combinada na primeira linha de tratamento, quando não é possível realizar o transplante de medula óssea, e também como terapia de manutenção nos pacientes que realizaram o transplante. Dentre as ações no organismo estão a melhora das atividades das células imunes, como também, a inibição da inflamação destas células, o que melhora a ativação dos linfócitos T e das células conhecidas por natural killer (NK) – que ajudam a matar as células do câncer.

De acordo com especialistas, a utilização deste medicamento pode até triplicar as chances de sobrevida das pessoas que enfrentam o mieloma múltiplo, além de melhorar bastante a qualidade de vida, pois apresenta menos efeitos colaterais do que a talidomida. Também pode causar diminuição das taxas sanguíneas.


Pomalidomida

Em combinação com a Dexametasona, este medicamento é indicado no tratamento de pacientes com mieloma múltiplo em recidiva (quando a doença volta), porém somente aos que tenham recebido pelo menos dois tratamentos prévios, incluindo a Lenalidomida e Bortezomib. Este medicamento ainda não está aprovado no Brasil.

 

 

 

O QUE SÃO INIBIDORES DO PROTEASSOMA?

São medicamentos importantes para o tratamento do mieloma múltiplo, pois são eficientes em atacar mais as células doentes e impactam menos as células sadias. No tratamento do Mieloma Múltiplo são utilizados:


Bortezomibe

Este medicamento é indicado para o tratamento de primeira linha tanto em pacientes com ou sem indicação de transplante de medula óssea. Ainda está indicado quando o mieloma volta e o paciente já recebeu pelo menos um tratamento anterior, e também na situação que se chama retratamento, que acontece quando se obteve resposta ao tratamento anterior com Bortezomibe, e já está há pelo menos 6 meses sem esta medicação. O Bortezomide é administrado por via intravenosa e tem como efeitos colaterais náuseas, vômitos, cansaço, diarreia, constipação, diminuição das taxas sanguíneas e neuropatia periférica.


Carfilzomibe

Este medicamento também é indicado para pacientes que já foram tratados com outros medicamentos, mas que não responderam ou que a doença voltou. Sua administração é intravenosa e os efeitos colaterais são similares aos do Bortezomibe.


Ixazomibe

Primeiro inibidor do proteassoma oral, usado em combinação com Lenalidomida e Dexametasona em pacientes com mieloma múltiplo que já receberam pelo menos um tratamento anterior.

 

 

IMUNOTERAPIA, O USO DOS ANTICORPOS MONOCLONAIS

Os anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico para combater infecções. Os anticorpos monoclonais, também conhecidos por imunoterapia, são produzidos em laboratório com o objetivo de agir em um alvo específico. Com isso, a imunoterapia faz com que o próprio sistema imunológico do paciente reconheça as células doentes e as ataque.

No mieloma múltiplo, as opções indicadas são:


Elotuzumabe

Este medicamento é indicado para pacientes que receberam até três terapias prévias e não apresentaram resultados. Sua administração é intravenosa. Como efeitos colaterais, pode apresentar perda de apetite, tosse e infecções do trato respiratório.


Daratumumabe

O Daratumumabe é indicado para pacientes que receberam ao menos um tratamento prévio e não apresentaram resultados positivos. No caso de ser utilizado como uma primeira linha de tratamento, ele é indicado quando o transplante de medula óssea não pode ser indicado. Dentre os efeitos colaterais estão tosse, chiado no peito, dificuldade respiratória, aperto na garganta e tontura.


Isatuximabe

Indicado em combinação com pomalidomida e dexametasona, para o tratamento de pacientes adultos com mieloma múltiplo recidivado e refratário que receberam pelo menos duas terapias anteriores, incluindo lenalidomida e um inibidor de proteassoma, e demonstraram progressão da doença na última terapia.

 

O QUE SÃO BISFOSFONATOS?

Como vimos, o mieloma múltiplo pode provocar enfraquecimento e fraturas dos ossos. A terapêutica com bisfosfonatos, pode ajudar os ossos a manterem-se fortes, já que eles se mostram eficazes em diminuírem a velocidade da perda óssea.

 

 

Transplante autólogo o que é?

A indicação de transplante de medula irá depender de fatores como estadiamento do mieloma múltiplo, das condições físicas do paciente e da idade. Também chamado por transplante de células-tronco hematopoiéticas esta é uma opção importante para o controle do mieloma múltiplo

Geralmente a opção escolhida é o transplante autólogo, o que significa que a medula óssea usada para o transplante vem do próprio paciente, ou seja, acontece com as próprias células do paciente. As células-tronco são coletadas por meio de uma veia ou por meio de coleta direta da medula óssea em ambiente de centro cirúrgico, congeladas e armazenadas (criopreservação).

Antes de realizar a coleta das células da medula óssea para o transplante, o paciente recebe alguns ciclos de tratamento medicamentoso para controlar e diminuir o número de plasmócitos doentes do corpo.


Veja como acontece o transplante autólogo em etapas.

transplante de medula óssea

Condicionamento

Após a coleta e criopreservação, o paciente é submetido a um regime de quimioterapia em altas doses, chamado de condicionamento, que tem o intuito de eliminar as células doentes. Esse regime quimioterápico leva, consequentemente, à destruição da medula óssea do paciente.

Transplante

Após a quimioterapia, as células-tronco do paciente previamente coletadas são descongeladas e infundidas no próprio paciente, por meio de infusão intravenosa.

Pós-Transplante

O transplante “não acaba quando termina a infusão intravenosa”. Nesta fase ocorre a aplasia medular, período de queda do número de todas as células do sangue. Nos 100 primeiros dias após o transplante de medula óssea, o paciente fica mais predisposto a infecções (devido a neutropenia) e passa a receber inúmeros antibióticos, além de medicamentos que estimulam a produção dos glóbulos brancos. Neste período, se perceber o surgimento de febre, calafrios, mudança no aspecto das fezes e da urina, enjoos, dores e sangramentos, entre em contato com o médico.

Pega da medula

Quando a medula óssea começa a funcionar novamente (geralmente em torno de 2-4 semanas após a infusão) pode-se dizer que houve a pega da medula, ou seja, o transplante obteve sucesso e a medula voltou a funcionar perfeitamente. Ainda assim, o monitoramento médico continua sendo essencial, pois mesmo após um ano do procedimento, pode vir a aparecer alguma complicação tardia.

Alta hospitalar

A alta hospitalar só será possível no momento em que a medula óssea estiver funcionando bem, ou seja, produzindo as células do sangue em quantidades que protejam o paciente contra infecções e hemorragias.

 

 

Esse é um dos tipos de terapia celular mais promissores e uma descoberta inovadora, e recente, da ciência, que objetiva a cura de alguns tipos de câncer do sangue.

“CAR” aqui representa chimeric antigen receptor (traduzido para o português, receptor quimérico de antígeno). O “T” refere-se ao linfócito T, um tipo de glóbulo branco essencial na proteção do organismo, que consegue reconhecer antígenos presentes na superfície de agentes, como os tumores, e produz anticorpos para combatê-los.

Este novo tipo medicamento é produzido a partir da modificação genética do linfócito T do próprio paciente, transformando-o então em CAR-T Cell.

O ciltacabtageno autoleucel (Carvykti®), já aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é indicado para pacientes com mieloma múltiplo que não responderam ao tratamento com as três classes de medicamentos indicados e cuja doença voltou e já não responde mais às terapêuticas disponíveis. Esta droga é feita a partir dos próprios glóbulos brancos do paciente.

 

 

 

Como lidar com os efeitos Colaterais?

Os tratamentos utilizados no Mieloma Múltiplo podem apresentar alguns efeitos adversos ao paciente, mas é importante entender que é possível amenizá-los, seja com medicamentos ou até mesmo com a alimentação.

Aqui vão algumas dicas para te ajudar neste momento:

Contra náuseas e vômitos:

  • Prefira alimentos frios ou gelados e diminua ou evite o uso de temperos fortes na preparação dos alimentos
  • Coma pequenas porções várias vezes ao dia

Contra a diarreia:

  • Aumente a ingestão de líquidos, como água, chá, suco
  • Evite alimentos laxativos, como doces concentrados, leite de vaca, creme de leite, manteiga, queijos, verduras, cereais e pães integrais, além de frutas como mamão, laranja, uva e ameixa preta

Contra a obstipação (prisão de ventre):

  • Evite o consumo de cereais refinados (arroz branco, farinha de trigo refinada, fubá, semolina, amido de milho, polvilho)
  • Substitua alimentos pobres em fibras por alimentos ricos nesse nutriente (ex.: feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, soja, arroz integral, linhaça, aveia…)
  • Beba muita água

Contra a mucosite

  • Evite alimentos picantes e salgados com temperos fortes e alimentos ácidos (ex.: limão, laranja pera, morango, maracujá, abacaxi e kiwi)
  • Consuma preferencialmente alimentos macios ou pastosos (ex.: creme de espinafre, milho, purês, pães macios, sorvetes, flans, pudins e gelatinas) e também alimentos frios/gelados

Contra a xerostomia (boca seca)

  • Beba líquidos em abundância (ex.: água, chá, suco, sopa)
  • Aumente a ingestão de alimentos ácidos e cítricos
  • Evite alimentos ricos em sal
  • Chupe cubos de gelo ao longo do dia
  • Utilize pomadas industrializadas (“salivas artificiais”) antes das refeições

Para fortalecer os ossos

• Inclua nas refeições alimentos derivados do leite, peixes, além de soja, nozes, castanhas e linhaça
• Procure realizar uma atividade física de pouco impacto, supervisionada por um profissional

 

 

A sobrevida do Mieloma Múltiplo aumentou significativamente nos últimos anos devido a descoberta de novas terapias e novos medicamentos. Veja, na linha do tempo, as novidades introduzidas no tratamento nestes últimos 50 anos.

*Datas de aprovação sanitária pela ANVISA – Brasil

MM – Tratamento
 

 

  • 1970      Melfalano 
  • 1975      Prednisona
  • 1980     Melfalano + Prednisona 
  •  1988    Transplante Autólogo 
  • 1999     Talidomida 
  • 2010     Bortezomibe 
  • 2018  Carfilzomibe, Daratumumabe, Lenalidomida, Ixazomibe e Elotuzumabe

 

FONTE :https://abrale.org.br/doencas/mieloma-multiplo/o-que-e/

 

 

 

 


 

obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla

 

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