Uma nova tecnologia apelidada de “pâncreas biônico” pode superar o tratamento padrão para ajudar pessoas com diabetes tipo 1 a controlar seus níveis de açúcar no sangue, segundo um estudo publicado no New England Journal of Medicine. Entre adultos e crianças com diabetes tipo 1, aqueles que usaram o pâncreas biônico por três meses viram seus níveis médios de açúcar no sangue diminuir, relataram os pesquisadores.
O dispositivo, chamado de iLet Bionic Pancreas, está sendo analisado pela Food and Drug Administration (FDA, órgão semelhante à Anvisa) dos EUA. Se aprovado, seria o sistema mais automatizado disponível para gerenciar o diabetes tipo 1 — rastreando os níveis de açúcar no sangue e fornecendo insulina com o mínimo de “invasão” nos pacientes. Normalmente, a insulina é aplicada em injeções.
“Esta tecnologia tira mais peso dos pacientes”, disse Jennifer Sherr, endocrinologista pediátrica da Escola de Medicina de Yale, em comunicado.
Embora ela se especialize no tratamento de crianças com diabetes tipo 1, Sherr disse que pessoas de qualquer idade podem obter alívio por não terem que pensar constantemente em gerenciar uma doença crônica. A especialista não participou do estudo, mas escreveu um editorial publicado com o estudo nesta quinta.
O diabetes tipo 1 difere do diabetes tipo 2, muito mais comum , que afeta principalmente adultos e é frequentemente associado à obesidade. A forma tipo 1 geralmente ocorre durante a infância e é causada por um ataque equivocado do sistema imunológico às células produtoras de insulina do corpo. A insulina é um hormônio que transporta o açúcar dos alimentos para as células para ser usado como combustível para as funções vitais.
Pessoas com diabetes tipo 1 precisam tomar insulina sintética para sobreviver. Eles também têm a tarefa de tentar manter seus níveis de açúcar no sangue dentro de uma certa faixa — para diminuir os riscos de complicações a longo prazo, como danos nos nervos, insuficiência renal e doenças cardíacas.
Tradicionalmente, isso significava fazer várias “picadas no dedo” por dia para medir o açúcar no sangue e depois injetar a quantidade certa de insulina.
Ao longo dos anos, alguns dispositivos vestíveis foram desenvolvidos para facilitar o trabalho: as pessoas podem optar por uma “bomba” que fornece insulina ao longo do dia por meio de um pequeno tubo logo abaixo da pele. E uma alternativa às picadas de dedo é o monitor contínuo de glicose — um dispositivo que rastreia os níveis de açúcar no sangue por meio de um sensor colocado sob a pele.
Nos últimos anos, houve avanços ainda maiores, com a aprovação de vários sistemas híbridos de circuito fechado. Esses dispositivos — às vezes chamados de sistemas de “pâncreas artificial” — integram a bomba de insulina e o monitor contínuo de glicose em um sistema. O intermediário é um algoritmo de computador que analisa as leituras de glicose do monitor e ajusta automaticamente as doses de insulina da bomba.
“A tecnologia realmente avançou nos últimos anos”, disse Steven Russell, o principal pesquisador do novo estudo, em comunicado.
Ainda assim, os sistemas atualmente disponíveis exigem uma boa quantidade de informações do paciente, explicou Russell, da Harvard Medical School e do Massachusetts General Hospital Diabetes Research Center, em Boston.
Para obter a dose certa de insulina antes das refeições, por exemplo, os usuários precisam contar os gramas de carboidratos que vão comer e fazer ajustes na dose de insulina.
O pâncreas biônico, disse Russell, elimina a matemática.
Assim como os sistemas disponíveis, o dispositivo integra uma bomba de insulina e um monitor de glicose. Mas os algoritmos significam que não há contagem de carboidratos: os usuários simplesmente digitam qual refeição estão comendo (café da manhã, por exemplo) e, em seguida, se estão comendo a quantidade “normal”, mais ou menos. Aí, o sistema que determina a quantidade de insulina que será administrada, explica Russell.
Dados do estudo
Para testar o dispositivo em relação aos tratamentos padrão, os pesquisadores recrutaram mais de 300 pacientes com idades entre 6 e 79 anos, que usavam insulina há pelo menos um ano. Em seguida, designaram aleatoriamente 219 para usar o pâncreas biônico por 13 semanas. Outros 107 pacientes permaneceram com seus cuidados padrão — um sistema híbrido de circuito fechado, bomba de insulina convencional ou injeções.
No geral, os pacientes que usam o pâncreas biônico tiveram um declínio em sua A1c , uma medida dos níveis médios de açúcar no sangue nos últimos três meses. Caiu de uma média de 7,9% para 7,3%, enquanto o grupo de comparação não apresentou alteração. Geralmente, a meta de A1c para pessoas com diabetes é ficar abaixo de 7%.
Os pacientes que usaram o pâncreas biônico também passaram mais tempo com seus níveis de açúcar no sangue dentro da faixa-alvo.
Se aprovado, o dispositivo pode tornar essa terapia automatizada de insulina mais amplamente disponível, disseram Russell e Sherr. Eles observaram que muitas pessoas com diabetes tipo 1 procuram um médico de cuidados primários, em vez de um endocrinologista especializado na doença. Os médicos da atenção primária podem se sentir mais à vontade prescrevendo uma tecnologia mais simples que não exige habilidades especiais de números ou configuração complicada: para começar, os usuários precisam apenas inserir seu peso.
O estudo do pâncreas biônico foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA e por seu desenvolvedor, a empresa Beta Bionics Inc.
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Carla
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