As relações familiares e o convívio familiar são fundamentais para a qualidade de vida da pessoa idosa. Ao gerar laços, pressupõem-se o auxílio na melhora da saúde mental, previnem-se transtornos de humor, evitam o sedentarismo, entre outras vantagens.
Quando não há uma relação social engajada, esse convívio fica defasado, afetando a forma como os filhos aprendem relações sociais, regras e condutas.
No filme A Guerra dos Rocha (2008) de direção de Jorge Fernando, é possível analisar a dificuldade de se criar laços afetivos entre os familiares e com a própria mãe (Dona. Dina, estrela por Ary Fontoura), pois além dos estereótipos relacionados à velhice, nenhum dos filhos quer ter um convívio duradouro com a mãe. Essa desestruturação familiar, faz com que D. Dina sofra abusos durante seu percurso de vida.
Quando pensamos em relações familiares ter contato com família, amigos e colegas é outro fator essencial para a qualidade de vida da pessoa idosa. Uma das grandes queixas das pessoas da terceira idade é relativa à solidão, principalmente no caso de quem vive sozinho ou em casas de repouso.
No filme, é possível ver que os amigos e até um suposto namorado valorizam D. Dina muito mais do que os próprios familiares. Em uma cena final do filme – onde todos os filhos e suas esposas brigam por herança e riquezas – eles são surpreendidos ao verem que a maior importância para D. Dina era os próprios filhos, na qual guardava lembranças de cada um dentro de um baú.
Relações familiares: porque isso é tão importante?
Nesse sentido, a rede de suporte social da pessoa idosa precisa ser fortalecida, pois pode beneficiar e auxiliar na saúde socioemocional e ampliar as convivências de forma prazerosa.
As relações sociais significativas na trajetória de vida, podem maximizar a autonomia, independência, a felicidade, a saúde física e cognitiva, além de proporcionar um envelhecimento ativo e saudável.
Além disso, é de suma importância o fortalecimento de vínculos familiares e sociais com os fins de prevenir as violências e os abusos, sejam eles psicológicos, financeiros, físicos e o próprio preconceito. A Guerra dos Rocha mostra que não há valores simbólicos e a valorização da pessoa idosa dentro do âmbito familiar e na comunidade. D. Dina foi desprezada, maltratada, e sofreu vários tipos de violência (sexual, financeira, física), o que desperta ainda mais o nosso olhar para modificar a visão e as atitudes perante à velhice e o próprio envelhecimento.
Com isso, vemos a necessidade de realizar ações psicoeducativas e gerontológicas que promovam a conscientização e valorização da história de vida da pessoa idosa, o respeito, equidade, valores e princípios éticos etc.. em uma sociedade com menos preconceitos e com mais inclusão social.
Na etapa da velhice as relações familiares são cruciais, sobretudo a família, os amigos e a sociedade que precisam estar ao lado da pessoa idosa e oferecer apoio e suporte. A presença de otimismo e de recursos providos pelo suporte social associam-se à adaptação e à manutenção da satisfação com a vida.
Assinam este artigo:
Cássia Elisa Rossetto Verga
Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de música e letramento digital. Participou como assessora de Projetos e Recursos Humanos na Empresa Geronto Júnior entre os anos de 2019 a 2020.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer– Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.
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abs
Carla
https://metodosupera.com.br/
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