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segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Um tipo de medicamento mais antigo para tratar o diabetes reduz o risco de demência. Outro tipo, porém, aumenta

 

Miriam E. Tucker

Notificação

21 de outubro de 2022

 

 

As tiazolidinadionas, como a pioglitazona, parecem proteger contra a demência, enquanto as sulfonilureias parecem aumentar o seu risco, sugere um novo estudo observacional em pacientes com diabetes mellitus tipo 2.

Os dados, obtidos a partir de prontuários eletrônicos nacionais da US Veterans Affairs Administration, apresentaram um risco 22% menor de demência na monoterapia com tiazolidinadiona e um risco 12% maior na monoterapia com sulfonilureia, comparadas à monoterapia com metformina. Os efeitos protetores aparentes das tiazolidinadionas foram maiores entre os pacientes com sobrepeso ou obesidade.

"Os nossos achados trazem outras informações para ajudar os médicos a escolher o hipoglicemiante para pacientes com diabetes tipo 2 leve ou moderado e que tenham alto risco de demência", escreveram o autor do estudo Xin Tang, do departamento de epidemiologia e bioestatística da University of Arizona Mel and Enid Zuckerman College of Public Health, nos EUA, e colaboradores no seu artigo publicado on-line em 11 de outubro no periódico BMJ Open Diabetes Research & Care.

Os resultados, disseram Xin Tang e colaboradores, "somam-se substancialmente à literatura sobre os efeitos dos hipoglicemiantes na demência, na qual achados anteriores têm sido heterogêneos. Estudos com tempo de acompanhamento inferior a três anos têm descrito principalmente associações nulas, enquanto estudos com tempo de acompanhamento mais prolongado tipicamente geraram achados de proteção contra a demência. Com um tempo médio de acompanhamento de 6,8 anos, tivemos uma duração suficiente para detectar diferenças do tratamento".

"Complementar uma sulfonilureia com metformina ou uma tiazolidinadiona pode compensar parcialmente os seus efeitos pró-demência. Esses achados podem ajudar a embasar a escolha dos medicamentos para os pacientes idosos com diabetes mellitus do tipo 2 com alto risco de demência", observaram os autores.

São necessários ensaios clínicos randomizados para comprovar a causa e o efeito

O Dr. Ivan Koychev, Ph.D., pesquisador clínico sênior do departamento de psiquiatria da University of Oxford, disse ao Science Media Centre do Reino Unido: "Este é um estudo de dados do mundo real grande e bem-feito, que destaca a importância de verificar se os medicamentos já prescritos podem ser úteis para prevenir a demência".

Os achados referentes a tiazolidinadionas, também conhecidas como glitazonas, estão alinhados com a literatura existente que sugere proteção contra demência com outros medicamentos prescritos para o diabetes tipo 2 que não foram examinados no estudo em tela, como os mais novos agonistas do receptor de peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1, sigla do inglês Glucagon-Like Peptide-1) e os inibidores do cotransportador 2 de sódio-glicose (SGLT2, sigla do inglês Sodium-Glucose Cotransporter 2), disse o Dr. Ivan.

 "As principais limitações deste estudo são que, após o período inicial de dois anos em que os autores estavam interessados, os participantes podem ter recebido a prescrição de um dos outros medicamentos para o diabetes tipo 2 (agonistas do GLP-1 ou inibidores do SGLT2) que foram considerados como redutores do risco de demência, deste modo, potencialmente tornando o efeito direto da glitazona (tiazolidinadiona) mais difícil de discernir", observou o Dr. Ivan.

 

 

Créditos

Imagem principal: Dreamstime

Medscape Notícias Médicas © 2022 WebMD, LLC

Citar este artigo: Um tipo de medicamento mais antigo para tratar o diabetes reduz o risco de demência. Outro tipo, porém, aumenta - Medscape - 21 de outubro de 2022.

 

 

 

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Carla

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