Equipe Oncoguia
- Data de cadastro: 27/06/2014 - Data de atualização: 09/07/2017
A prostatectomia radical é a cirurgia que visa a cura do câncer de próstata. Ela é realizada na maioria das vezes se o tumor está contido na glândula. Nesta cirurgia é realizada a retirada de toda a próstata, além de alguns dos tecidos à sua volta, incluindo as vesículas seminais.
Tipos de Prostatectomia Radical
Prostatectomia Radical Retropúbica
Esta é a cirurgia realizada pela maioria dos cirurgiões. Este procedimento é feito com anestesia geral, anestesia raquidiana ou peridural com sedação.
Nesta técnica, o cirurgião faz uma incisão na pele na parte inferior do abdome, do umbigo até o osso púbico. Se, existe uma chance razoável, baseado nos resultados do PSA, toque retal e da biópsia, o cirurgião remove os linfonodos localizados em torno da próstata.
O cirurgião prestará especial atenção para os dois feixes de nervos minúsculos que correm a cada lado da próstata, e que controlam as ereções. Mas, se o tumor se invadiu ou desenvolveu muito perto desses nervos, o cirurgião terá que removê-los. Se ambos são removidos, o paciente se torna impotente, o que significa que vai precisar de ajuda (como medicamentos ou bombas) para ter ereções. Caso seja necessária a remoção desses nervos em apenas um dos lados, ainda haverá uma pequena chance que o paciente tenha ereções. Se os nervos não foram afetados pela doença serão poupados, e dentro de alguns meses a um ano após a cirurgia o paciente voltará a ter ereções.
Após a cirurgia, é mantido um cateter através do pênis, durante 1 a 2 semanas, para drenar a bexiga. Quando o cateter é retirado, o paciente volta a urinar normalmente.
Prostatectomia Radical Perineal
Nesta cirurgia, o cirurgião faz a incisão na pele entre o ânus e o escroto (períneo). Esta abordagem é usada com menos frequência, porque não há como poupar os nervos, e os gânglios linfáticos não podem ser removidos.
No fim do ato cirúrgico um cateter é inserido através do pênis para ajudar a drenar a bexiga. O cateter geralmente permanece no local por 1 a 2 semanas, e após a remoção do mesmo o paciente volta a urinar normalmente.
Tipos de Prostatectomia Radical por Laparoscopia
Prostatectomia Radical por Laparoscopia
Na prostatectomia radical por laparoscopia, se utilizam várias incisões pequenas, por onde são inseridos instrumentos especiais para remover a próstata. Um dos instrumentos tem uma pequena câmara de vídeo na extremidade, que permite a visualização interna do abdome.
A prostatectomia por laparoscopia tem algumas vantagens sobre a prostatectomia radical aberta, incluindo menor perda de sangue e dor, menor tempo de internação, e menor tempo de recuperação, embora seja igualmente necessário o uso do cateter.
Prostatectomia Radical por Laparoscopia Assistida por Robótica
A cirurgia laparoscópica remota utiliza uma interface robótica (sistema da Vinci), que é conhecida como prostatectomia radical laparoscópica assistida por robótica. O procedimento é controlado a partir de uma mesa de operações, onde o cirurgião controla os braços robóticos para realizar a cirurgia, através de pequenas incisões no abdome do paciente.
Essa técnica tem algumas vantagens sobre a prostatectomia radical aberta, em termos de dor, perda de sangue e tempo de recuperação. Existe pouca diferença entre a prostatectomia robótica e outras abordagens.
Riscos Cirúrgicos
Os riscos em qualquer tipo de prostatectomia radical são muito parecidos, assim como os de qualquer cirurgia de grande porte, incluindo os riscos anestésicos. Os possíveis problemas durante ou logo após a cirurgia podem incluir:
Reações à anestesia.
Hemorragia.
Coágulos sanguíneos nas pernas ou nos pulmões.
Dano aos órgãos próximos.
Infecção no local da incisão.
Efeitos Colaterais
Os principais efeitos colaterais da prostatectomia radical são a incontinência urinária e a impotência. Entretanto, esses efeitos colaterais também podem ser provocados com outras formas de tratamento.
Incontinência Urinária
Existem diferentes graus de incontinência, que podem afetar o homem, não só fisicamente, mas emocional e socialmente:
Incontinência de Estresse. É o tipo mais comum de incontinência após a cirurgia de próstata, quando a urina pode escapar a um movimento repentino como tossir, rir ou espirrar.
Incontinência por Transbordamento. Quando a bexiga não é totalmente esvaziada. Neste caso, o homem leva um tempo grande para urinar e só consegue um fluxo fraco. Geralmente é provocada pelo bloqueio ou estreitamento da saída da bexiga pelo tumor ou tecido cicatricial.
Incontinência de Urgência. Quando se tem uma necessidade súbita de urinar. Esse problema ocorre quando a bexiga torna-se muito sensível ao alongamento, ou seja, quando a bexiga enche de urina.
Raramente após a cirurgia, o homem perde toda a capacidade de controlar sua urina, o que é chamado de incontinência urinária contínua. Geralmente o controle da bexiga, em homens submetidos a cirurgia de câncer de próstata retorna ao normal dentro de algumas semanas ou meses após a prostatectomia radical.
Não há uma maneira certa de lidar com a incontinência. O desafio é encontrar uma forma para que você se adapte e possa retornar às suas atividades diárias normais. A incontinência pode ser tratada. Mesmo que a incontinência não possa ser completamente corrigida, é possível aprender a gerenciar e a viver com ela.
Impotência (Disfunção Erétil)
Os nervos que permitem as ereções podem estar lesionados ou terem sido removidos, impedindo a ereção durante a relação sexual.
As ereções são controladas por dois minúsculos feixes de nervos que correm de cada lado da próstata. Se o paciente tem ereções antes da cirurgia, o cirurgião tentará não prejudicar esses nervos durante a prostatectomia. Isso é denominado abordagem poupadora de nervos. Mas se o tumor está crescendo muito próximo aos nervos, o cirurgião precisará removê-los.
Se ambos os nervos forem removidos, o paciente não poderá mais ter ereções espontâneas. Se apenas os nervos de um lado forem removidos, o paciente poderá ter ereções, mas a chance é menor do que se nenhum deles fosse removido. Se nenhum dos nervos for removido, as ereções voltam ao normal algum tempo após a cirurgia.
A capacidade de ter novamente ereções após a cirurgia, muitas vezes ocorre lentamente, podendo levar até 2 anos. Durante os primeiros meses, o paciente provavelmente não será capaz de ter uma ereção espontânea, precisando usar medicamentos ou outros tratamentos.
Se a impotência permanece após a cirurgia, a sensação de orgasmo deve continuar a ser agradável, mas não existe a ejaculação do sêmen, o orgasmo é seco. Isto ocorre porque durante a prostatectomia, as glândulas que produzem a maior parte do sêmen (vesículas seminais e próstata) foram removidas e os canais deferentes utilizados pelo esperma foram cortados.
Existem várias opções para ajudar os pacientes com disfunção erétil:
Inibidores da fosfodiesterase. Sildenafil, vardenafil e tadalafil são medicamentos que podem promover ereções. Estes medicamentos não têm efeito se ambos os nervos que controlam as ereções foram retirados ou lesionados. Os efeitos colaterais mais comuns são dor de cabeça, rubor, dores de estômago, sensibilidade à luz e nariz escorrendo ou entupido. Raramente, podem causar problemas de visão. Os medicamentos que contem nitratos, que são usados para tratar doenças do coração, pode interagir com esses medicamentos, diminuindo a pressão arterial. Converse com seu médico sobre todos medicamentos que esteja usando.
Alprostadil. É uma versão artificial de prostaglandina E1, uma substância produzida naturalmente no organismo que pode provocar ereções. Os efeitos colaterais mais comuns são dor, tontura e ereção prolongada.
Dispositivos de Vácuo. São outra opção para produzir uma ereção. Eles são mecânicos e colocados ao redor do pênis para produzir uma ereção.
Implantes Penianos. Os implantes penianos podem restaurar a capacidade do paciente de ter ereções se outros métodos não ajudarem. Existem vários tipos de próteses penianas, incluindo as que utilizam hastes de silicone ou dispositivos infláveis .
Alterações no Orgasmo. Em alguns homens, o orgasmo se torna menos intenso ou desaparece completamente. Alguns homens podem sentir dor durante o orgasmo. Mesmo que você tenha problemas com a impotência, você ainda pode ser capaz de ter um orgasmo.
Infertilidade. A prostatectomia radical corta a ligação entre os testículos, onde o esperma é produzido e a uretra. Os testículos ainda produzirão esperma, mas não será ejaculado. Isto significa que o homem não poderá mais gerar um filho por meios naturais. Muitas vezes, isso não é um problema, uma vez que os homens com câncer de próstata normalmente são mais velhos. Mas se isso for uma preocupação, antes da cirurgia converse com seu médico sobre bancos de esperma.
Linfedema. O linfedema é uma complicação rara, mas possível devido a remoção dos linfonodos ao redor da próstata. Os linfonodos normalmente proporcionam o caminho para o líquido retornar a todas as áreas do corpo para o coração. Quando os linfonodos são removidos, o líquido pode se acumular nas pernas ou na região genital com o tempo, provocando inchaço e dor. O linfedema geralmente é tratado com fisioterapia, embora possa não desaparecer completamente.
Alteração no Tamanho do Pênis. Um possível efeito da cirurgia é uma pequena diminuição no comprimento do pênis. Isto é provavelmente devido ao encurtamento da uretra, quando uma porção é removida juntamente com a próstata.
Hérnia Inguinal. A prostatectomia aumenta as chances de desenvolver hérnia inguinal no futuro.
Ressecção Transuretral da Próstata
Este procedimento é mais comumente usado para tratar homens com hiperplasia prostática benigna, um aumento não cancerígeno da próstata. A ressecção transuretral da próstata não é utilizada para a cura do câncer de próstata, mas às vezes é realizada em homens com doença avançada para ajudar a aliviar os sintomas, como problemas de micção.
Neste procedimento, é utilizado um ressectoscópio para retirar a parte interna da próstata, que envolve a uretra. Quando o instrumento está posicionado, um laser ou corrente elétrica é acionado, aquecendo o fio para ressecar ou vaporizar o tecido. O procedimento é feito sob anestesia regional ou geral. Normalmente dura uma hora. Após o procedimento, um cateter é inserido através do pênis no interior da bexiga, para drenar a urina. O tempo de hospitalização é geralmente de 1 a 2 dias e o paciente pode retornar as suas atividades normais em 1 a 2 semanas.
Um possível efeito colateral é um pouco de sangue na urina após a cirurgia. Outros possíveis efeitos colaterais incluem infecção e quaisquer riscos que acompanham o tipo de anestesia utilizada.
Fonte: American Cancer Society (11/03/2016)
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abs
Carla
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