15 de junho de 2011
Após as dúvidas respondidas sobre hemodiálise, a Fundação Pró-Rim fez uma enquete nas mídias sociais a respeito da diálise peritoneal, uma outra forma de tratamento da insuficiência renal crônica. As perguntas abaixo foram respondidas pelo fundador e médico nefrologista da Pró-Rim, Dr. Hercilio Alexandre da Luz Filho. Confira:
1. Pessoas com quais perfis são indicadas para diálise peritoneal?
Não existe um perfil pré-determinado. No entanto, a diálise
peritoneal é um procedimento que exige um pouco de discernimento da
pessoa, pois é ela que vai fazer (ou ajudar) as trocas. A pessoa precisa
ser um pouco mais instruída porque uma parte do tratamento depende
dela. Além disso, é necessário um ambiente limpo em casa e um local para
armazenar os produtos. Tudo para que não haja risco de infecção do
cateter. Desta forma, não é uma questão de perfil, mas de um mínimo de
condições socioeconômicas, para que o procedimento seja feito com
sucesso.
2. Como é a recuperação do paciente após a diálise peritoneal?
A diálise peritoneal é um tratamento mais estável que a
hemodiálise, pois é feito num prazo mais longo (em 12 horas ou durante
todo o dia). Existem dois tipos de diálise peritoneal: a que as trocas
são manuais; ou a automatizada, que é feita com uma máquina. Neste caso,
chamamos de diálise peritoneal noturna, na qual o paciente se instala à
máquina por volta das 20h e desinstala às 8h da manhã. Como esse
tratamento é feito em 12 horas, é mais estável e a pessoa não tem tanto
desequilíbrio, não sofre tanto de hipotensão.
3. Nosso organismo pode, por algum motivo, rejeitar a implantação do cateter Tenckhoff e ocasionar constantes casos de peritonites?
A peritonite não ocorre por causa do cateter de tenckhoff, que é feito
de silicone e não provoca alergia. As peritonites são causadas por
bactérias ou por fungos. As por fungos são sempre mais graves e só curam
com a remoção do cateter.
4. Uma pessoa que pesa 100kg pode fazer diálise peritoneal?
É uma limitação. A diálise peritoneal é difícil de ser realizada num
paciente acima de 80kg e com estatura alta. Isto porque a superfície de
troca do peritônio tem 1m² e os dialisadores têm de 1,2 a 1,4m². Se a
pessoa é muito grande, pode ficar um pouco mais urêmica, o que não é
recomendável. A diálise peritoneal é boa para pessoas pequenas, com até
80kg. Além disso, existe um exame para determinar se o paciente é um bom
transportador ou seja, se ele consegue fazer as trocas no peritônio de
uma maneira eficaz.
5. Qual é a frequência da diálise peritoneal?
Todo dia. Ou a pessoa faz a troca manual quatro vezes ao dia ou faz por
meio da máquina, durante a noite. Se a pessoa viaja, pode levar a
máquina ou fazer a troca manual, o que é uma vantagem em relação à
hemodiálise.
6. A diálise peritoneal é mais eficaz que a hemodiálise?
Na hemodiálise, podemos aplicar várias técnicas que não são
possíveis na diálise peritoneal. Mas pessoas com até 60kg se dão muito
bem na diálise peritoneal, principalmente se elas urinarem ainda de 100 a
200ml por dia. Mesmo que seja pouco, elas vão muito bem, é um bom
método de tratamento.
7. Uma pessoa que fez transplante e perdeu o rim pode voltar a fazer diálise peritoneal?
Sim porque, na maioria das vezes, o rim é colocado fora do peritônio.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
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