- Karla Brandão
A nefrolitíase (cálculo renal ou pedras nos rins) afeta 10-15% da população, com maior frequência em homens. Após a crise renal a maior parte das pessoas não se pergunta POR QUE isto aconteceu, e volta a sua rotina sem nenhuma investigação.
Entenda que o mecanismo de formação do cálculo em um paciente pode ser totalmente diferente de outro paciente, portanto a composição destes cálculos renais e o tratamento também diferem. Por isso, é preciso compreender individualmente qual a causa predominante.
A investigação inicial consiste em:
- história clínica, exame de urina 1 com cultura; coleta de exame de urina de 24h (que avaliará a concentração de cálcio, potássio, citrato, ácido úrico, oxalato, sódio, cloro);
- Para aqueles que eliminaram o cálculo e/ou fragmentos, e foi possível guardá-los, saiba que é importante avaliar sua análise mineralógica.
Estas são as pistas que vão ajudar seu urologista ou nefrologista e seu nutricionista direcionar o tratamento, já que cerca de 50% destes pacientes apresenta formação de novo cálculo em até 5 anos após a primeira crise, quando não são adotadas medidas terapêuticas adequadas.
Enquanto você aguarda sua consulta com estes especialistas, listarei aqui 6 dicas importantes para aqueles formadores de cálculos renais:
1- Reduza o sal
Os brasileiros consomem mais sal que o recomendado. A Organização Mundial de Saúde preconiza um consumo diário de no máximo 5 gramas de sal (Na Cl) ou 2000 mg de sódio para uma pessoa saudável . Porém, no Brasil, a população consome em torno de 12 gramas. Quanto maior a quantidade de sal ingerido, maiores serão os níveis de cálcio urinário e daí a maior chance de cristalização urinária (formar pedras). Queremos te inspirar a fazer esta redução de verdade!! Primeiro, tudo que vc puder temperar na hora, abuse dos temperos naturais: salsa, cebolinha, limão, orégano, manjericão, louro.... e assim o sal vai ficando de lado. Nunca deixe de ter atenção aos alimentos ultraprocessados cheios de sódio como conservante.
2- Consuma sucos de frutas cítricas
como a laranja e o limão, pois apresenta efeito protetor e benéfico em pacientes com hipocitraturia (diminuição da excreção urinária de citrato) e formadores de cálculos de oxalato de cálcio;
A receita que possui respaldo científico (desenvolvida por pesquisadores na Espanha) envolve 30mL de suco de limão para cada 500mL de água!
Vcs irão observar que é bastante e fica bem concentrada!
🚫Porém, não se auto medique com suplemento que contém vitamina C sem indicação médica. Estudos demonstram que essa vitamina pode ser metabolizada a oxalato, o que poderia aumentar a excreção de oxalato de cálcio (que é um tipo de cálculo renal). Uma pesquisa do ambulatório de nefrolitíase na UNIFESP em indivíduos litisiáticos, observou um aumento significativo na excreção de oxalato após a ingestão de 1
ou 2g de suplemento de vitamina C por um período de três dias. Outros dois estudos também observaram aumento na excreção urinária de oxalato após sobrecarga de 2g de vitamina C.
3- Melão é rico em maleato
Neste critério nós brasileiros podemos ser invejados! Temos melão durante todo o ano! Uma fruta maravilhosa especialmente quando falamos de cálculos renais. Já foi inclusive estudado cientificamente por pesquisadores da UNIFESP e se trata de uma fruta não- cítrica rica em malato e citrato, elementos especialmente úteis para pacientes formadores de cálculos de ácido úrico e que também podem ser úteis em alguns outros tipos de cálculos, para auxílio no tratamento e ajuda a prevenção.
Obs: O melão contém alto teor de potássio, portanto caso você tenha perda de função renal, antes de consumir, pergunte seu nutricionista !
4- Evite Suplementos proteicos de academia sem indicação da sua nutricionista
Apesar dos vários mecanismos possíveis levar a formação de diferentes cálculos, algumas ações podem piorar a condição do paciente que forma cálculos: uma delas é a dieta rica em alimentos de origem animal. Neste caminho, pesquisadores da UNIFESP compararam o consumo de suplementos proteicos e seu efeito sobre os índices urinários que levam a cristalização e concluíram que o consumo destes suplementos, conforme esperado, pode piorar os índices de cristalização urinários da mesma forma como ocorre quando consumimos proteínas animais de forma exagerada.
5- Beba água! O risco de formação de cálculos reduz quando o volume urinário produzido é > 2000 ml ao dia, na cor amarelo clara e sem cheiro forte.
Uma boa hidratação ajuda muito a prevenir a formação de novos cálculos renais. Quando se está exposto ao calor, à baixa umidade ou a uma transpiração excessiva, é especialmente importante se manter bem hidratado. A sudorese pode levar à desidratação e a maior concentração de minerais na urina, aumentando assim o risco de formar pedras.
6- A maior parte dos cálculos renais é formado por oxalato de cálcio. Um erro frequente a partir desta informação é de que se consumir menos alimentos ricos em cálcio poderia reduzir os níveis de cálcio na urina e, portanto, estar mais protegido contra a formação de mais cálculos renais. Isso já foi uma crença no passado e ainda existe mito sobre o assunto. Porém estudos desenvolvidos nas últimas décadas, especialmente o estudo desenvolvido por Dr Borghi na Itália e seus colaboradores em 2002 trouxe informações importantes sobre o assunto. Hoje sabemos que pacientes formadores de cálculos renais devem ter ingestão normal de leite e derivados (cálcio) a menos que outra condição clínica indique tal restrição. Do ponto de vista do cálculo renal, este consumo não deve ser restringido.
Quer saber mais, tem dúvidas? Procure um nutricionista com experiência em doenças renais e agende sua consulta!
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://www.karlabrandao.com/post/6-dicas-para-quem-já-teve-pedras-nos-rins
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