O uso prolongado de antidepressivos está ligado a aumento do risco de desfechos adversos, como doença cardiovascular, doença cerebrovascular, doença coronariana e morte por todas as causas, sugere nova pesquisa.
Os pesquisadores avaliaram 10 anos de dados do UK Biobank do Reino Unido sobre mais de 220.000 adultos, e compararam o risco de desfechos adversos entre as pessoas que tomavam antidepressivos e as que não tomavam esse tipo de medicamento.
Após o ajuste por fatores de risco preexistentes, eles observaram que o uso de antidepressivos por 10 anos estava associado ao dobro do risco de doença coronariana, ao dobro do risco de doença cardiovascular e de morte por doença cardiovascular, ao aumento do risco de doença cerebrovascular e a mais do que o dobro do risco de morte por todas as causas.
Por outro lado, o uso de antidepressivos por 10 anos foi associado a um risco 23% menor de hipertensão arterial sistêmica e a um risco 32% menor de diabetes mellitus.
Os principais responsáveis foram a mirtazapina, a venlafaxina, a duloxetina e a trazodona, embora os inibidores seletivos de recaptação da serotonina também tenham sido associados a aumento do risco.
"Nossa mensagem para os médicos é que prescrever o uso prolongado de antidepressivos talvez não seja algo sem prejuízos, e esperamos que este estudo ajude os médicos e os pacientes a terem conversas mais bem informadas, pesando os potenciais riscos e benefícios dos tratamentos da depressão", disse em um comunicado de imprensa a pesquisadora do estudo Dra. Narinder Bansal, médica e fellow honorária de pesquisa no Centre for Academic Health and Centre for Academic Primary Care, University of Bristol, no Reino Unido.
"Independentemente de os fármacos serem a causa básica desses problemas, nossos achados destacam a importância da monitorização cardiovascular proativa e da prevenção nos pacientes com depressão que tomam antidepressivos, já que ambos foram associados a aumento dos riscos", acrescentou.
O estudo foi publicado on-line em 13 de setembro no periódico British Journal of Psychiatry Open.
Monitorização do risco de doenças cardiovasculares: ‘importantíssima’
Os antidepressivos estão entre os medicamentos mais prescritos; 70 milhões de prescrições foram dispensadas apenas em 2018, representando o dobro das prescrições desses fármacos em uma década, observaram os pesquisadores. "Este aumento marcante da prescrição é atribuído ao tratamento prolongado, e não ao aumento da incidência de depressão."
A maioria dos ensaios avaliando a eficácia dos antidepressivos têm sido "mal adaptados para examinar os desfechos adversos". Uma razão para isso é o fato de muitos dos ensaios clínicos serem breves. Como a depressão está "fortemente associada" a fatores de risco de doenças cardiovasculares, "é fundamental uma avaliação cuidadosa dos efeitos cardiometabólicos em longo prazo".
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